Na última quinta-feira (27/03), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) realizou seu I Workshop com a Indústria de Celulose e Papel e seus Fornecedores. Organizado pelo grupo de pesquisa do Laboratório de Biorrefinaria Lignocelulósica (LBL) do Departamento de Produtos Florestais, Instituto de Florestas (DPF/IF), o evento trouxe as tendências e os desafios do setor, e uniu a teoria à realidade industrial aplicada.
Além de trazer as tendências e desafios do mercado, a programação do workshop contou com sessões técnicas sobre as aplicações de biorrefinaria na indústria de celulose e papel, com foco na produção de polpa celulósica, energia e bioprodutos.
O processo de refino é bastante utilizado na indústria petrolífera, através do qual o petróleo cru, extraído dos poços, gera uma variedade de derivados como o diesel, a gasolina e o gás de cozinha. Nas biorrefinarias a transformação acontece a partir da biomassa como matéria-prima, que no setor florestal, é a árvore. A prática é uma grande aliada ao modelo de bioeconomia e gera uma gama alargada de produtos e combustíveis de origem sustentável.
Realizado no Pavilhão Central (P1), câmpus Seropédica, o evento trouxe especialistas e profissionais da área para compor as mesas e discutir sobre o tema. Além disso, os alunos do LBL puderam expor suas pesquisas em sessões de pôsteres disponíveis durante todo o evento. Ao longo da manhã e tarde, graduandos, pós-graduandos, docentes, convidados e palestrantes de todo o país puderam trocar conhecimento e experiências.
Biorrefinaria florestal no Brasil
Compondo a mesa de abertura, o diretor do IF/UFRRJ, professor Roberto Carlos Costa Lelis, ressaltou a importância da biorrefinaria florestal no Brasil. “Nós temos hoje uma produção de 25 milhões de toneladas ao ano. O Brasil tornou-se um dos principais produtores de celulose do mundo. Nós geramos, no setor, quase 2,7 milhões de empregos diretos e indiretos”, explicou. Os dados apresentados pelo professor são da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), que demonstram como o Brasil é o maior exportador e o segundo maior produtor de celulose do mundo.
Em 2024, o presidente da IBÁ, Paulo Hartung, anunciou investimentos de R$ 105 bilhões até 2028 na indústria de papel e celulose. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) Geraldo Alckmin, destacou o anúncio como “superimportante” e pontuou como a indústria é inovadora. “É um setor que representa bem a Nova Indústria Brasil”, disse.
A integração entre a universidade e a indústria de celulose e papel proposta pelo workshop é essencial para aprofundar o ensino, a pesquisa e a extensão nessa área tão promissora. Durante a cerimônia de abertura, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG/UFRRJ) José Luís Luque, deu destaque ao novo curso da UFRRJ de Mestrado Profissional em Tecnologia de Processos de Celulose e Papel, lançado ao final do ano passado. “Esse é um grupo forte de pesquisa, que tem relações consolidadas e parcerias fortes pelo Brasil. Começou com 140 inscritos, um início auspicioso. Esse evento é uma demonstração da exata validade da iniciativa.”, comentou.
O evento ocorre na mesma semana em que é inaugurada a Biblioteca Setorial Nacional de Celulose & Papel Celso Edmundo Bochetti Foelkel, no IF/UFRRJ. Um acervo único e gratuito à comunidade acadêmica.
Texto: Ana Clara Tavares, estagiária de Jornalismo da CCS/UFRRJ
Fotos: Laís Veiga, estagiária de Jornalismo da CCS/UFRRJ
Edição e publicação: Fernanda Barbosa, jornalista e coordenadora da CCS/UFRRJ