A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) foi palco da oficina Racismo Ambiental: confecção de abayomi como ferramenta de reflexão nesta quinta-feira (19/10). A atividade integrou a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).
A técnica em assuntos educacionais da UFRRJ, Samara dos Santos, guiou a atividade promovida na Casa da Agricultura, Sustentabilidade, Territórios e Educação Popular (Caste), que também abriga o Centro de Integração Socioambiental (Cisa) da Universidade.
Na SNCT, os inscritos na oficina de confecção de abayomi puderam conversar sobre o que observavam no seu entorno em relação aos prejuízos que pessoas marginalizadas, pretas, indígenas, quilombolas, entre outras, sofrem devido ao racismo ambiental. Esta forma de racismo se concretiza quando o Estado e as corporações expandem seus empreendimentos de forma nociva a grupos marginalizados e racializados.
O destaque foi o uso das bonecas abayomi para construir analogias que ampliem a consciência dos ouvintes. Cada um dos inscritos recebeu uma trouxinha de retalhos para a confecção da boneca, conforme descrito a seguir:
Primeiro passo: Desamarrar a trouxinha de retalhos. Um momento para se desvencilhar dos preconceitos e abrir a mente para as reflexões que serão construídas posteriormente.
Segundo passo: A cabeça. Simboliza as cabeças que estão por trás do racismo ambiental. São discutidos os conflitos e suas consequências.
Terceiro passo: Os ombros e braços. Aqui é discutida a importância dos coletivos que abraçam a causa e essas pessoas que sofrem pelo conflito.
Quarto passo: As mãos. Samara explica que as mãos têm participação ativa na resistência: “As mãos simbolizam os coletivos que já estão atuando no avanço de uma sociedade anti-racista”.
Quinto passo: Os pés. A técnica-administrativa conta sobre ancestralidade, raízes e fundamentos da causa.
Sexto passo: As roupas. Com um vestido e um turbante, a reflexão vai chegando ao fim discutindo sobre a importância da cultura e dos valores daquela população afetada pelo racismo ambiental.
Além da oficina promovida na SNCT, o Centro de Integração Socioambiental (Cisa) desenvolve outros projetos de formação acerca das questões socioambientais. “Temos um grupo de formação continuada, aberto a toda sociedade, que se reúne às segundas- feiras, às 10 horas”, conclui Samara dos Santos.
Acompanhe a cobertura da SNCT no site: http://snct.im.ufrrj.br
Por Luiz Felipe Pinheiro (texto e fotos), bolsista de Jornalismo da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ).