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UFRRJ amplia protagonismo na ciência nacional com avanço na produtividade de pesquisa

Divulgação Científica | 10/07/2025 - 11:50

Docente se destaca com reconhecimento internacional e conquista máxima categoria de bolsa do CNPq

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) vem se destacando pelo crescimento contínuo na produção científica, com pesquisas que geram impacto direto na sociedade e no meio ambiente. Em 2025, esse avanço ganhou ainda mais força com a ampliação das bolsas de produtividade concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) — programa federal que há décadas reconhece pesquisadores com trajetória de excelência.

Na Chamada CNPq nº 18/2024 – Bolsas de Produtividade em Pesquisa, 33 docentes da UFRRJ foram contemplados, evidenciando o reconhecimento da qualidade do trabalho desenvolvido pelos cientistas da instituição. As bolsas de produtividade não são apenas um auxílio financeiro, elas funcionam como um selo de qualidade, uma forma de destacar profissionais que contribuem diretamente para o avanço do conhecimento e para a formação de novos pesquisadores. Os critérios de avaliação incluem o impacto das pesquisas, a orientação de alunos e a consistência da produção científica.

Reconhecimento internacional marca trajetória de docente da UFRRJ

Entre os destaques da UFRRJ está o professor titular do Departamento de Parasitologia Animal e atual pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, José Luis Luque, promovido à categoria máxima da bolsa de produtividade do CNPq (Categoria PQ-A). Reconhecido internacionalmente pelas contribuições nas áreas de ictioparasitologia (estudo dos parasitos de peixes) e helmintologia animal, o docente acumula mais de 360 artigos publicados e figura no ranking dos 2% de cientistas mais influentes do mundo em sua área de atuação.

José Luis Luque, professor do Departamento de Parasitologia Animal e atual Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (foto: Miriam Braz)
José Luis Luque, professor do Departamento de Parasitologia Animal e atual pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (foto: Miriam Braz)

Seu histórico de colaboração internacional é igualmente expressivo: cerca de 49% de seus artigos científicos têm coautoria estrangeira, conforme dados da base Scopus, além da coordenação de projetos de pesquisa internacionais. Tal reconhecimento evidencia não apenas uma trajetória individual de excelência, mas também representa um marco da maturidade científica alcançada pela universidade.

O docente coordena o Laboratório de Parasitologia de Peixes, vinculado ao Instituto de Veterinária (IV/UFRRJ). Luque explica que os trabalhos desenvolvidos são fundamentais para compreender as relações entre parasitas e seus hospedeiros, especialmente no contexto da biodiversidade e da saúde dos ecossistemas. “A pesquisa sobre esses organismos não apenas revela suas interações ecológicas, mas também permite identificar riscos sanitários que podem afetar tanto a fauna quanto os seres humanos”, destaca.

Luque complementa: “Monitoramos parasitos no ambiente natural e em sistemas de piscicultura, contribuindo para a segurança alimentar e a redução de riscos sanitários. A partir desses estudos, desenvolvemos estratégias preventivas de controle parasitário, promovendo a saúde dos animais e das pessoas que consomem pescado. Queremos que os resultados das pesquisas se transformem em soluções aplicáveis para a sociedade”.

Luque orienta pesquisadores no Laboratório de Parasitologia de Peixes (foto: Miriam Braz)
Luque orienta pesquisadores no Laboratório de Parasitologia de Peixes (foto: Miriam Braz)

Nessa linha de pesquisa, a UFRRJ exerce papel central na formação de pesquisadores, por meio dos programas de pós-graduação em Ciências Veterinárias e em Biologia Animal, que oferecem disciplinas específicas voltadas à parasitologia. Além disso, incentiva a iniciação científica e valoriza a produção acadêmica na área. Nesse cenário, a atuação do professor Luque contribui de forma decisiva para a formação de novos cientistas, tendo orientado, até o momento, 31 teses, 32 dissertações, 22 alunos de iniciação científica e participado de 194 bancas de trabalhos de conclusão de curso.

Entre seus ex-orientandos está Felipe Bisaggio, docente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que cursou o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV/UFRRJ) entre 2011 e 2015.

