A Rural esteve presente na premiação em homenagem aos 50 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e aos 30 anos da Fazendinha Agroecológica do Km 47, na última segunda-feira (30/10). A iniciativa foi da deputada estadual Marina do MST. A parlamentar entregou o prêmio José de Alencar – que reconhece o trabalho de personalidades ou entidades que contribuíram para o crescimento e desenvolvimento econômico no Estado do Rio de Janeiro – aos principais representantes da Embrapa.
A sessão solene foi no Plenário do Palácio Tiradentes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e contou com a presença do reitor da UFRRJ, professor Roberto Rodrigues; do presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento agropecuário (Sinpaf), Marcus Vinicius; do presidente da Emater Rio, Marcelo Costa; e do presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), Paulo Renato Marques. Além destes, estavam presentes o secretário estadual de Agricultura do Rio de Janeiro, Flávio Ferreira, e o presidente da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), José Carlos Gervazoni Gomes.
O reitor da Rural, Roberto Rodrigues, falou não só sobre a importância da Embrapa e da Fazendinha Agroecológica para a UFRRJ, mas para todo o estado do Rio de Janeiro, além de reiterar a importância das universidades públicas para o país. “Elas são gratuitas, de qualidade e referenciadas. Ao longo de toda a sua história, construíram esse país. Nesse momento, estamos construindo, resistindo e pretendemos continuar promovendo o desenvolvimento do Brasil. É uma satisfação vivermos essa história dos 30 anos da Fazendinha. Parabenizamos a Embrapa pelos seus 50 anos. Contem com a UFRRJ, com a Universidade de qualidade, com nossos conhecimentos e com os nossos alunos’’ disse Roberto Rodrigues. Em sua fala, Rodrigues destacou, também, a importância de um dos mestrados mais importantes do Brasil na área de agricultura orgânica, que é oferecido na Fazendinha.
A mesa principal foi composta por Alderi Emídio, diretor de governança e gestão da Embrapa; Edna Moraes, chefe geral da Embrapa e Agroindústria de Alimentos; Cristhiane Amâncio, chefe geral da Embrapa Agrobiologia; Maria de Lourdes Mendonça, chefe geral da Embrapa Solos; Flávio Campos, secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento; Elika Takimoto, deputada estadual e presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj; e Jair Bittencourt, deputado estadual e vice-presidente da Comissão da Agricultura.
A deputada Marina do MST destacou a importância da empresa e da Fazendinha agroecológica para o país e para o mundo por serem referências na geração de alimento e projetos sustentáveis. “Desde o seu surgimento, a Embrapa trabalha com a agricultura familiar e camponesa, e é responsável pela produção de 70% dos alimentos que chegam à mesa do povo brasileiro, pensando em apoiar o processo de produção agropecuária com sustentabilidade e bem estar para as famílias. Destaco o trabalho com a agroecologia e a produção orgânica, do fortalecimento da agricultura familiar e urbana, especialmente no tocante a boas práticas de produção e adequação de sistemas de manejo’’ ressaltou a deputada estadual.
Durante a homenagem, Alderi Emídio também discursou sobre a importância da Embrapa para a sociedade brasileira: “hoje nós tomamos café com a Embrapa, almoçamos com a Embrapa e vamos jantar com a Embrapa” disse ele ilustrando a importância alimentar que a empresa tem na vida dos brasileiros ao longo dos últimos 50 anos.
A Embrapa
A história da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) começa em 1973. Um dos objetivos da Embrapa desde sua criação é o diálogo com a população camponesa e com a agricultura familiar para a promoção de uma lógica de desenvolvimento sustentável principalmente no âmbito científico e social. É uma empresa voltada para a inovação, que foca na geração de conhecimentos e tecnologias para a agropecuária brasileira.
A Embrapa conta com 43 centros de pesquisa em quase todos os estados do Brasil, três deles estão no Rio de Janeiro. A unidade descentralizada da Embrapa mais próxima da UFRRJ é a Agrobiologia. Lá são desenvolvidas pesquisas, principalmente envolvendo técnicas da fixação biológica de nitrogênio, passando por agroecologia e produção orgânica, microbiologia e insumos biológicos, recuperação de áreas degradadas, genética molecular e bioquímica.
Nesse centro de pesquisa, a relação com as pesquisas acadêmicas envolvendo diversos cursos da UFRRJ são estreitas. Pesquisas com o apoio da Embrapa, premiadas, na área de Sistema de Informações, Agronomia e Física são alguns exemplos da importante relação que a empresa vem desenvolvendo com a Universidade.
Na Alerj, a chefe geral da Embrapa Agrobiologia, Cristhiane Amâncio, explicou a importância da instituição para a sociedade. “Que venha nosso centenário, que venham mais 50 anos para frente, porque o que nós construímos até agora é parte de um esforço de uma dedicação coletiva, de um compromisso não só com o desenvolvimento do país, mas com a superação da condição da fome”, reiterou ela.
A Fazendinha Agroecológica do km 47
A Fazendinha Agroecológica do Km 47 foi implantada em 1993, com uma área de 70 hectares. O Sistema Integrado de Produção Agroecológica (Sipa), mais conhecido como Fazendinha, também está localizada em Seropédica e integra atividades de produção animal e vegetal, além de apoiar e participar de atividades relacionadas à UFRRJ. Ela é uma parceria inteinstitucional entre a Embrapa Agrobiologia, Embrapa Solos, a Pesagro, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e o Colégio Técnico da UFRRJ (CTUR).
As atividades desempenhadas na Fazendinha priorizam a integração das atividades de produção animal e vegetal, o que promove a reciclagem de nutrientes por meio do uso de estercos e compostos orgânicos locais, bem como práticas de sistemas agrícolas diversificados, como rotações e consórcios de culturas. A adubação verde, com destaque para espécies vegetais leguminosas que contribuem para o fornecimento de nitrogênio, é uma prática comum nos sistemas de produção da fazenda.
Paulo Renato Marques, presidente da Pesagro-Rio, chegou a pedir para que os participantes da sessão solene se referissem à Fazendinha como ‘’Fazendão’’.
“A importância daquilo que se faz em nível de tecnologia, de ciência e de conhecimento, não nos deixa chamar essa parceria de fazendinha. Temos que chamar de fazendão, pois, são 70 hectares, muitas histórias, e muitos conhecimentos que foram aprendidos ali. Então, eu acho que podemos elevar um pouco essa categoria de fazendinha’’, finaliza o presidente da Pesagro-Rio.
A representante do comitê gestor da Fazendinha que esteve presente na Alerj, Anelise Dias, destacou a importância da parceria interinstitucional. “A fazendinha representa uma inovação para a pesquisa, para o sistema orgânico de produção, para a agroecologia. Isto ocorre graças ao envolvimento de várias instituições. Foi importante a presença do reitor para fortalecer essa relação da Universidade com a Embrapa e para o reconhecimento da importância da Fazendinha” concluiu a professora.
Texto e fotos: Matheus Mendonça (bolsita de Jornalismo sob supervisão da Coordenadoria de Comunicação Social da UFRRJ)
Veja aqui a galeria de imagens do evento.