Por João Henrique Oliveira (CCS/UFRRJ)
Em janeiro de 2017, a UFRRJ deu início à obra de modernização de sua rede de fibra ótica. Naquele momento, foi construída a primeira parte de uma estrutura subterrânea em formato de anel para atender o trecho da Universidade onde estão localizados os prédios com mais laboratórios de tecnologia – como os institutos Ciências Exatas (ICE) e Tecnologia (IT), entre outros. Neste ano, um novo segmento está sendo preparado. Ele vai ligar partes do outro lado do câmpus, como os institutos de Floresta (IF), Agronomia (IA) e Ciências Biológicas (ICBS). O objetivo continua sendo o mesmo: aumentar a qualidade do fluxo interno de dados e evitar incidentes por conta de cabos rompidos em escavações ou incêndios.
A obra deste ano traz novidades em relação à intervenção anterior. Naquela ocasião, os recursos foram obtidos através do edital CT-Infra, instituído pela Financiadora de Projetos (Finep). Desta vez, o dinheiro empenhado – ou seja, reservado para efetuar o pagamento da obra – veio do orçamento da própria Universidade. O valor também é maior em relação ao anterior: no CT-Infra, a construção foi orçada em R$ 446 mil; agora, foram empenhados R$ 530 mil.
Outra diferença diz respeito à execução do projeto, conforme explica o pró-reitor adjunto de Planejamento e gestor do contrato, Fábio Cardozo: “Para a construção da primeira etapa, adquirimos um projeto fechado. Agora, fizemos uma ata de registro de preços [recurso usado na contratação de bens e serviços, por meio de licitação], e temos mais autonomia para a realização da obra, podendo ampliar e modificar de acordo com os recursos disponíveis. Quer dizer, dessa vez nós fizemos o projeto; e a empresa contratada executa o que está definido nele”.
‘Tatuzinho’
Mudanças estruturais e operacionais também caracterizam a obra deste ano. Um dos aspectos a destacar é a utilização de uma máquina perfuratriz chamada MND Navigator – conhecida como ‘tatuzinho’. O dispositivo, utilizado pela empresa contratada, realiza as perfurações para a colocação das canaletas pelas quais passam os cabos. De acordo com Fábio Cardozo, o “tatuzinho” é menos destrutivo do que os tratores comumente usados, além de ser mais rápido e barato que os métodos tradicionais. “Não foi uma especificação da Rural. No entanto, fomos felizes na licitação – que foi muito bem-feita – e a empresa selecionada trouxe essa tecnologia”, disse Cardozo.
O caminho e a forma original do projeto também foram ligeiramente alterados. Segundo Cardozo, a estrutura de anel se transforma, em alguns locais, numa “estrela” – ou seja, um ponto centralizado que espalha as conexões para outros. Além disso, foram adicionados novos espaços, anteriormente não atendidos pela rede: o Pórtico, o Centro de Arte e Cultura (CAC) e o Colégio Técnico (CTUR).
“Estamos fazendo um caminho diferente do original, substituindo trechos que não estavam com infraestrutura adequada e recuperando caixas de passagem danificadas”, afirmou o analista de Tecnologia da Informação Renato Gomes de Souza, que é um dos fiscais da obra. Souza também disse que a fibra ótica utilizada nesta expansão é de uma tecnologia mais moderna, chamada de monomodo. Segundo o técnico, ela possibilita um tráfego de dados mais veloz em distâncias maiores.
Para Fábio Cardozo, o processo de modernização da rede de fibra ótica já está dando resultados. “Dá para perceber isso pelo número de interrupções nos institutos, que foi praticamente nulo neste ano”, avaliou o pró-reitor adjunto, acrescentando que a evolução no setor deve continuar. “A obra está acontecendo e nossa ideia é que seja algo contínuo, durante a vigência do contrato – até o ponto em que não haja mais expansão a fazer, somente manutenção”.
Publicado originalmente no Rural Semanal 11/2019