O evento reuniu estudantes e lideranças de comunidades indígenas e quilombolas do estado
A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) esteve, entre os dias 13 e 15 de agosto de 2025, presente no 1° Fórum de Educação Superior para Povos Indígenas e Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro. O evento, resultado da construção da Articulação de Políticas Indígenas e Quilombolas (APIQ) e sediado no câmpus Gragoatá da Universidade Federal Fluminense (UFF), teve como foco a promoção de construção de políticas públicas voltadas à inclusão, permanência e valorização dos saberes dos povos indígenas e quilombolas; além de reunir lideranças, entidades, gestores e coletivos das diferentes regiões do estado e do Brasil.
Para representar a UFRRJ, estiveram presentes o reitor Roberto Rodrigues e as professoras de Licenciatura em Educação do Campo Fabiana Silva e Edileia de Carvalho Souza; além da pró-reitora de Assuntos Estudantis Joyce Alves, do pró-reitor adjunto de Assuntos Estudantis Ericson Mello, discentes representantes do DCE e estudantes indígenas e quilombolas da Universidade.
Joyce ressaltou a importância do Fórum e da presença da UFRRJ. “Essa construção proporcionou o compromisso das instituições de ensino superior em prol dessa população. Trata-se de uma ação inédita e histórica no Estado do Rio de Janeiro, com vistas à inclusão de população historicamente marginalizada”, concluiu a pró-reitora.
Representações indígenas e quilombolas
O evento contou com a presença dos povos indígenas Guarani Mbya, Guarani Nhandewa, Pataxó, Guajajara, Baré, Baniwa, Desana, Puri, Goytaká, Kaingang, Kariri, Kokama, Kumaruara, Macuxi, Marubo, Matses, Munduruku, Mura, Potiguara, Tabajara, Tapuia, Ticuna, Tukano, Tupinambá, Waikhana, Werejena, Xokleng, povos retomantes, de contexto urbano e aldeados. As aldeias da Costa Verde Iriri Pataxó, Rio Pequeno, Itaxim e Sapukai, as aldeias de Maricá Mata Verde Bonita e Céu Azul, além das comunidades urbanas Aldeia Marakanã e Aldeia Vertical, também marcaram presença e representaram o Rio de Janeiro.
A presença quilombola também foi bastante notável, representada pelos quilombos da Costa Verde Ilha da Marambaia, Santa Rita do Bracuí e Campinho da Independência. Do Norte Fluminense, Cruzeirinho, Barrinha, Lagoa Fea, ABC, Custodopolis e Machadinha; da Região dos Lagos, Rasa, Baia Formosa, Maria Joaquina, Maria Romana, Fazenda Espírito Santo e São Jacinto; da Região Metropolitana do Rio e de Niterói, Bongaba, Maria Conga, Grotão, Cafundá Astrogilda, D. Bilina e Pedra Bonita.
Além da UFRRJ, UFF e APIQ participaram como instituições organizadoras a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) e o Instituto Federal Fluminense (IFF).
Resistência
Marilda de Souza Francisco, representante do Quilombo Santa Rita do Bracuí, Angra dos Reis, destacou em sua fala a importância do ingresso de quilombolas e indígenas nas universidades. “Ancestralidade pelos que não tiveram direito nem de saberem escrever seu nome, como a minha mãe e outros. E hoje estamos aqui para defender essas pessoas. É muito bom os nosso estarem adentrando a faculdade, a universidade, que parecia que isso não era para os nossos. Parecia, mas agora é”, declarou.
No fim do encontro, os reitores das universidades presentes assinaram um protocolo de intenções, firmando o compromisso de criar política de acesso e permanência para os povos quilombolas e indígenas.
Texto: Ruan Fernandes, bolsista de Jornalismo da CCS/UFRRJ.
Fotos: João Baniwa