A química está em tudo, inclusive na SNCT. Com formas inovadoras de ensinar, projetos de extensão promovem atividades incríveis no Instituto de Química (IQ/UFRRJ)
No dia 18 de outubro, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) impulsionou atividades no Instituto de Química (IQ) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Diversos estudantes de escolas visitantes e, até mesmo, ruralinos participaram das interações promovidas pelos projetos de extensão. Com o objetivo de transmitir o conhecimento da química de forma lúdica, os projetos de extensão Descobrindo a Ciência: Ensinando Química Através de Assuntos Cotidianos e a Inclusão e Cienciando articularam atividades interessantes e dinâmicas que, com certeza, marcaram os participantes.
Sabe-se que existem áreas de conhecimento que sofrem por serem caracterizadas como muito complicadas e a química é uma delas. “Recebemos alunos do Ensino Médio e Fundamental a partir de quatro anos de idade. Eles vêm para dentro do laboratório para fazer experimentos que mostram que a química tá dentro do cotidiano deles. (…) A gente queria desburocratizar o ensino da disciplina e, para isso, nada é melhor que ensinar de forma lúdica”, é o que defende Vanessa Gomes Almeida, professora do Departamento de Química Analítica da Rural e coordenadora do Descobrindo a Ciência. O projeto existe desde 2016 e para esta edição da SNCT, além das atividades no laboratório, resolveu trazer algo novo: a primeira versão do jardim sensorial – atividade que consistiu em retirar o sentido da visão dos participantes com o uso de vendas e fazê-los interagir com plantas em plataformas. O intuito do exercício era mostrar aos alunos as particularidades não só dos seus sentidos, mas também de cada material utilizado.
Já o projeto Cienciando, que visa melhorar as metodologias de aprendizado através do ensino ativo, propôs uma atividade envolvente para todos os participantes: uma investigação criminal. O que a princípio não parecia ter a ver com a disciplina de química se mostrou cada vez mais entrelaçado com ela na medida que utilizava-se de reações, elementos e conceitos da química para entender os desdobramentos do caso. A história ficcional tratava de um assassinato em área de garimpo ilegal. O objetivo era que os participantes resolvessem o enigma a partir da interação com pistas deixadas pelo cenário. Felizmente, essas pistas só faziam sentido após alguma interação específica com a química. Isso fez com que os participantes estudassem e visualizassem particularidades e conceitos da matéria na prática. Confira algumas imagens da atividade A Química Forense no combate ao crime ambiental (fotos de Yasmin Alves):
Segundo Lidiane Diniz, membro do grupo e discente de Química, além de estimular o estudo da química, o projeto também discute a necessidade da preservação ambiental, os problemas decorrentes do espalhamento de notícias falsas e a importância da preservação dos povos indígenas. Ainda sobre esse ponto, a atividade foi inspirada por trágicos acontecimentos recentes com o povo Yanomami e contou com um discente indígena e amazonense para garantir que a atividade não esbarrava em algum tipo de preconceito.
O terceiro dia de SNCT (18/10) no Instituto de Química contou com atividades que proporcionaram uma forte integração entre a UFRRJ e a comunidade. É certo que tudo que foi vivenciado pelos diversos frequentadores do evento não será esquecido tão facilmente, os dois projetos de extensão se empenharam muito para trazer atividades excelentes, e foi um sucesso. “É muito importante ter alguém que mostre para os alunos que a química é interessante, que não são só quadrados ou fórmulas intermináveis e reações chatas de balancear”, é o que diz a aluna de Química da Universidade Rural, Débora Jardim. Não seria absurdo algum dizer que após esse dia os participantes passaram a olhar para a química com maior interesse e ótimas recordações.
Acompanhe a cobertura da SNCT na UFRRJ no site http://snct.im.ufrrj.br
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Por Gabriel Lopes (texto), bolsista de Jornalismo da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ).
Fotos: Gabriel Lopes e Yasmin Alves (CCS/UFRRJ).
Edição: Michelle Carneiro (CCS/UFRRJ).