Texto: Thaís Melo*
Desde as décadas de 70 e 80, os jogos eletrônicos se popularizam cada vez mais. Com o passar dos anos, o avanço tecnológico fez com que ficassem mais modernos e mais acessíveis. Embora seja comum a maior parte das pessoas terem acesso a eles, o que ainda é raro são pessoas que consigam desenvolver esse material. Pensando nisso, foi criado o curso de “Programação de Games”.
O +Casas da Inovação, parceria entre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Secretaria Municipal de Assuntos Estratégicos, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semacti) da Prefeitura de Nova Iguaçu, visa ofertar diversos cursos gratuitos de inclusão digital que ajudam na capacitação de crianças, jovens e adultos. Um desses cursos é o de “Programação em Games” oferecido desde o ano passado no formato presencial e que este ano por conta da pandemia foi adaptado para o formato online.
Italo Guimarães do Vale, graduado em Tecnologia em Sistemas de Informação pelo Instituto Superior de Tecnologia (IST/Paracambi) e Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária (PPGCTIA/UFRRJ) é o coordenador Técnico do curso desde 2019.
Mas o coordenador não realiza este trabalho sozinho. Ele conta com o auxílio de bolsistas de Iniciação Científica (IC) e de Iniciação Científica Júnior (ICJr). Graças ao trabalho de todos os envolvidos até o momento já foram atendidos pelo curso de games cerca de 700 pessoas. Todos os estudantes atendidos têm idades que variam entre 9 e 18 anos.
De acordo com Italo Vale, a importância em oferecer este tipo de curso na Baixada Fluminense é grande. “O curso consegue possibilitar um contato real com a tecnologia de desenvolvimento de jogos. E assim oportunizar uma quebra da inércia tecnológica que muitos dos alunos vivem, seja pela falta de recursos ou mesmo pela falta de iniciativas que visem um contato mais amplo com a ciência e a tecnologia de maneira geral na Baixada”, explicou.
As aulas seguem uma metodologia elaborada pelos coordenadores técnicos e a coordenação pedagógica do projeto. Existe um material de apoio criado pelo coordenador técnico do curso, mas os bolsistas fazem as adequações do conteúdo levando em consideração a faixa etária e a escolaridade do público alvo do curso.
Ainda segundo Italo Vale a pandemia trouxe algumas dificuldades. “A maior dificuldade foi ajustar o conteúdo criado para as aulas presenciais para as aulas remotas, bem como adaptar a maneira de transferir esse conhecimento à distância”, contou. Para realizar as mudanças necessárias todo o conteúdo foi pensado para ficar bem claro e explicativo em forma de vídeos.
O coordenador considera gratificante fazer parte de um projeto que dá oportunidade a muitas pessoas e que pode vir a render bons frutos no futuro. Aline Monteiro é monitora do projeto +Casas da Inovação nos cursos de “Informática Descomplicada para Web” e “Programação em Games”, a estudante de Pedagogia da UFRRJ, no Instituto Multidisciplinar campus Nova Iguaçu, ingressou no projeto em março deste ano.
Sobre a adequação a nova maneira de ensinar, a monitora ressaltou que toda a reformulação do curso para o novo formato foi feita em apenas duas semanas, um esforço coletivo de toda equipe. De acordo com ela existem dificuldades como o fato de nem todos os alunos terem uma internet de qualidade, mas também existem as vantagens desse novo formato de ensino. “O curso que presencialmente atendia a população de Nova Iguaçu, agora alcança outras cidades, estados e regiões”, contou a futura pedagoga.
Aline Monteiro também comentou o aumento de interesse pelo curso ao longo do tempo. “no 1º ciclo tivemos um total de 422 inscritos, desses apenas 79 eram do curso de “Programação em Games”. Já nesse último ciclo tivemos um total de 439 inscritos apenas no curso de Games, é uma crescente”, explicou a monitora.
A bolsista falou ainda a respeito de como cursos voltados para a área de Games podem beneficiar os estudantes. De acordo com ela dentre as vantagens estão a melhora do raciocínio lógico e o cultivo da criatividade. “Os jogos já fazem parte do cotidiano e também servem como ferramentas para complementar o ensino”, relatou.
Aline também contou que para atender aos alunos com alguma deficiência, como os cursistas com autismo, por exemplo, é oferecido um suporte via WhatsApp. A monitora ressaltou que o curso está passando por uma nova reformulação na plataforma para melhor atender esse público, gerando assim uma maior inclusão e acessibilidade.
Sobre os benefícios do projeto em sua vida, a monitora explicou como é gratificante ler as mensagens dos estudantes ao final curso. E alguns gostam tanto que resolvem fazer outros cursos do projeto. Ajudando a criar os profissionais do futuro, o projeto segue firme no formato online até o final da pandemia.
Frutos do projeto
Sob a orientação do coordenador Italo Vale, a monitora Aline Monteiro juntamente com Sandy Thuller e Lívia dos Santos que também são bolsistas do +Casas da Inovação, fizeram uma história em quadrinhos chamada “Que cor é essa?” que trata sobre racismo. Voltada para o público infantil a história aborda o tema de maneira didática e leve para que as crianças possam compreender a situação de forma clara.
O trabalho foi inscrito no VII Fael (Fórum acadêmico de estudos lúdicos) e ganhou o terceiro lugar na categoria Sessões Técnicas. A história visa conscientizar e reconhecer as diferenças e transparece como o racismo se mostra atualmente na nossa sociedade. Tendo como personagens principais duas meninas, o roteiro aproxima as crianças dos personagens através da identificação, o que torna ainda mais fácil para os mais novos compreenderem a mensagem passada.
Comunicação Proext*
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