A UFRRJ recepcionou nesta terça-feira, dia 4 de setembro, 174 vigilantes vindos da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) de Belo Horizonte. No total, serão 214 novos servidores movimentados que integrarão o quadro da Divisão de Guarda e Vigilância (DGV) nos quatro câmpus, reforçando a segurança e atendendo a uma demanda antiga da comunidade universitária.
“Nossa Guarda e Vigilância já foi composta por cerca de 200 vigilantes. Mas devido às aposentadorias e em função da suspensão da possibilidade de contratação desses servidores por concurso público, hoje temos cerca de 40 vigilantes. Então agora estamos recompondo essa estrutura com a chegada de 214 profissionais”, explicou a pró-reitora de Assuntos Administrativos Amparo Cupolillo.
No primeiro dia de ciclo de palestras de integração e capacitação dos novos vigilantes, a ideia foi apresentar o ambiente universitário, tanto em relação à administração quanto na atuação junto aos estudantes, que há muito tempo vêm demandando ações mais efetivas nesta área de segurança dentro dos câmpus.
A atual gestão vem procurando atuar em várias frentes para lidar com essa questão. O pró-reitor de Assuntos Estudantis Cesar Da Ros explica que, na primeira semana de gestão do atual reitor Ricardo Berbara, as representantes do movimento ‘Me Avisa Quando Chegar’ procuraram a Administração Central, pleiteando maior atenção à questão da vulnerabilidade dos alunos (especialmente das alunas) dentro do câmpus de Seropédica. A partir de então, o pró-reitor menciona que algumas medidas foram tomadas, como a contratação de uma empresa para o controle e poda da vegetação; outra para a manutenção predial, efetuando a troca frequente das lâmpadas; a implantação do sistema de monitoramento por câmeras, ainda em processo de plena implementação; e a quarta medida, que culmina no dia de hoje, trazendo mais vigilantes para os câmpus da UFRRJ.
“Temos o segundo maior câmpus universitário do país, com mais de 3.500 hectares, e a disposição dos nossos prédios é dispersa. Então, a locomoção interna e a segurança são questões cruciais para o câmpus de Seropédica. Nesse sentido, conseguimos que as empresas de ônibus passassem a entrar no câmpus, principalmente à noite, no horário de término das aulas. Isso reduz a exposição do aluno no ponto de ônibus externo ao câmpus. Conduzimos também negociações com a Polícia Militar para fazer uma presença ostensiva nos pontos externos e ampliamos os horários do ônibus circular (conhecido como ‘Fantasminha’) para facilitar a locomoção interna”, explica Da Ros.
Reforço na segurança – Os vigilantes recém-chegados serão alocados nos quatro câmpus, considerando as especificidades de cada espaço a fim de levar vigilância para locais estratégicos. A DGV faz um mapeamento das manchas de ocorrências; com isso, a intenção é atuar com inteligência dentro dos câmpus.
“Hoje estão chegando aqui servidores qualificados, que já atuavam como agentes de vigilância na CBTU, então isso é um grande ganho para a Universidade. Teremos um período de adaptação e capacitação para que eles se ambientem à realidade universitária e depois vamos distribuí-los pelos quatro câmpus. Em Seropédica, por exemplo, onde hoje há área ditas ‘inabitadas’, voltarão a ser habitadas. Teremos vigilantes próximos à ciclovia, ao pórtico, à entrada do ICHS, que são locais críticos que estavam descobertos. Em Seropédica serão cerca de 180 vigilantes que reforçarão também nosso sistema de controle de ocorrências, com o mapeamento de áreas conflituosas, onde identificamos as áreas críticas e alocamos esses servidores”, disse o chefe da DGV Renan Canuto.
O pró-reitor adjunto de Assuntos Administrativos Marcelo Sales foi o responsável por dar início ao processo de movimentação desses servidores da CBTU para a Rural, trazendo uma inovação para a máquina pública. Isso abre a possibilidade de que outras Ifes façam o mesmo, pleiteando movimentações semelhantes junto ao governo federal.
Marcelo explica que o processo se iniciou em julho de 2017, quando um grupo de servidores da CBTU de Belo Horizonte, residente no Rio de Janeiro, procurou a UFRRJ para tentar a movimentação para a Universidade, que já tem experiência com anistiados. Marcelo ressalta que a legislação dos anistiados é diferente, por isso foi necessário buscar outros meios de efetivar essa transferência. Após estudo da legislação e o encaminhamento de alguns ofícios ao Ministério das Cidades, além de reuniões com a CBTU, a UFRRJ solicitou a reunião com o Ministério do Planejamento para averiguar como seria possível efetuar essa movimentação amparada pela lei. Em fevereiro de 2018, o ofício foi encaminhado ao Planejamento, que respondeu com uma nota técnica prometendo a análise do pleito mediante algumas informações. Após a análise da documentação, o Planejamento emitiu a Portaria 193, que permite a movimentação de servidores via Planejamento, a fim de recompor força de trabalho de qualquer instituição. Logo em seguida, o processo da UFRRJ foi concluído, permitindo a vinda dos vigilantes através da Portaria 7368, de 13 de agosto de 2018.
“Esses 214 vigilantes da CBTU estão cedidos à UFRRJ por tempo indeterminado. Trata-se de uma iniciativa que foi uma inovação para a administração pública também, e será um ganho para a Universidade, para os servidores e discentes, mas também para os vigilantes, que vão trabalhar mais próximo de suas residências”, explica o pró-reitor adjunto.
Iniciativa pioneira – Marcelo ressalta que o responsável pelo pagamento desses servidores continua sendo a CBTU. A responsabilidade da UFRRJ consiste em não desviá-los de função e encaminhar a frequência deles para o órgão de origem, todo o restante fica a cargo do RH da CBTU. “Não precisamos transferir nenhum recurso para a CBTU porque ela também está ligada à esfera federal”, esclarece Marcelo.
No Fórum Nacional de Pró-Reitores de Gestão de Pessoas (Forgepe) e na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a UFRRJ já foi procurada por outras Ifes interessadas em saber como se deu todo o processo de movimentação dos servidores, mostrando a iniciativa pioneira de nossa instituição.
“É um momento de extraordinária importância para a Rural e para o serviço público em geral. Há um ano iniciamos essa movimentação, com muita dificuldade pelo caminho, culminando nessa portaria emitida pelo governo. Hoje se abriu uma porta importantíssima para todas as universidades públicas receberem trabalhadores com perfis diversos, voluntariamente, para suprir deficiências que o próprio Estado nos impôs”, declarou o reitor Ricardo Berbara na solenidade de abertura.
Na ocasião também estiveram presentes o representante da CBTU Washington Sousa, o presidente do sindicato dos policiais ferroviários federais Antonio Decco, entre outras autoridades policiais, políticas e dirigentes da UFRRJ. O ciclo de integração e capacitação dos novos vigilantes segue até 10 de setembro, para acessar o conteúdo das atividades, visite http://portal.ufrrj.br/ciclo-de-integracao-e-capacitacao-dos-novos-vigilantes-da-ufrrj/
Texto: Fernanda Barbosa (CCS/UFRRJ)
Imagens: Matheus Brito, estagiário de Jornalismo da CCS/UFRRJ