Nesta última quinta-feira, dia 22 de junho, o reitor Roberto Rodrigues reuniu-se com estudantes da UFRRJ representantes do movimento estudantil e do DCE para uma conversa sobre o Restaurante Universitário de Seropédica.
Estiveram presentes os discentes Caio Soares, William Mendes, Victoria Moreira, Gustavo Marcio, Giovanni Bosco, Anna Luiza Lopes e Amanda Trojahn. Além do reitor, a Administração Central esteve representada pela pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis Joyce Alves, o coordenador do RU Seropédica Ericson Mello e o vice-reitor César DaRos.
O reitor iniciou a reunião explicando sobre os limites orçamentários com os quais as autarquias têm que lidar, ressaltando que a UFRRJ, por ser uma instituição autárquica, também precisa lidar com questões referentes a repasses orçamentários do governo federal e cabe à Administração Central procurar gerir a Universidade da melhor forma tendo em vista essas questões.
Roberto esclareceu que houve uma recomposição orçamentária aprovada no final do ano passado, com os recursos sendo liberados pelo governo federal às universidades em maio deste ano. De forma que será possível terminar 2023, nas palavras dele, “com uma tranquilidade maior”. No entanto, o reitor ressaltou que há uma exceção que vem preocupando a Administração, que é o recurso da assistência estudantil.
“Garantimos o aumento das bolsas acadêmicas e de apoio técnico para a assistência estudantil porque a gente entende que é uma política necessária, mesmo que o governo tenha feito esse aumento nas bolsas acadêmicas Capes e não tenha repassado recurso para as Universidades. O recurso que foi passado foi para a manutenção, para manter a estrutura física. No entanto, nós concedemos o aumento e conseguimos garantir a bolsa. O que vem nos preocupando agora é o Restaurante Universitário”, explica o reitor.
Roberto esclarece que a Administração Central vem promovendo um conjunto de ações para que o RU melhore cada vez mais. “Entendemos, como gestão, que o RU é peça fundamental para manter o aluno na Universidade”, acrescenta. Ocorre que, segundo explica o reitor, o RU é um recurso de assistência social voltado para o estudante, mas que vem sendo utilizado por pessoas que não são alunos da UFRRJ, o que vem provocando o aumento dos custos com o restaurante em Seropédica.
“De fato, aumentou significativamente [o número de pessoas que se alimentam no RU e que não são alunas]. Hoje, se seguirmos neste ritmo, a gente vai ter que escolher: ou paga as bolsas ou o restaurante universitário. Se a gente não tiver uma ação como cidadão, como representante de movimento estudantil, a gente não vai conseguir chegar ao final do ano com o orçamento da assistência estudantil”, esclarece, acrescentando que a Reitoria vem implementando algumas ações e fazendo alguns testes para melhorar o controle de entrada no RU de Seropédica.
Controle de acesso e produção da refeição no RU
Para aprimorar o controle de acesso ao RU, a reitoria vem testando tecnologias. A ideia é que, em setembro deste ano, este procedimento esteja sendo feito de forma mais organizada, sem a emissão de tíquete, como é feito atualmente.
O aluno terá um cartão e comprará crédito para carregá-lo. O acesso ao RU será por meio deste cartão. A Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Cotic) já vem trabalhando no desenvolvimento do recurso. Inicialmente, a ideia é permitir que o aluno tenha o cartão sem crédito, para começar a testar a tecnologia.
“O SIG, que é o sistema de gestão que utilizamos na Universidade, já tem um módulo Restaurante Universitário. A maioria das universidades não usa mais o tíquete. O aluno tem um cartão, ele compra o crédito, que fica na conta, e quando o estudante passa no RU, tem-se o controle. E por que é necessário fazer o controle? Porque o RU é de assistência estudantil, não é de assistência social. Ele tem um público usuário, que é o estudante regularmente matriculado da graduação, da pós-graduação e do CTUR”, explicou o vice-reitor César DaRos na reunião.
César acrescentou que essa alternativa tecnológica para o controle de acesso é viável porque não onera a instituição e que, em breve, a Administração Central promoverá a licitação de uma concessionária para o RU.
“Quando se pensou a reforma do restaurante, não se pensou apenas numa reforma infraestrutural, pensou-se numa modernização. E a ideia de colocar uma concessionária é ter a produção da alimentação dentro do restaurante. Qualquer comida transportada, por mais bem-feita que ela seja, por mais cuidado que se tenha, existe um tempo entre o momento que você produz a comida e coloca dentro do recipiente e transporta. Ali, neste caminho, já vai ter alguma alteração na qualidade original. Então a preocupação nossa, e por isso estamos movendo todos os esforços para finalizar a licitação, é para que proximamente tenha-se uma empresa que vá produzir a comida lá dentro”, concluiu o vice-reitor.