Felipe Bisaggio, em uma expedição de campo no Rio Xingu, durante o doutorado (foto: acervo pessoal)

“A orientação do professor Luque marcou profundamente minha formação, pela sua profissionalidade, vasta experiência em parasitologia e disposição para ouvir minhas ideias sobre pesquisa científica e discutir os rumos dos projetos”, relata Bisaggio, que atualmente atua em ictioparasitologia, desenvolvendo projetos em taxonomia integrativa e ecologia de comunidades de metazoários parasitos — alguns deles em parceria com a Rural.

Outro pesquisador cuja formação está vinculada à UFRRJ é Luiz Eduardo Tavares, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), que fez mestrado (2002), doutorado (2006) e pós-doutorado no PPGCV.

Luque e Luiz Eduardo Tavares, na UFMS, em 2023 (foto: acervo pessoal)
Luque e Luiz Eduardo Tavares, na UFMS, em 2023 (foto: acervo pessoal)

“As orientações e conversas quase diárias com o professor Luque ajudaram a consolidar o meu caráter como pesquisador. Precisamos compreender que estudar o conteúdo das várias ciências não é suficiente para a compreensão de todo processo que está envolvido na produção do conhecimento científico, sendo fundamental estimular o aprendizado sobre os métodos que produzem tais conhecimentos e as características do conhecimento científico”, compartilha Tavares, que segue atuando na ictioparasitologia, onde concentra a maior parte de seus projetos de pesquisa. 

A UFRRJ mantém parcerias estratégicas com instituições nacionais e internacionais, fortalecendo a pesquisa em ictioparasitologia, promovendo o intercâmbio de conhecimento e o desenvolvimento de projetos conjuntos. Esses esforços consolidam a universidade como polo de excelência na área, contribuindo para o avanço da ciência no Brasil, como resume Luque.

Pesquisa e inovação de olho no futuro

Os estudos científicos desenvolvidos pelo professor Luque têm foco na biodiversidade de parasitos de peixes na chamada Região Neotropical, que abrange a América Central, o Caribe e a América do Sul, analisando sua interação com os hospedeiros e sua influência nos ecossistemas. Atualmente, o professor coordena dois projetos financiados pelo CNPq.

Professor Luque coordena dois projetos de pesquisa financiados pelo CNPq (foto: Miriam Braz)
Professor Luque coordena dois projetos de pesquisa financiados pelo CNPq (foto: Miriam Braz)

O estudo Taxonomia integrativa de metazoários parasitos em peixes ósseos das Américas tem como principal objetivo ampliar o conhecimento sobre a fauna parasitária de peixes marinhos, por meio de uma rede de cientistas do Brasil, Argentina, Chile, Peru e Estados Unidos, com ênfase na mobilidade de pesquisadores brasileiros, especialmente através de bolsas de doutorado sanduíche.

Já o projeto Taxonomia integrativa de helmintos parasitos em peixes dulcícolas do Brasil busca aprofundar o entendimento acerca da fauna parasitária de peixes que habitam ambientes de água doce no país. Além da UFRRJ, participam também a UFMG, a Universidade Federal do Acre (UFAC), a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

“Além da expansão dos conhecimentos científicos, esses projetos têm foco na formação de recursos humanos, o que considero essencial para garantir a continuidade da pesquisa e a inovação na área da parasitologia”, ressalta Luque.

Entre os atuais orientandos do professor está Arthur Bessi Machado, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal (PPGBA/UFRRJ), que realizará um período de doutorado sanduíche em Lima, no Peru.

Arthur Bessi Machado: "Eu trabalho com um grupo de parasitos que ficam localizados nas brânquias dos peixes - são os monogenéticos. Esses monogenéticos ocorrem em vários peixes, mas eu especificamente estudo os monogenéticos que ocorrem em peixes marinhos do litoral do estado do Rio de Janeiro. De maneira geral, eu trabalho redescrevendo espécies desses parasitos e também descrevendo novas espécies que eu possa encontrar e que nunca foram registradas".
Arthur Bessi Machado: “Trabalho com um grupo de parasitos que ficam localizados nas brânquias dos peixes – são os monogenéticos. Especificamente, estudo os monogenéticos que ocorrem em peixes marinhos do litoral do estado do Rio de Janeiro” (foto: acervo pessoal)

“Fiquei muito feliz e empolgado com a chance e a confiança de representar e levar nosso estudo em ictioparasitologia para outro país — ainda mais sendo a terra natal do professor Luque”.

Outra pesquisadora em formação no PPGBA/UFRRJ, Taíssa Barcelos Casanova, desenvolve estudos na área de ecologia parasitária, também sob orientação de Luque.

Taíssa Casanova: "A minha pesquisa é na área de ecologia parasitária. Trabalho com algumas espécies de peixes da família Sciaenidae, analisando a fauna parasitária desses hospedeiros, um estudo com foco em metacomunidade, fazendo também uma análise temporal dessas comunidades" (foto: acervo pessoal)
Taíssa Casanova: “A minha pesquisa é na área de ecologia parasitária. Trabalho com algumas espécies de peixes da família Sciaenidae, analisando a fauna parasitária desses hospedeiros, um estudo com foco em metacomunidade, fazendo também uma análise temporal dessas comunidades” (foto: acervo pessoal)

“Ele é uma referência não apenas para seus orientandos, mas para todos os pesquisadores da área. Está sempre nos incentivando e guiando nosso crescimento, proporcionando experiências que mostram como a pesquisa deve ser conduzida”.

Se depender dos interesses acadêmicos de Luque para projetos futuros, muitos outros estudantes terão a oportunidade de serem orientados pelo docente, que afirma de modo categórico: “A possibilidade de investigar novas fronteiras do conhecimento científico representa uma fonte significativa de entusiasmo e motivação para minhas atividades acadêmicas”.

Entre os temas futuros, destacam-se: a influência das mudanças climáticas na biodiversidade parasitária; o uso de parasitos como ferramentas de aferição da integridade ambiental; e a escrita de um livro de referência em ictioparasitologia. “Quero que essa obra seja um instrumento de inspiração e conhecimento para novas gerações de cientistas, fortalecendo a pesquisa e ampliando nosso entendimento sobre a complexa relação entre parasitos e seus hospedeiros”, conclui.

Confira a seguir mais fotografias do Laboratório de Parasitologia de Peixes:

Fotos de Miriam Braz, fotojornalista da CCS/UFRRJ.


Entrevista | José Luis Luque

Um nome por trás da excelência da UFRRJ na pesquisa parasitológica

“Estou cada vez mais comprometido com a ciência e com o impacto que ela pode ter na vida das pessoas”

Na Universidade Rural, a consolidação dos estudos em ictioparasitologia e helmintologia animal se mistura à dedicação de José Luis Luque, que contabiliza mais de três décadas de empenho para o avanço da ciência. O reconhecimento por sua excelência tem sido crescente. A concessão da bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq nível PQ-A, o mais alto da categoria, é uma evidência desse protagonismo. Recentemente, Luque também foi incluído na lista dos cientistas mais influentes do mundo, segundo  o estudo Updated science-wide author databases of standardized citation indicators, divulgado em 2023 pela editora Elsevier, em parceria com a Universidade de Stanford (EUA), que avalia o impacto da produção científica global. Referência internacional, o cientista conversou com a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ) sobre os desafios e conquistas de sua trajetória científica e pessoal. 

Cientista da UFRRJ é referência internacional (foto: Miriam Braz)
Cientista da UFRRJ é referência internacional (foto: Miriam Braz)

Quais caminhos o levaram a escolher a área da parasitologia, em especial a ictioparasitologia e a helmintologia animal? 

José Luis Luque – Nos primórdios da minha trajetória, ainda no Peru, tive a importante decisão de cursar Ciências Biológicas em 1977 e ingressar na faculdade aos 16 anos. Os anos seguintes marcaram o início de uma jornada dedicada à parasitologia animal. Fascinado pela complexidade das interações entre as espécies, desenvolvi meu trabalho de conclusão de curso focado na fauna parasitária de tainhas. Aos 24 anos, em 1986, iniciei minha carreira na docência superior e, ao longo dos anos seguintes, publiquei minhas primeiras pesquisas. No entanto, a necessidade de aprofundar meus conhecimentos me impulsionou a buscar aperfeiçoamento no Brasil.  

Pode falar mais sobre sua formação acadêmica e chegada à UFRRJ?

J. L. L. – Há 34 anos, cheguei ao Brasil com um objetivo claro: realizar uma pós-graduação na minha área, algo que não era possível no meu país de origem, o Peru. O professor José Felipe Ribeiro Amato conseguiu uma bolsa da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior]  para que eu cursasse o mestrado em Parasitologia Veterinária na UFRRJ sob sua orientação, tendo a parasitologia de peixes como tema central da minha tese.

Foram anos de intenso trabalho e dedicação, superando desafios, aprendendo um novo idioma e desenvolvendo pesquisas. No segundo semestre de 1992, finalizei minha dissertação e surgiu a oportunidade de ingressar no doutorado sem a defesa do mestrado. Essa possibilidade foi concedida pela Capes devido à minha produção científica expressiva — 24 publicações até então, hoje são 360 — e à avaliação positiva do meu trabalho, da qual posteriormente surgiram sete artigos científicos.

Um ponto importante da minha formação foi o estágio pós-doutoral de um ano realizado na Universidade de Otago, Nova Zelândia, durante 2006-2007, onde tive a honra de contar com a supervisão do Professor Robert Poulin, referência mundial em ecologia e evolução de parasitos. Sob sua orientação, desenvolvi pesquisas voltadas à compreensão das interações ecológicas entre parasitos e hospedeiros em ambientes aquáticos, com ênfase na biodiversidade parasitária e nos mecanismos de transmissão. Essa experiência internacional não apenas ampliou minha formação científica, como também fortaleceu parcerias acadêmicas e contribuiu para o reconhecimento global da produção brasileira na área de parasitologia.

Teve que tomar decisões difíceis nessa trajetória?

J. L. L. – Em 1993, enfrentei o que seria talvez o dilema mais difícil da minha vida profissional: defender o mestrado e voltar ao Peru ou permanecer no Brasil para cursar o doutorado. Tomar aquela decisão não foi simples. Enfrentei momentos de dúvida e questionamentos profundos, consciente de que escolhas moldam caminhos. No entanto, o tempo, sábio em sua própria medida, revelou que os riscos assumidos deram lugar a realizações que hoje reconheço com gratidão. Mais do que acertar, foi sobre aprender e crescer. Aqui, encontrei o ambiente necessário para me desenvolver como pesquisador e aprofundar meus trabalhos sobre parasitologia de peixes com total apoio institucional. Em 1994, conclui o doutorado, ampliei minha produção científica e fui contemplado com uma bolsa de recém-doutor do CNPq, permitindo que prolongasse minha estadia no país. 

O que permitiu sua permanência definitiva no Brasil, mesmo diante das restrições da época para estrangeiros nas universidades?

L. L. – Após a queda do Muro de Berlim, muitos pesquisadores vindos da Europa Oriental  e de outros países encontraram no Brasil uma possibilidade de continuidade acadêmica. Mas, naquela época, as universidades públicas brasileiras estavam impedidas constitucionalmente de contratar estrangeiros como professores, técnicos ou cientistas, o que tornava incerta qualquer perspectiva de permanência.

Foi nesse contexto que o deputado federal Sérgio Arouca, da Fiocruz, propôs a PEC 182/1994. A iniciativa resultou na Emenda Constitucional nº 11/1996, que modificou a Constituição para permitir a admissão de profissionais estrangeiros por universidades e instituições de pesquisa brasileiras. Essa mudança não só alinhou o país às exigências de um mundo cada vez mais conectado, como também reconheceu o valor da diversidade acadêmica na construção do conhecimento.

Para mim, foi uma virada decisiva. Com a nova regra, pude enfim construir minha trajetória aqui com tranquilidade e contribuir de forma permanente e duradoura. O Brasil deixou de ser um destino provisório e passou a ser meu lar.

Como foi o processo até seu ingresso como professor na UFRRJ?

J. L. L. – Em 1997, com a abertura de uma vaga no Departamento de Parasitologia Animal (DPA), iniciou-se um novo capítulo em minha trajetória acadêmica. Vi naquele concurso uma oportunidade única — e conquistei o primeiro lugar. Após um período de espera, em razão de mudanças políticas e restrições federais, assumi o cargo em 1998 como professor do DPA, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Desde então, dediquei-me com entusiasmo ao ensino, à pesquisa e à formação de novos cientistas. Fui credenciado na pós-graduação, assumi orientações e iniciei projetos que resultaram em financiamentos expressivos e em estudos pioneiros nas áreas de ecologia parasitária de peixes e taxonomia de parasitos, contribuindo com conhecimento relevante para a parasitologia animal no Brasil.

Em 2016, fui promovido ao cargo de professor titular do DPA/IV/UFRRJ. Tenho profundo orgulho de integrar este Departamento, que me acolheu desde minha chegada ao país e que representa, para mim, muito mais que um espaço de trabalho, é também um espaço de pertencimento e construção coletiva.

Ao longo desses anos, além de manter minhas atividades de pesquisa, tive a honra de assumir posições estratégicas na gestão da pesquisa e da pós-graduação da Universidade. Nessas funções, busquei contribuir com uma visão comprometida com a excelência acadêmica, a internacionalização e o fortalecimento institucional da UFRRJ.

Quais momentos da sua trajetória acadêmica foram mais marcantes? 

J. L. L. – Há uma série de vivências marcantes na minha trajetória. Lembro, com nitidez, da apuração das notas no concurso público para professor do DPA/IV/UFRRJ, realizada na antiga Sala F, hoje parte do Anexo do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS). Ali, onde tantas dissertações e teses do então Curso de Pós-Graduação em Medicina Veterinária – Parasitologia Veterinária foram defendidas, eu dava um passo decisivo na minha história acadêmica.

Outro momento especial, e sobre o qual raramente falo, é um reconhecimento que me toca profundamente: até o momento, seis espécies de parasitos receberam meu nome em homenagem à minha contribuição científica. Talvez essa seja uma das maiores honras que um parasitologista possa almejar — ter seu nome eternizado em uma espécie animal, como expressão do impacto que seu trabalho teve na ciência.

Saber que, por muito tempo, uma espécie de peixe carregará consigo um parasito que, ao ser identificado, trará meu nome, é como deixar um vestígio silencioso, mas permanente, no vasto mapa do conhecimento. Um elo sutil e duradouro entre minha história e a ciência que escolhi servir.

(*) Espécies de parasitos que receberam o nome do professor Luque e os respectivos artigos científicos: 

Urocleidoides luqueiHasuike et al., 2024;

Colobomatus luqueiCouto & Paschoal, 2021;

Anacanthorus luqueiPereira, Mota, Paiva & Tavares, 2020;

Monocotyle luqueiChero, Cruces, Iannacone, Sanchez, Minaya, Sáez, Alvariño, 2016;

Hassalstrongylus luqueiCosta, Maldonado Júnior, Bóia, Lucio & Simões, 2014;

Paranaella luqueiKohn, Baptista-Farias & Cohen, 2000.

O que representa para você a conquista da Bolsa de Produtividade em Pesquisa  – Nível A do CNPq, tanto pessoalmente quanto para a UFRRJ?

J. L. L. – O reconhecimento que recebi do CNPq, com a concessão da Bolsa PQ-A, representa um marco significativo na minha trajetória acadêmica e científica. Para minha carreira, valida o esforço contínuo na pesquisa, destacando a importância dos estudos sobre biodiversidade parasitária, saúde pública e conservação ambiental. Já no contexto institucional, contribui para a visibilidade da pesquisa feita na instituição, ampliando oportunidades de colaboração nacional e internacional. Esse reconhecimento não é apenas um mérito individual, mas também um reflexo do trabalho coletivo realizado na Rural, envolvendo estudantes, pesquisadores e colaboradores que compartilham o compromisso com a ciência e a inovação. 

Atualmente, o senhor está à frente da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFRRJ. Quais os maiores desafios e aprendizados ao conciliar gestão universitária e produção científica?  

Além da vivência como pesquisador e docente, minha experiência prévia como Coordenador de Programa de Pós-Graduação e como responsável pela Coordenação de Relações Internacionais e Interinstitucionais (Corin) revelou-me que conciliar a gestão universitária da pesquisa e da pós-graduação com a produção científica demanda dedicação integral, paixão pelo conhecimento e uma visão clara sobre o impacto da ciência na sociedade.

Gerir não é apenas administrar números — é cultivar ideias, formar pesquisadores e garantir que cada estudo tenha significado e relevância. A gestão universitária é fundamental para que a pesquisa prospere; sem uma estrutura organizada e eficiente, a ciência perde força e visibilidade.

Planejar, captar recursos, coordenar equipes e estabelecer parcerias são tarefas essenciais para assegurar que o conhecimento produzido gere impacto concreto e alcance efetivamente a sociedade. A jornada científica não se constrói de forma solitária — ela é fruto de colaborações e trocas constantes de saberes.

O diálogo permanente, a superação de desafios e a capacidade de adaptação às mudanças são elementos fundamentais para a atuação acadêmica e gestora. Os pilares da Inclusão, Inovação e Internacionalização, somados à busca incessante pela excelência da pesquisa e dos programas de pós-graduação da UFRRJ, orientam todos os meus esforços.


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