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UFRRJ promove disciplina inédita sobre escrita científica e uso ético da inteligência artificial

Disciplina reuniu pós-graduandos para debater integridade acadêmica e práticas responsáveis com IA generativa

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) deu um passo na atualização das práticas acadêmicas ao ofertar, em novembro de 2025, a disciplina “Escrita Científica e Prevenção do Plágio com Apoio da Inteligência Artificial”, iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG) em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEduc).

Realizada presencialmente nos dias 18 e 25 de novembro, no câmpus Seropédica, a formação reuniu cerca de 90 pós-graduandos e foi ministrada pela professora Edmea Oliveira dos Santos, do Departamento de Teoria e Planejamento de Ensino e PPGEduc. A proposta buscou responder a uma demanda crescente da comunidade acadêmica sobre a integração de ferramentas de inteligência artificial à pesquisa sem comprometer a ética, autoria e integridade científica.

De acordo com o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor José Luis Luque, o sucesso desta disciplina demonstra a relevância da participação da pós-graduação da UFRRJ nos debates contemporâneos da ciência. “A adesão expressiva dos alunos confirma que existe uma demanda crescente por formação crítica e inovadora. Ao integrar a inteligência artificial ao pensamento científico, mostramos que a inovação precisa caminhar junto com a responsabilidade ética. A pós-graduação tem um papel essencial nesse processo, que contribui para formar pesquisadores capazes de utilizar a tecnologia como instrumento de qualificação da pesquisa e de impacto social positivo”, disse.

Ao longo dos dois encontros, os participantes mergulharam em discussões sobre fundamentos e dilemas éticos das IA generativas, como o ChatGPT, explorando seu impacto na escrita acadêmica e nas rotinas de pesquisa. Foram abordados temas como pedagogia do prompt, voltada para elaborar comandos éticos e eficientes; ciberacessibilidade; prevenção do plágio e estratégias de validação textual em ambientes digitais; e competências digitais essenciais ao pesquisador contemporâneo.

A proposta articulou debates conceituais, atividades práticas e exercícios de reflexão crítica sobre o uso responsável das tecnologias emergentes.

O estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais (PPGCAF), Rogério Rodrigues dos Santos, participante da disciplina, destacou a importância da formação para sua trajetória acadêmica: “A disciplina foi rica em conceitos e facilitou o entendimento de como operar a inteligência artificial generativa de forma a enriquecer a pesquisa, mantendo a originalidade e autoria. Uma das minhas preocupações era não cometer plágio e me manter nos limites éticos durante a elaboração de projeto e desenvolvimento de minha pesquisa”.  Segundo Rogério, a professora e seu grupo de pesquisa apresentaram estratégias inteligentes de uso de IA para melhor compreensão dos textos e artigos acadêmicos e para o desenvolvimento do “self” ao interagir com a máquina.

Com a conclusão da disciplina, a PROPPG reafirma o compromisso da UFRRJ em promover práticas acadêmicas alinhadas às transformações tecnológicas que impactam a ciência. A formação fortalece a construção de uma cultura de integridade, criticidade e inovação, colocando a universidade na vanguarda dos debates sobre ética digital e produção científica no país.

Texto e fotos: Jonathan Monteiro, jornalista e bolsista de Jornalismo da PROPPG/CCS.

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