Os estudantes presentes na reunião ressaltaram a importância de que essas mudanças sejam previamente comunicadas com antecedência suficiente para que os alunos se preparem e as filas para acesso ao RU não sejam ampliadas em demasia, atrasando a alimentação deles.
“Eu e Juliana Arruda [pró-reitora de Assuntos Estudantis] fizemos reuniões de orçamento e todas elas estão gravadas no canal da Proaes [YouTube]. Está tudo lá, passo a passo. Juliana fez todos os quadros para vocês verem a situação de calamidade que nós estamos enfrentando na assistência estudantil. Estamos numa situação-limite. É horrível falar desta forma, mas o contexto é esse, então é por isso que de uma hora para outra tentamos uma solução, mas não deu certo. Na segunda-feira, a tentativa que fizemos não deu certo, eram muitos números para digitar e acabou que a fila ficou grande e demorada, então já suspendemos e estamos vendo outra possibilidade, temos um plano em andamento. Mas faremos isso de forma mais organizada”, explica a pró-reitora adjunta Joyce Alves, referindo-se à iniciativa de controlar o acesso ao RU solicitando aos alunos que digitassem suas matrículas na entrada.
“Esse é um momento de união com a Administração Central, o momento de tentar informar à comunidade sobre essa questão com a ajuda do movimento estudantil. Falar da melhor maneira possível [para as pessoas que não têm direito de acesso ao RU] para que ninguém passe por constrangimento”, acrescenta o coordenador do RU Seropédica Ericson Mello.
Ericson explica que essa entrada de pessoas não autorizadas dificulta até mesmo a estimativa correta da quantidade de alimentação que será demandada pelos estudantes diariamente, pois a equipe do RU não faz, atualmente, a comida no local. “A equipe técnica trabalha por estimativa, se a gente não tem o controle, como vamos estimar?”, questiona o coordenador.
Os alunos também levantaram a questão do oferecimento do café da manhã nos finais de semana e de alimentação nos feriados, demandas dos estudantes que se alimentam no RU. Sobre essa questão, o reitor explicou que haverá um estudo, sobretudo avaliando a questão sob o prisma do limite orçamentário, e a resposta será levada ao Conselho Universitário (Consu).
Segurança no câmpus
Também participou do debate, ao final da reunião, o diretor da Divisão de Guarda e Vigilância (DGV) da UFRRJ, Renan Canuto.
Depois da saída dos servidores da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) que estavam atuando na DGV, o reitor Roberto Rodrigues e Renan Canuto tomaram algumas medidas em relação à segurança na UFRRJ, como a parceria emergencial com a prefeitura de Seropédica e a equipe local da PM (Segurança Presente), além de uma reunião, no último dia 13 de junho, com o comandante-geral da polícia militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, na sede do quartel-general da entidade, no centro do Rio de Janeiro. Agora, a expectativa é para a licitação visando à contratação de segurança privada para a Universidade.
Renan diz estar preocupado com a utilização, pelos estudantes, das redes sociais como forma de denúncia de ocorrências no câmpus. O ideal, segundo ele, é que o estudante utilize os canais oficiais para efetuar denúncias, de modo que a guarda possa agir com rapidez.
O diretor ressalta que o número (21) 2681-4646 é o canal telefônico oficial de emergência, para o qual a comunidade acadêmica deve se reportar quando souber de algum ocorrido.
Renan explica que as informações têm circulado primeiro via grupos de Whatsapp para só depois chegarem à vigilância, e que é importante que a comunidade acadêmica se conscientize sobre a relevância de priorizar a comunicação à DGV em primeiro lugar.
“Vamos implantar um novo tipo de trabalho de segurança patrimonial, inclusive usando até os próprios funcionários terceirizados que chegarão para compor a segurança”, explica o diretor.
O reitor informou que a empresa de segurança começará a atuar em 1º de julho, e a equipe terá uma série de treinamentos para compreensão de sua atuação em ambiente universitário, inclusive com ações de conscientização sobre diversidade e inclusão. Também serão adquiridas mais câmeras de segurança para o câmpus.
Por Fernanda Barbosa/ Jornalista da CCS
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