No último dia da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFRRJ (17/10), o auditório da Associação dos Docentes da Universidade Rural recebeu a mesa redonda “Os riscos, desastres socioambientais e mudanças climáticas”, organizada pelos professores Henderson Wanderley, do Instituto de Floresta (UFRRJ), e Viviane Japiassú, do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ).
A mesa começou com apresentação da professora Viviane, que abordou de maneira educativa as classificações de riscos dos desastres ambientais. Ela também demonstrou como o planejamento urbano está disposto, de forma que a população periférica habite áreas de risco, sem contar com mecanismos de governabilidade para lidar com possíveis acidentes.
“A situação socioeconômica do Brasil impulsiona a ocupação de áreas que deveriam ser protegidas, e quem ocupa esses espaços são pessoas que não têm condições de acessar uma habitação regular. A construção dessas moradias acaba não seguindo os padrões de engenharia civil, o que aumenta a vulnerabilidade para a população periférica, que já vivencia uma série de fragilidades e violência do sistema ”, relata a professora.
O professor Henderson destacou que os desastres ambientais aumentam a cada ano, sendo necessário medidas para evitar tragédias. Ele também discutiu sobre o termo “desastre natural”, enfatizando a importância de desnaturalizar esse termo, pois causa a impressão de que não existe um responsável por esses eventos. De acordo com o professor, muitos desastres podem ser evitados através de medidas públicas, e o discurso de “desastre natural” é frequentemente usado pelos governos para desviar a responsabilidade de órgãos que deveriam gerenciar essas crises.
“É muito fácil culpar a chuva por um alagamento que aconteceu, pois ‘não posso impedir a chuva’. Nas entrevistas, os gestores afirmam que o desastre é natural e não há o que fazer. A partir do princípio da desnaturalização, se entende que o evento em si é natural, mas o impacto é social e é esse fator que vai desmistificar a ideia que a culpa é da natureza, na verdade, é da gestão”, argumentou o docente.
Ao final das apresentações, o docente do Instituto de Floresta informou o contato da Defesa Civil e explicou as funções da organização, orientando quando entrar em contato e como ajudar o órgão
Texto e imagens: Rafaela Campos – estudante de jornalismo da UFRRJ.
Orientação: Alessandra de Carvalho – docente do curso de jornalismo da UFRRJ.
Acompanhe a cobertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no site: https://snct.im.ufrrj.br/