A XI edição da Olimpíada de Filosofia do Rio de Janeiro vai acontecer no município de Seropédica, nos dias 18 e 19 de outubro, no âmbito da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e do CIEP 156, Albert Sabin. Trata-se de um evento de promoção de experiências de educação filosófica, não competitivas, que congregam estudantes e professores dos anos finais do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio das redes públicas e privadas. Alunos e professores do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio são convidados a participar do evento, independente da área de conhecimento em que atuem.
Serão oferecidas oficinas, realizadas por estudantes e professores do curso de Filosofia, provocações filosóficas e fundamentação teórica, além de debates e exercícios que estimulem elaborações argumentativas e artísticas. A professora Liliane Sanchez, vice-coordenadora do Laboratório Práxis Filosófica (DTPE/IE/UFRRJ), explica que o pensamento do filósofo latino-americano Maurício Langón fundamenta teoricamente o evento, que propõe a experimentação da Filosofia de forma democrática por todos, relacionando-a à abordagem de temas do cotidiano.
A partir de um tema ou pergunta apresentado pela equipe organizadora — que consiste em um coletivo de professores de universidades do Estado e professores do Ensino Médio, das redes públicas particulares —, as escolas são convidadas a enviar um curta-metragem de, no máximo, cinco minutos e um texto sobre o tema. A ideia é que todos possam enfrentar, em conjunto, um problema filosófico. Este ano, o tema escolhido foi: “Quanto Tempo Eu Tenho Para Passar o Tempo?”. E ele será discutido a partir de diversas abordagens.
“A proposta é pensar o tempo filosoficamente, de maneira alargada, ouvindo as muitas perguntas que o tema pode nos fazer e as muitas perguntas que queremos fazer ao tempo”, explica Lara Sayão, professora de Filosofia da rede Estadual do Rio de Janeiro e uma das organizadoras da Olimpíada desde a 1º edição. Ela também cita algumas possibilidades de abordagem: O tempo do mundo frente às emergências climáticas; O tempo pessoal e a necessidade de administrar o tempo entre estudo, redes sociais, telas e relações; O tempo de concentração; O tempo acelerado em que recebemos informações, entre outros.
Em seu livro, Olimpíadas de Filosofia do Rio – o pensamento na roda, a professora acrescenta ainda algumas das inspirações e embasamentos teóricos que fundamentam as atividades da Olimpíada. “Sua fundamentação teórica está no pensamento do filósofo latino-americano, Maurício Langon, que propõe que a filosofia não deve escolher interlocutores, fomentando o pensamento fermental que acolhe as diferentes vozes para a ginga das ideias, potencializando-as”. Para ela, apesar de ser denominado “olimpíada”, não existe o aspecto de competição entre estudantes nas atividades, mas sim, a ideia de todos estarem unidos enfrentando um único problema filosófico.
A escolha de Seropédica
Todo ano, uma cidade diferente é escolhida para sediar a Olimpíada e este ano foi a vez de Seropédica. “A Olimpíada de Filosofia do Rio acontece em lugares distantes para que a experiência do deslocamento físico favoreça o deslocamento do pensamento e para que mais estudantes e docentes sejam alcançados”, conta Lara Sayão.
Os alunos, divididos em grupos, participarão das atividades no câmpus Seropédica da UFRRJ no dia 18 de outubro, com a alimentação realizada no Restaurante Universitário. Depois, será fornecida estadia a todos no colégio CIEP 156 – Dr. Albert Sabin. O restante das atividades será realizado dia 19 de outubro, no colégio. Para mais informações, acesse: https://www.instagram.com/olimpiadadefilosofiarj/
Texto: Yasmin Alves, bolsista de Jornalismo da CCS/UFRRJ
Edição: Fernanda Barbosa, jornalista e coordenadora da CCS/UFRRJ