A Pró-Reitoria de Extensão (Proext) voltou a realizar o Festival de Música da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (FEMURRJ) após 40 anos. O evento histórico, que ocorreu na última terça-feira (17/10), relembrou a relação da Rural com a história do rock brasileiro e trouxe atenção para vozes da comunidade, universitária ou não, do Rio de Janeiro.
Poucos sabem, mas a UFRRJ foi um dos primeiros lugares a darem palco para a banda de rock de 1982, Os Paralamas do Sucesso, inspirando sua música “Reis dos 49”, referenciando o Km 49, na cidade de Seropédica-RJ. Nesta edição, a FEMURRJ lançou um edital para divulgar músicos, compositores, cantores e intérpretes sob uma curadoria para se apresentarem ao vivo no Auditório Gustavo Dutra (Gustavão), no Pavilhão Central (P1), câmpus Seropédica. Foram selecionadas 10 pessoas/bandas, cinco em cada categoria. Na categoria autoral: Raul Rodrigues, Gabriel Gonçalves, Camafeu, Gabriel de Lucas e Mikael Monassa. Já na categoria cover, apresentaram-se Fabrício Labre, Reyginaldo Lage, Giul Ferrari, Kellen das Graças e Bibi Iná.
Uma das organizadoras do evento, Esther Costa, contou que a SNCT foi o momento perfeito para a retomada do Festival. “A gente tá fazendo um resgate histórico e a nossa intenção é fazer outras edições. É um evento à parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, mas aproveitamos o tamanho da SNCT para trazê-lo de volta”, disse Esther para, depois, complementar: “A perspectiva é que a nossa comunidade ruralina abrace esse Festival como algo nosso e se identifique com o que temos de melhor na música. Não só o que temos aqui dentro, mas que possamos integrar todo o estado do Rio de Janeiro, outras universidades e fazer um evento ainda maior”.
Uma das pessoas a cantar na celebração foi Kellen Grace. Muito carismática, a musicista é professora de violão, canta há muitos anos e é graduanda de Agronomia na UFRRJ. Sua história emocionante evidencia a importância do Festival na vida dela. O motivo: o Festival foi sua primeira apresentação depois do Acidente Vascular Cerebral (AVC) que sofreu. “A minha mão ficou paralisada por dois anos, na fisioterapia me disseram que eu jamais voltaria a tocar violão e eu estou aqui tocando, cantando”.
Assim como os organizadores, Kellen não vê a hora de que esses espaços de divulgação artística sejam agregados à cultura ruralina. “Eu vivo a Rural, eu moro aqui, eu estudo aqui. Tem muita gente brilhante aqui dentro, tem muito artista. Muita gente nova boa, com veia agarrada na MPB [música popular brasileira]. Temos que retomar essa cultura porque é isso, se a gente desiste, a vida nos engole”.
Confira a seguir a galeria de fotos do evento: