Por Michelle Carneiro (CCS/UFRRJ)
A modernização dos laboratórios da instituição traz benefícios às aulas práticas ministradas aos estudantes de graduação e dos cursos técnicos, além de qualificar a pesquisa realizada por pós-graduandos de diversas áreas. Microscópios e agitadores magnéticos são alguns dos itens comprados e que já estão em uso nos câmpus Seropédica, Três Rios e Campos dos Goytacazes.
A aquisição foi viabilizada graças a recursos extraorçamentários e à parceria de docentes, técnico-administrativos e terceirizados, cujo trabalho em equipe foi essencial para superar entraves burocráticos. O pró-reitor de Planejamento, Avaliação e Desenvolvimento Institucional, Roberto Rodrigues, destaca a importância da iniciativa para a Universidade.
“Há bastante tempo, não se comprava maquinário para os laboratórios. Em um ano de contingenciamento, conseguimos executar a compra, o que é importante tanto para a parte administrativa – que se organizou, planejou e finalizou – quanto para a acadêmica, já que os novos equipamentos são fundamentais para o ensino e para a pesquisa”, afirmou.
O Departamento de Materiais e Serviços Auxiliares (DMSA) da Pró-Reitoria de Assuntos Financeiros (Proaf) foi o setor responsável pela realização da compra, em parceria com a Pró-Reitoria de Planejamento, Avaliação e Desenvolvimento Institucional (Propladi) e com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG).
O processo de aquisição
Com tantos equipamentos defasados, reunir e consolidar as demandas de cursos tão diversos foi o primeiro desafio do processo. Aconteceram reuniões com até 40 pessoas – entre docentes dos institutos de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), Tecnologia (IT), Química (IQ), Veterinária (IV), Florestas (IF) e Agronomia (IA), e representantes da Proaf, Propladi e PROPPG – para priorizar as necessidades de acordo com os recursos disponíveis. É o que explica o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Alexandre Fortes.
“Era um número muito grande de itens solicitados, mais de 200. A solução foi o diálogo. A PROPPG fez a mediação entre os demandantes e o DMSA. Ao final, mantivemos 14 itens considerados prioritários e acompanhamos de perto o processo, em uma tentativa de diminuir o fosso entre o administrativo e o acadêmico”, disse Fortes. “Mesmo com todo empenho, o processo é lento e exige muita paciência”, completou.
Para Márcio Silva Bastos, diretor do DMSA, a cooperação entre os setores foi o diferencial para finalizar a licitação ainda no ano de 2018. “O tipo de equipamento que foi adquirido exigia um conhecimento técnico. Então, a participação dos professores como demandantes foi primordial, tanto para descrição dos itens quanto para evitar possíveis direcionamentos, e para responder questionamentos no momento da licitação”.
Bastos evidencia, ainda, a atuação da pregoeira do DMSA, Sandra Regina Castro da Silva Pinheiro, cujo trabalho na etapa de negociação junto aos fornecedores foi essencial para a obtenção de descontos. Isso resultou em economia para a instituição, já que o valor que fora estimado era bem maior do que os cerca de R$ 700 mil que finalizaram a contratação.
Foram adquiridos 14 itens, perfazendo um total de 475 unidades. O equipamento mais comprado foi o microscópio óptico, com 105 unidades. Todo o material já foi recebido pela Universidade e distribuído entre os laboratórios dos cursos de graduação dos câmpus Seropédica e Três Rios; dos cursos técnicos do Colégio da Universidade Rural (CTUR); e do curso de pós-graduação de Campos dos Goytacazes.
Formação científica em foco
O Laboratório de Aulas Práticas de Microbiologia Geral do IV foi uma das instalações que receberam equipamentos. No local, os novos microscópios são utilizados semanalmente por 18 turmas com cerca de 20 alunos cada. A diretora do Instituto, professora Miliane Souza, ressaltou a importância da modernização dos laboratórios: “Os equipamentos são fundamentais porque, na maioria das disciplinas, cinquenta por cento da nossa carga horária é prática”.
Sobre o diferencial do processo de aquisição, Miliane ressaltou que as compras não foram aleatórias e que os itens adquiridos foram os mais demandados por cada instituto. “Claro que a gente não conseguiu receber toda a quantidade que precisávamos, mas é um início. A expectativa que temos é que, se a Universidade criar um procedimento, um fluxo regular de compra de equipamentos por demandas coletivas, será possível atender de forma mais adequada às necessidades da instituição”.
A estudante do 4º período de Engenharia Química, Isys Maciel, participa das aulas práticas de Microbiologia Geral e aprovou a modernização do laboratório: “É muito importante a Universidade receber mais investimentos”.
Já Isabella dos Santos, do 3º período de Agronomia, mencionou a diferença entre os antigos e novos aparelhos: “Esse é mais nítido e de melhor qualidade para a análise”.
As novas aquisições têm um impacto positivo para o ensino. Theresse Holmstrom, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV), ressalta que instalações equipadas com tecnologia de ponta motivam os estudantes: “Aulas que contam com equipamentos modernos atraem mais a atenção dos alunos e podem contribuir para que eles queiram prosseguir na área da pesquisa”.
Opinião compartilhada pela pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária (PPGCTIA), Dayane Melo: “Levando em consideração a importância das práticas, o funcionamento dos equipamentos é a base para que eles tenham acesso a uma formação de qualidade”.
Por Roberto Jones (*)
Além dos graduandos e pós-graduandos, os estudantes do Colégio Técnico da Universidade Rural (CTUR) também foram beneficiados com a aquisição de equipamentos laboratoriais, como o extrator de óleos essenciais e a ordenhadeira mecânica. Segundo Elaine Cristina de Albuquerque, vice-diretora do Colégio, os equipamentos enriquecem as aulas para os alunos de todos os cursos, principalmente as aulas nos laboratórios, que não poderiam acontecer caso não houvesse os equipamentos necessários.
Já o diretor do CTUR, Luiz Carlos Estrella Sarmento, complementa que as aquisições atendem às necessidades de alunos e professores, já que disciplinas de todos os cursos fazem uso de laboratórios, como o de Química, de Alimentos e Bebidas e de Informática. “Alguns cursos, como a maioria dos técnicos, utilizam determinados laboratórios mais do que outros”, disse Sarmento.
Uma das maiores dificuldades enfrentadas na aquisição de novos equipamentos, segundo Rosana Petinatti da Cruz, professora de Química e Química Ambiental, é em relação ao maquinário específico para um só laboratório: “Existem aparelhos que podem ser usados por vários cursos e laboratórios, como a balança. Mas outros, como o aparelho de extração de lipídeos, servem para apenas um laboratório e não recebem tanta prioridade, pois não atendem a mesma demanda dos aparelhos de uso geral”.
Além do Ensino Médio, o CTUR oferece no câmpus Seropédica os cursos técnicos em Agrimensura, em Agroecologia, em Hospedagem e em Meio Ambiente. Conheça mais sobre o Colégio em: http://r1.ufrrj.br/ctur/
(*) Bolsista da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ)