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Teoria e Prática: Residências Profissionais na UFRRJ
Programas de treinamento em serviço possibilitam a inserção qualificada de alunos no mercado de trabalho
Por João Gabriel Castro, estagiário de jornalismo da CCS/UFRRJ
Na transição da universidade para o mercado de trabalho, a experiência profissional na área de formação é essencial para o currículo do recém-graduado na hora da procura pelo primeiro emprego. Nesse contexto, os programas de Residência Profissional surgem como um complemento à graduação e possibilitam a inserção qualificada dos estudantes no mercado de trabalho. Através de um treinamento em serviço, sob supervisão da instituição e de professores responsáveis pelos projetos, as residências promovem um aprimoramento de conhecimentos, habilidades e atitudes indispensáveis ao residente no exercício de sua profissão. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) possui modalidades diferentes de residências que são ofertadas ou por edital externo (Multiprofissional e Pedagógica), ou por edital interno (Iniciação Profissional). Os programas de residência da Universidade são financiados com verbas públicas ou verbas obtidas através de parcerias com empresas.
Residência Multiprofissional em Saúde
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Residência Multiprofissional em Saúde. Rafaela da Silva Goes integra a equipe de residentes do HV da UFRRJ há cerca de dois anos
Ofertada via edital do Ministério da Educação (MEC), essa modalidade abrange áreas profissionais da saúde como, por exemplo, a Biomedicina, a Fonoaudiologia e a Medicina Veterinária. A Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS), coordenada pelo MEC e pelo Ministério da Saúde, é a responsável por avaliar as instituições habilitadas a oferecer o programa e se ele é orientado pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na UFRRJ, o Hospital Veterinário (HV) conta com o segundo maior programa de Residência em Medicina Veterinária do país em número de bolsas. É também um dos únicos que, além da clínica e cirurgia de animais, oferece formação voltada para especialidades como, por exemplo, a oncologia, a dermatologia e a cardiologia. Segundo Andreza Amaral da Silva, professora e coordenadora do curso de Medicina Veterinária, esse é o grande diferencial do programa. “A especialidade é a última vertente da Veterinária. Hoje em dia, apesar do nosso curso ter uma formação generalista, cada dia mais o mercado de trabalho exige as especialidades. Então, nesse sentido, nós estamos na vanguarda em relação aos programas de residência de outras universidades”, explica.
Com 56 residentes em atuação, o hospital possui três alas que prestam atendimento a pequenos animais (cães e gatos), grandes animais (equinos, bovinos, suínos, entre outros) e animais silvestres. A ala de silvestres também dá apoio ao
Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama (Cetas), em Seropédica. O horário de funcionamento é de segunda à
sexta, de 7h30 às 17 h, exceto às quartas (7h30 às 12h).
Destinado a profissionais de qualquer lugar do país com até três anos de formação em instituição pública ou privada,
o programa de Residência em Medicina Veterinária possui duração de dois anos. A carga horária de 60 horas semanais
é dividida entre a parte teórica e a parte prática. Os residentes são avaliados semestralmente através de relatórios de atividades, provas de conhecimento e avaliações dos tutores. Ao final do programa, a entrega do trabalho de conclusão de curso é obrigatória para que o residente receba o certificado de especialista na área em que fez a residência. Rafaela da Silva Goes, 26 anos, integra a equipe de residentes do HV da UFRRJ há cerca de dois anos. Ex-aluna da Rural, Rafaela considera a residência uma oportunidade única. “Na época da graduação, eu tinha o hospital como referência. Sempre pensava: ‘eu preciso chegar lá!’. Trabalhando no hospital, com o volume de animais que a gente atende, eu me especializo tanto na teoria, quanto na prática. E recebo um auxílio para isso, o que é muito enriquecedor. É o ápice da minha realização profissional, pelo menos por agora”, conta.
Residência Pedagógica
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Residência Pedagógica. A estudante de Letras Wendy Larissa Vieira desenvolve atividades num colégio público de Nova Iguaçu
Ofertada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Residência Pedagógica é um dos programas que integram a Política Nacional de Formação de Professores. Unindo teoria e prática, esse programa proporciona um aperfeiçoamento da formação de alunos das áreas de licenciatura. A UFRRJ possui 14 cursos participantes do programa, sendo três deles divididos entre Seropédica e Nova Iguaçu.
Com duração de 18 meses, a residência é dividida em quatro partes: preparação, ambientação, imersão e avaliação. Na preparação, os residentes recebem cursos onde são apresentados aos projetos e às primeiras discussões sobre o campo de formação da licenciatura. Na ambientação, é feito o primeiro contato entre os licenciandos e as escolas da rede pública de educação básica (escola-campo), através de um acompanhamento da rotina da direção das escolas, dos conselhos de classe e dos projetos pedagógicos existentes nas unidades. Ao final da ambientação, os residentes e seus preceptores elaboram um plano de trabalho.
Na etapa seguinte, ocorre a imersão do licenciando nas escolas e na prática da regência de sala de aula. Essa regência é feita por meio do acompanhamento de aulas, da construção de um suporte material e pedagógico para uma aula, de intervenções pontuais na sala de aula do professor, sob a supervisão dele, e através do auxílio na construção de projetos pedagógicos na escola-campo. Já a quarta e última etapa é a de avaliação, quando o residente elabora um relatório final e expõe seus resultados. Ao final desse ciclo, o aluno completa uma carga horária de 440 horas.
O programa de Residência Pedagógica é voltado para alunos da UFRRJ em formação que estejam cursando a segunda metade de seu curso (a partir do 5º período). O processo seletivo considera uma carta de intenções do licenciando, avaliação de documentos e entrevista realizada por professores. Wendy Larissa Vieira, 21 anos, aluna do 6º período do curso de Letras-Português/Literaturas do câmpus Nova Iguaçu, é residente no Colégio Estadual Dom Adriano Hipólito há dez meses.
Ela ressalta a importância do programa para a sua formação. “Além da bolsa me ajudar a me manter na universidade, eu gosto muito do ambiente escolar. É muito bom poder lidar com os alunos, com a equipe pedagógica, com os outros profissionais da escola. É um aprendizado constante e enriquecedor. Eu sou muito grata por ter essa oportunidade”, afirma.
Residência em Iniciação Profissional
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Iniciação Profissional. O agrônomo Gabriel Alves Botelho é residente do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar da UFRRJ
Em 2018, a Pró-Reitoria de Extensão da UFRRJ (Proext) deu início ao Programa de Residência em Iniciação Profissional, com Regulamento aprovado pela Procuradoria (Proger). Oferecidas pela própria instituição e organizadas por professores em campos específicos ou multidisciplinares, as residências podem ser internas (na UFRRJ) ou externas (em instituições parceiras).
O Programa de Residência em Iniciação Profissional em Agronomia da UFRRJ, realizado com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica (Fapur), possui residentes em atuação interna e externa em Seropédica, Nova Iguaçu e Três Rios.
Apesar de adaptado aos novos moldes, o programa existe desde o ano de 2000. Segundo o professor Eduardo Lima, idealizador e coordenador da residência, o projeto é um sucesso. “Mais de 70% dos residentes que passaram pelo programa foram inseridos no mercado de trabalho. Ou o residente ficou no local onde desenvolveu a residência, ou ele, através da experiência que obteve durante o programa, conseguiu outro trabalho”, conta.
O processo de seleção dos residentes é dividido em três etapas: uma prova escrita, a análise do currículo do candidato e, por fim, uma entrevista com professores envolvidos no projeto e também com representantes das empresas, em casos de residência externa. Com até dois anos de duração, a residência em Agronomia não é restrita a UFRRJ: qualquer engenheiro agrônomo do país com até três anos de formação está apto a se candidatar.
Gabriel Alves Botelho, 34 anos, é residente do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar da UFRRJ, que oferece acompanhamento, assistência técnica e capacitação a agricultores locais e da região do entorno dos câmpus da Universidade. Para Gabriel, sua atuação como residente também possui um caráter social. “Além de aprimorar minha parte técnica e diversificar meus conhecimentos, lido com um público vulnerável, que são produtores familiares esquecidos pelas políticas públicas. Então, o meu trabalho tem um impacto grande na vida dessas pessoas. Isso é gratificante para mim, porque, como agrônomo, vejo que estou cumprindo um compromisso social de devolver para a sociedade todo o investimento feito por ela durante a minha formação na universidade pública”, declara.
Saiba mais sobre os programas de residência da UFRRJ:
Residência Multiprofissional
https://servicos.ufrrj.br/concursos/
Residência Pedagógica
http://portal.ufrrj.br/pro-reitoriade-graduacao/
Residência em Iniciação Profissional
http://portal.ufrrj.br/pro-reitoria-de-extensao/
Publicada originalmente no Rural Semanal 05/2019.
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