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Troca de conhecimento e reflexão social é pauta de debate
Curso de Serviço Social propõe atividade educativa sobre os Programas de Proteção Social e sua importância na formação não apenas do aluno, mas do ser humano
Marcado às 13h da última sexta (27), o evento “Política Social e os Programas de Proteção Social: reflexões acerca dos Programas Brasil Quilombola e Bolsa Família” ocorreu no Auditório Paulo Freire, no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas. Desde o início do evento, os alunos presentes não desviavam os olhos das palestrantes Roberta Rezende Oliveira e Sidimara Cristina de Souza, assistentes sociais e doutorandas da Universidade Federal Fluminense (UFF). A todo instante, era possível não apenas observar, mas também ouvir os estudantes fazendo anotações, gravando trechos da palestra com seus celulares e completamente atentos ao assunto discutido.
Roberta Rezende Oliveira, Simone Tourino e Sidimara Cristina de Souza durante o evento (esq. p/ dir.) (Foto: Gustavo Carvalho / Ass. Com. Prograd)
A ideia do evento surgiu com a professora e vice-coordenadora, Simone Tourino, do curso de Serviço Social da Rural, que ministra a disciplina Política Social e Serviço Social, dividida em módulos. Por sua turma estar atualmente no módulo da assistência social e como o curso sempre faz atividades educativas, Simone convidou as palestrantes para apresentarem seus temas de pesquisa, com mediação da discente Isabelle Germano. Tanto Roberta quanto Sidimara fizeram mestrado na área da proteção e assistência social e se disponibilizaram para vir imediatamente. Simone conhecia previamente a trajetória delas, o nível de pesquisa que fazem e achou que seria importante para a formação de seus alunos debaterem os programas de proteção pesquisados:
“A gente entende que a formação desses alunos não se dá única e exclusivamente pela sala de aula, que eles precisam participar ativamente desses espaços educativos.”
A seu ver, por estarmos numa região rural, com uma população que possui um perfil socioeconômico mais baixo, o acesso ao Programa Bolsa família é uma realidade presente em muitas casas e a questão quilombola também faz parte da localidade. Ou seja, esse é outro ponto que Simone achou importante ao propor esse espaço de debate para a formação dos estudantes.
Alunos atentos à palestra (Foto: Gustavo Carvalho/Assessoria Prograd)
Roberta Rezende Oliveira é doutoranda do programa de pós-graduação da UFF, e foi a primeira a discutir as ideias da sua dissertação, contextualizando a história dos Programas de Transferência de Renda e sua relevância para a sociedade atrelada à educação. Segundo ela, é importante pensar nas famílias com crianças em idade escolar e nas condicionalidades que são lidas de forma positiva pela maior parte dos atores. Sua esperança é poder contribuir com tudo o que vem pesquisando, estudando e investigando há anos, a fim de transmitir conhecimento e trazer questões para o debate e reflexão.
“Eu espero que as pessoas possam entender, e junto com a gente construir pensamento. A gente tá num momento complicado do nosso sistema político brasileiro, eu acho que toda contribuição é bem-vinda. Esse pensar junto é muito importante pra gente pensar novos desafios, pensar novas frentes de luta, pra gente estar aí junto”, afirma Roberta.
Sidimara Cristina de Souza é doutoranda do curso de política social da UFF, e, assim como me disse, em uma conversa antes da palestra começar, em sua primeira fala enfatizou que estavam mais em um diálogo do que numa relação entre plateia e palestrante, permitindo interrupções:
“Hoje esse encontro vai se dar de uma forma de conversa, de diálogo, de troca de experiência entre dois Programas de Proteção Social que atendem duas populações minoritárias no país. A proposta dessa roda de conversa sobre a Política Social e os Programas de Proteção Social foi visando esse processo de formação (do aluno), entendendo que é uma troca de conhecimento.”
Além de agradecer o convite da professora Simone para poder participar do evento, Sidimara perguntou quantas pessoas conheciam uma comunidade quilombola; apenas um aluno levantou a mão. Depois, quis saber quantas sabiam o que é uma comunidade remanescente, e ninguém se manifestou. A partir de então, ela deu início à sua explicação sobre a resistência a uma luta política. O evento se encerrou após uma série de perguntas dos estudantes.