A ocupação de espaços públicos é uma forma consagrada de pressão, quando a pauta de reivindicações é clara e/ou as negociações estão bloqueadas. A residência da Reitoria e seu anexo foram ocupados na noite de segunda-feira (2/10), sem que a Administração Central tenha recebido previamente as demandas por parte dos responsáveis. Na mesma noite, o pró-reitor de assuntos estudantis dirigiu-se ao local, e, em reunião com os estudantes, comprometeu-se a cumprir uma pauta: a solução para o problema da falta de água nos alojamentos masculinos do câmpus Seropédica, iniciada devido ao rompimento de tubulações na sexta-feira (29/9).
No dia seguinte(3/10), mesmo com a CEDAE em greve, a Reitoria conseguiu gratuitamente caminhões-pipa que abasteceram alojamentos e unidades acadêmicas. Também, foi iniciado o conserto dos pontos de vazamento de água. Também em outras duas reuniões com discentes, debatemos razões para atrasos no pagamento de bolsas, basicamente devido à irregularidade no envio de recursos financeiros por parte do MEC. Ontem (5/10), com a entrada dos recursos, os pagamentos começaram a ser realizados. Portanto, a agenda que levou às ocupações estava sendo resolvida de maneira rápida e responsável. Ademais, convocou-se um CONSU extraordinário para 10 de outubro, a fim de discutirmos pauta referente a essas questões, bem como sobre a política de segurança em nossos câmpus.
Como as demandas estavam sendo atendidas, fomos surpreendidos, na noite de ontem, com a ocupação da residência da Vice-reitoria. Mais uma vez sem pauta previamente apresentada, apesar da Administração Central estar sempre aberta a receber delegações da comunidade universitária para debater qualquer tema.
Todos na UFRRJ precisam ter clareza sobre os nossos desafios extraordinários, a conjuntura desfavorável em que a universidade está imersa, e perceber quem é o principal inimigo a ser enfrentado. Desde o golpe de 2016, iniciou-se ampla mobilização para o enfrentamento das políticas de desmonte do ensino público. Nossa comunidade deve estar atenta para ações que nos enfraquecem internamente neste embate estratégico. Ocupação sem justificativa é expressão de grave equívoco de avaliação política e deve ser criticada.
Clamamos para que os responsáveis pelas ocupações tenham discernimento sobre quais forças devemos enfrentar, e reconheçam que tudo o que foi pactuado está sendo cumprido por parte da Administração Central. No campo democrático, nada justifica ações como as que estão em curso. Solicitamos, portanto, que as ocupações cessem e que os debates necessários ocorram de maneira crítica e tranquila.
A Reitoria