Iniciativa fortalece parceria entre a Universidade e a Educação Básica
Recém-lançado pelo Observatório de Educação Especial e Inclusão Escolar (ObEE) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o Portal de Práticas Educacionais Inclusivas tem como objetivo principal divulgar práticas pedagógicas sobre acessibilidade e inclusão aplicadas ao público da Educação Especial.
O conteúdo, apresentado em resumo expandido, vídeo ou coletâneas, relaciona-se a diferentes campos do conhecimento. Em comum, destaca-se o fato de a plataforma apresentar o trabalho de profissionais atuantes na rede pública de ensino durante a pandemia de Covid-19, tanto no ensino básico quanto no superior, com predominância das ações realizadas na Baixada Fluminense.
As experiências educativas envolvem estudantes com altas habilidades/superdotação; transtorno do espectro autista; deficiência física; surdez ou deficiência auditiva; deficiência visual: cegueira e baixa visão; surdocegueira; deficiência múltipla; deficiência intelectual; e síndrome congênita do Zika Vírus.
A iniciativa, que busca fortalecer o ensino público, é coordenada por Márcia Denise Pletsch, docente da UFRRJ e coordenadora do ObEE; Saionara Corina Pussenti Coelho Moreira, professora da Rede Municipal de Educação de Nova Iguaçu; e Mariangela de Campos Dias, técnica em Assuntos Educacionais da UFRRJ.
Os relatos divulgados no primeiro volume provocam reflexão sobre o agravamento das desigualdades e precariedades nas escolas em decorrência da pandemia e, por consequência, da necessidade de adoção da modalidade remota de ensino. As experiências indicam que contornar as dificuldades somente foi possível diante da parceria entre escola e família e do trabalho multiprofissional realizado pelas instituições.
Parceria fundamental
Márcia Pletsch ressalta que a parceria firmada entre a Universidade e a Educação Básica é essencial para avanços no desenvolvimento educacional. “Essa prática é muito comum em diferentes países, em que a universidade é uma aliada por meio de parcerias público-público e contribui em programas de formação continuada de professores, na elaboração de diretrizes pedagógicas e no debate sobre desafios enfrentados na escola. Isso, por sua vez, pode subsidiar a construção de políticas públicas. Assim, produzimos ciência aplicada na melhoria da qualidade de vida da população. Aqui, em particular, nosso foco tem sido as pessoas com deficiências”.
Como exemplo, a cientista menciona as iniciativas realizadas pelo Fórum Permanente de Educação Especial numa perspectiva Inclusiva do Sul e Baixada Fluminense, que foi criado em 2015 no ObEE/UFRRJ e conta com a participação de profissionais da educação do câmpus Nova Iguaçu da UFRRJ e do câmpus Duque de Caxias da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), bem como de gestores de Educação Especial de 11 redes de ensino da região.
Uma das ações desenvolvidas em 2020 envolve a elaboração de propostas para a chegada das crianças com Zika Vírus na escola, considerando que a Baixada Fluminense foi uma das regiões mais afetadas no estado do Rio de Janeiro. A notícia sobre essa iniciativa pode ser lida aqui. “Realizamos um estudo e um piloto com 50 profissionais em uma das redes participantes do Fórum. Esse piloto agora será replicado para dois mil professores da Educação Básica numa parceria também público-público envolvendo a UFRRJ e o estado do Rio de Janeiro por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia e da Fundação Cecierj”, conclui Márcia.
Para saber mais, acesse: https://obee.ufrrj.br/portal-de-praticas-inclusivas/
Por Michelle Carneiro, jornalista da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ).