Pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e de outras nove universidades públicas trabalham na criação de um sistema de monitoramento das parcerias entre os setores público e privado na gestão do lazer e do turismo em unidades de conservação (UCs), abordando desde a formação da agenda e o planejamento das iniciativas até sua implementação e avaliação de resultados.
Coordenada pelas professoras Camila Gonçalves de Oliveira Rodrigues, do Departamento de Administração e Turismo do Instituto Multidisciplinar (IM/UFRRJ), e Eloise Silveira Botelho, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), a pesquisa é desenvolvida no Observatório de Parcerias em Áreas Protegidas (OPAP) e busca subsidiar órgãos gestores e instituições parceiras na análise dos impactos dessas parcerias na experiência dos visitantes, na gestão das unidades de conservação (UCs) e nos territórios envolvidos.
“A crescente demanda por áreas naturais, como os parques, para a prática de lazer e turismo reforça a importância de ferramentas que permitam avaliar e aprimorar a qualidade dos serviços prestados, promovendo a conservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico local”, explica Camila Rodrigues, que também atua no Programa de Pós-Graduação em Práticas em Desenvolvimento Sustentável (PPGPDS/UFRRJ).
Por dentro do estudo
Os pesquisadores trabalham no desenvolvimento de indicadores e de ferramentas de monitoramento adequadas às diferentes realidades das unidades de conservação brasileiras, uma vez que o projeto contempla 13 parques nacionais e estaduais, distribuídos por oitos estados.
Além do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Parque Nacional da Tijuca e do Parque Estadual dos Três Picos, no Rio de Janeiro, a pesquisa também contempla o Parque Nacional de Anavilhanas (AM); Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE); Parque Nacional do Iguaçu (PR); Parque Nacional de Aparados da Serra (SC/RS); Parque Nacional da Serra Geral (SC/RS); Parque Estadual do Biribiri (MG); Parque Estadual de Ibitipoca (MG); Parque Estadual de Vila Velha (PR); Parque Estadual da Ilha de Anchieta (SP); e Parque Estadual da Cantareira (SP).
A iniciativa foi contemplada pelo Edital Universal/CNPq 2023 e envolve revisão bibliográfica, análise documental, oficinas participativas e coleta de dados primários nas unidades de conservação, com duração prevista até agosto de 2026.
Já está disponível o primeiro produto técnico fruto da pesquisa, a Matriz de indicadores e aspectos para apoiar o monitoramento das parcerias para a visitação em unidades de conservação, com acesso gratuito no site do OPAP. Os indicadores foram agrupados em cinco dimensões: institucional, ambiental, histórico-cultural, socioeconômica e experiência do visitante. Além dos indicadores, a matriz reúne também aspectos considerados relevantes para compor o monitoramento e a avaliação das parcerias.
Outros produtos técnicos esperados são a geração de um banco de dados, a construção de painéis e mapas interativos, além da divulgação dos resultados em plataformas digitais e eventos técnico-científicos.
“O projeto representa um passo importante para a compreensão e o aprimoramento das parcerias para a gestão do lazer e turismo em áreas protegidas, fortalecendo a conservação ambiental, o desenvolvimento do setor e a melhoria da qualidade de vida nos territórios envolvidos”, explica a docente da UFRRJ.
Além da UFRRJ e da Unirio, participam do projeto pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte; Universidade de São Paulo; Universidade do Estado do Amazonas; Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Universidade Estadual de Ponta Grossa; Universidade Federal de Juiz de Fora; e Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Na UFRRJ, colaboram alunos e bolsistas de iniciação científica e extensão do curso de Turismo.
Saiba mais sobre o OPAP
Criado em 2019, o Observatório de Parcerias em Áreas Protegidas (OPAP) reúne professores, grupos de pesquisa e pesquisadores de diferentes instituições com o objetivo de gerar conhecimento sobre as parcerias em áreas protegidas.
O grupo atua na interface entre pesquisa, ensino e extensão, contribuindo para o fortalecimento das políticas públicas voltadas à gestão do lazer e turismo nessas áreas.
Entre seus principais objetivos, estão: fomentar pesquisas e projetos sobre o tema das parcerias para a gestão de áreas protegidas, além de funcionar como uma plataforma de intercâmbio e aprendizado colaborativo sobre o tema das parcerias; subsidiar a formação, implementação e monitoramento de políticas e programas sobre as parcerias em áreas protegidas; reunir, registrar e divulgar os resultados das pesquisas e dos projetos de extensão realizados por instituições de ensino superior e organizações da sociedade civil, que tratem das parcerias em áreas protegidas.
Acesse: https://www.opap.com.br/
Edição: Michelle Carneiro, Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ).