A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro realizou, no dia 21 deste mês, a primeira coleta de resíduos químicos no câmpus Seropédica, de forma planejada, e que será mantida periodicamente, pois prevê um serviço a ser realizado em etapas, para garantir o atendimento integral da necessidade da UFRRJ. A iniciativa, coordenada pela Casa da Agricultura, Sustentabilidade, Território e Educação Popular (Caste), ocorreu no Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), onde o material já estava estocado e pronto para a remoção. A retirada dos conteúdos foi feita pela empresa Saniplan Engenharia e Serviços Ambientais Ltda, através de contrato assinado com a Universidade, após licitação. O contrato foi elaborado a partir de orientações do Tribunal de Contas da União (TCU).
A retirada de resíduos químicos representa uma ação de extrema importância para garantir a segurança e o bem-estar de todos que circulam pela Universidade. Vários laboratórios são frequentemente utilizados para experimentos e pesquisas, sendo que muitas envolvem substâncias químicas que podem ser perigosas. A remoção adequada desses resíduos evita a contaminação do ambiente e reduz os riscos de acidentes ou exposição a produtos químicos tóxicos. Além disso, ao se manter um ambiente universitário limpo e seguro, promove-se a qualidade do ensino, da pesquisa e dos movimentos de extensão, permitindo o desenvolvimento de atividades acadêmicas de forma responsável e sustentável.
No material para o descarte, havia sobras de substâncias biológicas, carcaças de peixes, etanol, formol e restos de elementos químicos reagentes, que serão corretamente tratados. Destaque-se que a palavra “descarte” não abarca todo o significado da operação realizada, pois trata-se de um processo que envolve “segregação, identificação, transporte, tratamento e destinação final”. Para manter a segurança, foi necessária uma delicada operação, visto que parte dos resíduos químicos passivos devem ser manipulados com muito cuidado e com a devida proteção dos colaboradores envolvidos na ação.
Depois de realizada a coleta, o descarte ficou por conta da Saniplan Engenharia e Serviços Ambientais Ltda, empresa especialista no assunto, que faz, também, a separação do material coletado. Para que a cadeia de descarte correto seja completa, é necessário, ainda, a atuação de mais duas empresas: a subcontratada Solvíessencis Ambiental S.A., que cuida de materiais que serão descartados em aterros industriais, e outra subcontratada, a Ecofire Tratamento de Resíduos Ltda, que vai tratar de dejetos que precisam ser incinerados.
Dada a importância do descarte seguro e eficiente dos resíduos químicos da Universidade, a proposta é que o processo seja realizado mensalmente. “Segundo os levantamentos feitos pelos institutos quanto à geração de resíduos diários, estipulamos que haja uma coleta seletiva (a separação para o descarte) desse material diariamente. Então, vamos estipular, pela demanda, uma retirada mensal para que se evite o acúmulo desse passivo químico e os malefícios que ele carrega”, destacou Amelsidequi Camilo de Oliveira, técnico de Química e fiscal do descarte pela Caste.
A coleta deve ser realizada uma vez ao mês, porque busca atender ao que foi estabelecido em edital. Segundo este documento, o mínimo a ser coletado é uma tonelada. Esta cota foi estabelecida porque há custos operacionais para a empresa e este dado foi importante para o estabelecimento do preço na licitação.
De acordo com Luan Lima, do Departamento de Gestão de Contratos e Convênios, da Pró-reitoria de Assuntos Financeiros (Proaf), e um dos idealizadores do contrato em questão, foi necessário um estudo que, levando-se em conta os procedimentos licitatórios, levou 15 meses para que tudo fosse preparado de acordo com as regras estipuladas pela legislação. “Foi um grande trabalho de estudos realizados pela Caste, pelo Departamento de Gestão de Contratos e Convênios (DGCC) e, também, pelo Departamento Material e Serviços Auxiliares (DMSA). O plano realizado pela equipe de planejamento da contratação buscou de maneira minuciosa atender à legislação ambiental, de licitações e orientações de órgãos de controle” explicou Lima. “Esse trabalho contou ainda com pesquisa de mercado para entender como ele se comportava diante das necessidades da UFRRJ, que se diferenciam das demais licitações que consultamos, dada a necessidade de etapas que, muitas vezes, são feitas pelo próprio gerador do resíduo.”
Todo esse processo gerou um aprendizado para a UFRRJ. E, para garantir a continuidade de ações na área de gerenciamento de resíduos e logística sustentável, foi criado um projeto de pesquisa e extensão, com o objetivo de criar documentos que orientem a Universidade para a etapa inicial do lido com os resíduos. Isto vai evitar maior custo no descarte e vai facilitar o atendimento à legislação vigente.
Texto e foto: Rafael Gutierrez (bolsista de Jornalismo sob supervisão da Coordenadoria de Comunicação Social – CCS)