Diversos projetos e iniciativas tomaram conta do P1 e tornaram a Rural um ambiente acolhedor para quem busca conhecimento
Terça-feira, 17/10, foi o segundo dia da 20º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Desde cedo, o Pavilhão Central (P1), no câmpus Seropédica, foi palco de oficinas, mostras científicas e apresentações de projetos de extensão. Os dois primeiros andares e o jardim externo estavam cheios de estudantes, docentes, técnicos-administrativos e outros membros da comunidade universitária interessados em conhecer os trabalhos realizados pelos novos e antigos pesquisadores da UFRRJ.
Nos jardins do P1
Somente entrar no Pavilhão Central já foi o suficiente para se notar as particularidades da semana. Haviam estandes de doces, artesanatos e roupas que se estendiam até o fim do corredor – uma mostra de empreendedores capitaneada pela Pró-Reitoria de Extensão (Proext). Além disso, também haviam crianças e adolescentes de escolas municipais em uma visita à Universidade, todos correndo e se divertindo. Entre toda aquela agitação, ao avançar alguns passos, era possível ver a mostra científica Morcegos na Praça.
Essa iniciativa, segundo Kátia Fernandes, professora do Instituto de Zootecnia da UFRRJ, e Jennifer Carneiro, aluna e bolsista do projeto, visa contribuir para o fim do estigma sofrido pelos morcegos e esclarecer dúvidas sobre esses animais. Além de responder perguntas dos ouvintes, a dupla também trouxe diferentes exemplares de morcegos e falou sobre as características e importância desses animais para os seres humanos e para o meio ambiente. Enquanto tudo ocorria, os jovens estudantes faziam perguntas, olhavam e tocavam os exemplares expostos, expressando surpresa e animação.
O projeto de extensão Morcegos na Praça também atua em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) para a produção de bathouses, ou seja, compartimentos que se instalam nas residências para que a presença dos morcegos não se torne incômoda. O objetivo é proporcionar uma boa convivência entre o humano e o morcego, uma vez que eles não fazem mal algum para nós.
Um passeio pelo segundo andar
Ao passar pelos corredores e subir as escadas em direção ao segundo andar, visualizamos diversos discentes com seus pôsteres em um número difícil de contar nos dedos, tanto no turno da manhã como da tarde. Alunos de diversas graduações participavam do evento, cada qual com seu projeto de extensão.
Um dos projetos expostos era A importância da conservação de objetos museológicos da discente de Belas Artes, Andressa Santos. Essa pesquisa aborda a necessidade de se atentar quanto à manutenção, bem-estar e importância de objetos com passado histórico, para que esses não precisem de restauração. Nas palavras de Andressa: “A minha preocupação principal é criar a conscientização da importância da conservação patrimonial. É a pessoa entender que às vezes um documento perdido pode ser algo importante para a memória daquele lugar ou de alguma pessoa. Então é a conscientização de que aquilo deve ser preservado, deve ser conservado como memória”.
Além das iniciativas inclinadas ao campo teórico, também houveram as práticas. É o caso do Projeto Equilibrium Rural voltado para o uso de equinos como coterapeutas e para o cuidado com esses animais. A proposta é de que o manejo deles possa auxiliar no processo neuromotor e psicológico dos pacientes. Vale ressaltar que essas atividades também geram bem-estar para o animal e, no fim das contas, todos ganham. Segundo Karoliny Sant’Anna, membro do projeto, a comunicação humano-animal é o ponto central e ambos devem estar confortáveis durante toda a interação.
De volta ao primeiro andar
Ao descer as escadas e seguir pelo outro corredor (aquele que não estava cheio de estandes), podia-se encontrar outra mostra científica, dessa vez era a Cores na Biotecnologia. Essa mostra, apesar de ter um nome simples, trata de um assunto complexo e interessante: a formação das cores.
Os alunos de Engenharia Química presentes na mostra simularam um prisma com CDs e uma caixa de sapatos para demonstrar a complexa formação das cores captadas pelos olhos humanos. Além disso, havia também uma simulação com corante de uma solução saturada de azul de metileno e a interação desta com a fruta pequi a fim de demonstrar a capacidade da fruta de fazer a absorção e propor uma possibilidade de reduzir o estrago causado pela poluição da indústria têxtil.
O segundo dia de SNCT teve a participação de tudo isso e muito mais. O Pavilhão Central (P1) da Rural foi palco de integração entre toda a comunidade. Para Daniele Muniz, professora e diretora do CIEP 156 Dr. Albert Sabin, uma das escolas a visitar a Rural no evento, o diálogo entre Universidade e comunidade está crescendo. “Esse abrir as portas para as escolas públicas principalmente divulga o que nós temos de melhor e mostra para os nossos alunos que eles têm condições de vir pra cá”. Erick Santos, estudante de dez anos do CIEP 156, disse que o evento estava muito bom e que ele estava gostando de todos os estandes.
Acompanhe todas as atualizações sobre o evento no site http://snct.im.ufrrj.br
Por Gabriel Lopes (texto) e Isabela Soares (fotos) – Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ).
Edição: Michelle Carneiro (CCS/UFRRJ).