O antropólogo Nuno Porto ministrará o curso Arte Contemporânea Africana, de uma perspectiva etnográfica, no câmpus Nova Iguaçu da UFRRJ, de 23 a 26 de julho de 2018. O curso não terá caráter estritamente acadêmico. Para participar, basta preencher o formulário de inscrição e enviá-lo para o e-mail imigracaocoisas@gmail.com . Clique no link a seguir para baixar o documento: https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2018/06/Formulario-de-inscricao-curso.docx
O curso será ministrado em português e contará com bibliografia majoritariamente nesse idioma. A proposta inclui a gravação e transcrição das aulas e intervenções para produção de um livro em PDF sobre o assunto.
Nuno Porto é curador das coleções africana e brasileira do Museu de Antropologia (MOA) da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC). Algumas das questões sobre as quais ele vem se debruçando dizem respeito ao “papel dos museus e coleções, as relações entre ‘nativos de museu’ e comunidades de origem, as articulações entre disciplinas, habilidades, política, a diplomacia e os imponderáveis envolvidos na confecção de exposições, bem como as complexas e delicadas teias institucionais e pessoais ao longo das quais todas estas são colocadas em operação”. Seu mais recente trabalho é “Amazônia, the rights of nature” que está atualmente em exibição no MOA. Nessa mostra ele apresenta de maneira criativa as formas de resistência dos grupos indígenas às ameaças aos seus espaços físicos e simbólicos.
SERVIÇO:
Curso Arte Contemporânea Africana
Período: De 23 a 25 de julho, de 10 às 13h; 26 de julho, de 10 às 13h e de 14 às 17h.
Ementa: Este curso está organizado como uma exploração etnográfica sobre as obras de artistas africanos contemporâneos de todo o mundo, nos últimos 30 anos. O curso segue exposições importantes que, ao longo do tempo, estabeleceram a noção de Arte Africana Contemporânea como um campo coerente da prática artística. Enfoca, em cada uma das cinco sessões: a) um tema, b) um grupo de artistas e c) uma ou mais exposições, explorando as obras e as trajetórias que abordam de forma crítica questões éticas, sociais, econômicas e políticas herdadas de distintas histórias coloniais e a sua superação nas esferas globais a partir de um repositório diversificado de epistemologias africanas, perspectivas, experiências e correntes estéticas. Por meio de uma abordagem etnográfica sobre as obras de arte, artistas, curadores e colecionadores, o curso destaca o estabelecimento progressivo deste campo da prática artística como o esforço concatenado de uma rede de agentes (artistas, curadores, colecionadores, etc.) e instituições (museus, galerias de arte, academias, etc.).
Objetivos: a) familiarizar os alunos com um conjunto de obras de arte que materializam o campo da arte africana contemporânea; b) comparar e contextualizar as obras dos artistas africanos contemporâneos em diferentes tradições visuais e movimentos artísticos; c) problematizar e explorar criticamente o potencial heurístico dos termos “africano” e “contemporâneo” na expressão “Arte africana contemporânea”; d) situar esse corpo de trabalho nas principais tendências globais, identificando agentes, mercados e instituições ativamente envolvidos na sua produção e disseminação; e) articular a consolidação deste campo da prática artística com a história contemporânea da África, desde a formalização do colonialismo moderno na Conferência de Berlim (1884-1885) até o presente.
No final deste curso, os alunos poderão: a) identificar obras de arte africanas contemporâneas e seus autores; b) situá-los de forma crítica em narrativas mais amplas do colonialismo, de empreendimentos pós-coloniais e de discursos nacionais e diaspóricos; c) reconhecer como diferentes histórias imperiais influenciaram a formação dos países africanos contemporâneos; d) compreender o impacto das práticas curatoriais sobre o conhecimento público.
Comentário de encerramento: Antropólogo Nuno Porto.