Cerca de 7 mil pessoas participaram de evento cívico do município de Seropédica, realizado no entorno do Pavilhão Central, na última sexta-feira, dia 2, em comemoração ao bicentenário da independência do Brasil. Foi o primeiro desfile após dois anos sem atividades desta natureza no câmpus-sede, em função da pandemia de Covid-19. O ponto alto do encontro foi o desfile de estudantes das escolas municipais, desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental. Mas outros grupos organizados, como o de idosos da cidade, participaram do evento, ao som tradicional da Fanfarra Municipal.
Segundo a secretária municipal de Turismo e Cultura de Seropédica, Mônica Figueiredo, houve um grande planejamento para a comemoração do Dia da Independência. “A expectativa foi a melhor possível, por uma questão de simbolismo da cidade. O desfile sempre retratou a história, as origens e como foi conhecida a cidade de Seropédica. O município tem um conteúdo histórico muito importante, porque aqui também foi rota da família imperial, e a gente tem, por meio da UFRRJ, o acesso à ciência e à cultura”.
Além da população que, representada em sua maioria pelos estudantes, participou do desfile, marcaram presença na Rural os familiares das crianças que desfilaram. É o caso da mãe da pequena Ísis Eloá, que cursa o 2° ano do Ensino Fundamental, na Escola Municipal Lígia Rosa Gonçalves Ferreira. Para ela, estar na Universidade foi uma oportunidade também de aprender: “é importante que Ísis participe do desfile para entender melhor sobre a história do município, ter uma convivência com outras pessoas, ter amor pela nossa cidade e pelos estudos”.
Já para Paulo Anderson Cardoso de Souza, avô de Rian de Souza Monteiro, que representava o Colégio Alfredo Prado, o evento deve ser praticado como uma tradição pelas próximas gerações. Segundo ele, “o desfile mostra para as crianças o tanto que isso é importante na vida delas e que devemos manter esse costume”.
Vários grupos que participaram do desfile representaram fatos históricos de Seropédica. Desde o surgimento da cidade, que se deu de forma mais organizada em meados do século XVII, quando houve a exploração do território onde hoje estão os municípios de Seropédica, Itaguaí e Paracambi. Por aqui, passaram, inclusive, padres jesuítas, que deixaram sua marca na educação. A área também foi cenário de muitas atividades rurais e comerciais até 1880, com a exportação de cereais, café, açúcar, farinha e aguardente.
O Brasil declarou sua independência de Portugal em 7 de setembro de 1822. De lá para cá, houve várias manifestações históricas e culturais país afora, relembrando o fato, que tem várias facetas e possibilidades de interpretação. Independentemente das leituras do episódio, a educação e o relacionamento com as cidades onde tem seus câmpus são objetivos prioritários da UFRRJ. Desta forma, a Universidade abriu suas portas para receber estudantes, seus familiares, moradores e autoridades de Seropédica.
Roberta de Siqueira é professora da escola municipal Nelson Fernandes Nunes. Para ela, o encontro de escolas, moradores e universidade é um momento único, principalmente para os estudantes: “o desfile representa a questão da cidadania, valores de respeito à nossa pátria que os alunos vão levar para o resto da vida, respeito aos símbolos nacionais, à natureza e ao próximo. Então, esse momento vai culminar na socialização e na união das pessoas. Acredito que eles vão levar isso para a vida deles. Estão super eufóricos, empolgados e felizes”, comentou a docente.
Com os indicadores de Covid 19 em baixa e o aval das autoridades sanitárias, foi possível realizar o evento na Rural. Segundo o reitor da UFRRJ, o desfile foi um momento de extrema relevância para o relacionamento da Universidade com o município. “Foi importante por dois motivos: primeiro porque pudemos resgatar um tema histórico da Universidade, uma tradição de muito tempo na sua interação com a cidade. Segundo, porque pudemos abrir o nosso câmpus a todos os estudantes do Ensino Fundamental do município de Seropédica. Isso mostra uma universidade extensionista, que dialoga com o seu entorno. Destacamos, assim, a importância da nossa comunicação com a cidade onde estamos inseridos”.
Fotografias: João Pedro Victorino e João Viktor Moraes (CCS/UFRRJ)