Nova lei de inovação em debate

Pela manhã, a mesa reuniu os palestrantes (da esq. à dir.) Thiago Renault, Luiz Carlos Lima, Gesil Amarante, Ada Gonçalves e o pró-reitor de Extensão Roberto Lelis

Organizado pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/UFRRJ), o evento “A Nova Lei de Inovação na UFRRJ – Discutindo o Marco Legal de C, T & I” reuniu especialistas no Auditório Gustavo Dutra, em 12 de julho, para um debate que abordou conquistas, obstáculos e perspectivas do setor nas instituições de ensino superior.

Na parte da manhã, o professor Gesil Amarante, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), de Ilhéus/BA, apresentou o tema “O Novo Marco Legal da Inovação”. Ele chamou a atenção para a importância dos NITs nas universidades. “Esses núcleos podem acelerar o impacto que as instituições têm no desenvolvimento local e nacional”, disse Amarante, que também é diretor técnico do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec).

Ada Gonçalves, analista da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), falou das “Questões críticas do Marco Legal”. Ela observou as dificuldades em conseguir pessoal para os NITs, pois não há concursos específicos. Como forma de driblar essa situação, a analista defende uma maior colaboração entre os núcleos, além da criação e uma estrutura jurídica para contratar quadros.

Já Thiago Renault, diretor da Agência de Inovação da Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor do Programa de Pós-Graduação em Gestão e Estratégia (PPGE/UFRRJ), fez um alerta: “Em nenhum lugar do mundo essa coisa de propriedade intelectual e relação com empresas substitui o investimento governamental nas atividades de pesquisa. É um mito achar que NITs, incubadoras e parques tecnológicos vão representar alternativa de financiamento”. Para o professor, a interação com a iniciativa privada é importante para oxigenar o ambiente universitário, com a sala de aula se aproximando da realidade do mercado. Contudo, as estatísticas mostram, segundo ele, que o setor privado investe pouco em inovação. “No Rio de Janeiro, isso é ainda pior”, argumentou Renault.

Ricardo Pereira, coordenador de Inovação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), completou a série de palestras da manhã com o tema “O uso ético da informação e da propriedade intelectual”. Ele apresentou projetos bem-sucedidos da Agência UFRJ de Inovação, mas lamentou a falta de recursos e o número ainda baixo de pedidos de patente.

Perspectivas do NIT — À tarde, o especialista em inovação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Fabricius Garcia Neto, proferiu palestra sobre a promoção da inovação por meio da ativação e potencialização das relações entre indústria, governo e universidade. Ele apresentou projetos desenvolvidos pela Firjan, como o “Impulsiona”, que busca soluções junto às universidades para desafios tecnológicos enfrentados pelas empresas, e o “Roadshow de Inovação”, que sensibiliza as empresas para a importância da inovação tecnológica.

O vice-reitor da Rural, Luiz Carlos Lima, indicou as perspectivas de atuação do NIT diante do Novo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/2016). “O programa de inovação tecnológica da Universidade deverá contemplar três ações fundamentais: a extensão tecnológica, o polo tecnológico e o parque tecnológico”, afirmou. A Universidade irá estabelecer comissões para trabalhar em cada uma dessas frentes e adequar as propostas já existentes ao Novo Marco Legal.

O evento também contou com a apresentação do NIT/UFRRJ, realizada por sua coordenadora, Cristina Cunha Santos. Também estiveram presentes as docentes Lúcia Helena dos Anjos, pró-reitora adjunta de Pesquisa e Pós-Graduação; Martha Castro, do Instituto de Ciências Exatas e vice-coordenadora do NIT; Regina Cohen Barros, do Instituto de Agronomia e integrante da equipe do Núcleo; e Biancca Castro, do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas.

Vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG), o NIT/UFRRJ foi fundado em 2008 e é responsável por gerir a política de inovação da Universidade, além de atuar para favorecer a transferência de tecnologia e a devida proteção do conhecimento produzido nos câmpus. O Rural Semanal 05/2017 destacou a atuação do Núcleo na reportagem “A inovação no ambiente universitário”, página 5, disponível em https://goo.gl/2aEXQy

Saiba mais sobre o NIT da UFRRJ no site http://institucional.ufrrj.br/nit/

Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ)

Publicado originalmente no Rural Semanal 10/2017.

Postado em 20/07/2017 - 15:13 -