Por Michelle Carneiro
Os números revelam a grandeza da UFRRJ. São 24 mil alunos matriculados, 1.161 docentes e 1.036 técnicos distribuídos em quatro câmpus. Com objetivo de melhorar a eficiência na gestão universitária e, ao mesmo tempo, atender a questões legais, a Rural adotou o Sistema Integrado de Gestão (SIG) desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O SIG/UFRRJ é composto pelo SIGADIM (Sistema Integrado de Gestão da Administração e Comunicação); SIGRH (Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos); SIPAC (Sistema Integrado de Gestão de Patrimônio, Administração e Contratos); e SIGAA (Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas), cuja implantação aconteceu no início deste ano.
Técnico de Tecnologia da Informação da UFRRJ e, atualmente, pró-reitor adjunto da Pró-Reitoria de Planejamento, Avaliação e Desenvolvimento Institucional (Propladi), Fábio Cardozo da Silva analisa os benefícios da utilização do sistema.
Qual foi o objetivo da Universidade ao optar pelo Sistema Integrado de Gestão?
Fábio Cardozo da Silva – A decisão de utilizar um sistema integrado de gestão envolve diversas variáveis. Talvez a que precisa ser destacada é a questão legal: as orientações e acórdãos, tanto da Controladoria-Geral da União (CGU) quanto do Tribunal de Contas da União (TCU), que indicavam a necessidade de a instituição utilizar esse tipo de sistema. Outra questão é a gestão da Universidade em si. É impossível gerir uma instituição deste tamanho com sistemas isolados que não conversam. Para se ter ideia, a utilização de sistemas integrados nas universidades brasileiras já acontece há mais de dez anos.
Quais os benefícios da utilização deste sistema?
F. C. S – Os benefícios são diversos. Primeiro, a concentração de serviços em sistemas web, ou seja, tudo que a Universidade faz em termos de processo e de seus serviços está na web. Outra vantagem é que a base de dados do SIG permite atender a política de dados abertos; então, a instituição se torna mais transparente e de mais fácil acesso. O sistema integra a Universidade e facilita a tramitação dos serviços entre suas diversas unidades.
O SIG é adotado em mais de 30 universidades do Brasil. Como se dá o processo de melhorias no sistema? A UFRRJ tem autonomia para realizar e/ou impedir alterações?
F. C. S – A UFRN, que é a mantenedora do sistema, usa o formato de cooperação. Existem plataformas onde cada uma das universidades que utilizam o SIG podem sugerir modificações, mas isso não quer dizer que estas serão adotadas. Do mesmo modo que, às vezes, a UFRN opta por fazer modificações e nós não temos capacidade de freá-las. Existe até a possibilidade de customizarmos o sistema, mas este não é nosso objetivo. A partir do momento que passarmos a criar modificações específicas para a Rural, perderemos as atualizações que são feitas para todo o grupo. Então, hoje, como a mão de obra da Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Cotic) é muito limitada, trabalhamos apenas com as atualizações da UFRN e do grupo de cooperação, e não com atualizações individuais.
A comunidade universitária também tem relatado algumas dificuldades ao utilizar o SIGAA, principalmente no que diz respeito a diferenças com o sistema anterior. Como a Rural tem lidado com estas demandas?
F. C. S – Primeiro é necessário entender que o módulo acadêmico utilizado anteriormente tinha uma visão mais prática dos processos realizados dentro da Universidade e não tinha uma visão gerencial, nem contemplava a necessidade institucional como um todo. O SIGAA já nasce dentro de um sistema integrado de gestão, ou seja, está alinhado e conectado às outras áreas da Universidade. Muitas das dificuldades percebidas, como as que envolveram o cadastro de estudantes, aconteceram no SIGAA porque os problemas de cadastro já estavam na base de dados do módulo acadêmico. Todas as informações desatualizadas ou incorretas passaram a ser criticadas por esse novo sistema. Muitas vezes o aluno só iria se deparar com a necessidade de acerto de dados ao solicitar emissão do histórico em uma fase mais avançada do curso. A partir de agora, todos os dados dos alunos estarão corretos no sistema, tanto os pessoais, quanto os acadêmicos.
Quais os próximos passos para aumentar a eficiência na utilização do SIG?
F. C. S – A próxima etapa é aumentar o número de processos 100% digitais, o que reduzirá custos e irá conferir mais agilidade ao andamento dos processos. Com isso esperamos aumentar a eficácia do sistema dentro da Universidade.