A atividade do Laboratório de Investigação Cardiometabólica (LIC) revelou o impacto da produção industrial de alimentos no organismo
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRRJ) contou, pelo terceiro ano consecutivo, com a oficina “Qual a semelhança entre suco de uva, lasanha de brócolis e sorvete de paçoca? Como nosso corpo enxerga esses alimentos”. A atividade foi elaborada pela equipe do Laboratório de Investigação Cardiometabólica (LIC), motivada pela necessidade de conscientizar sobre conhecimentos de temas importantes para além da Universidade. O evento ocorreu no Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), na manhã de terça-feira (15/10).
A participante Ana Luiza de Aguiar, discente de Biologia, compartilhou as motivações por trás de sua inscrição na oficina. “Quero ter um controle melhor da alimentação, saber como funciona, conseguir entender melhor as tabelas nutricionais para ter um olhar no mercado e conseguir identificar qual alimento é pior quimicamente e quais são mais benéficos.”, contou a estudante.
A atividade desdobrou o tema em quatro momentos, começando com uma exposição sobre as diferenças entre alimentos in natura, minimamente processados e ultraprocessados. Depois, os participantes se dividiram em grupos para discutir tabelas nutricionais e classificar alimentos usando embalagens fornecidas. Na terceira etapa, os grupos desenharam a estrutura do sistema digestório, com os professores disponíveis para esclarecer dúvidas. A oficina foi finalizada com a apresentação de um vídeo sobre a microbiota intestinal e a síntese dos conteúdos explorados.
A coordenadora do projeto, professora Norma Almeida, do Departamento de Ciências Fisiológicas (ICBS), deseja que os participantes saiam da oficina refletindo sobre sua alimentação. “O objetivo é que as pessoas desenvolvam um pensamento crítico, investigativo. Não quero radicalizar a vida de ninguém, mas oferecer informação para que as pessoas tenham noção do que elas estão comendo. Nós somos livres, temos liberdade de escolha, mas assim somos mais conscientes. Então é importante que eu saiba o que eu estou colocando na minha mesa”, ressaltou a docente.
Com essa visão, a equipe planeja expandir o projeto para novos locais, destacando a relevância de discutir alimentação desde a infância. “Quero levar isso para as escolas. As crianças não saberem o que é uma batata é muito assustador. Ver uma criança fazer um achocolatado e ainda querer botar açúcar… Como está o paladar dessa criança? Essas conversas precisam acontecer para desenvolver um senso crítico, eu acho isso muito importante”, comenta Norma Almeida.
Texto e imagens: Beatriz Jansen – estudante do curso de Jornalismo da UFRRJ.
Orientação e revisão: Alessandra de Carvalho – professora do curso de Jornalismo da UFRRJ.
Acompanhe a cobertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no site: https://snct.im.ufrrj.br/