SNCT teve palestra sobre semáforos bioclimáticos, feira científica e ação interativa no Instituto de Tecnologia

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) teve seu segundo dia da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, 22/10, movimentado em diversos locais, um deles foi o Instituto de Tecnologia (IT), câmpus Seropédica, onde ocorreram palestras e mostras de trabalhos acadêmicos.
Semáforo Bioclimático
Pela manhã, a palestra “Semáforo Bioclimático para Galinhas de Postura” foi ministrada pela professora Vânia Rosal Guimarães e pelo estagiário Igor Ferreira Oliva, ambos do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da UFRRJ.
O curso teve como objetivo explicar sobre criação de galinhas, produção de ovos e o quanto a temperatura/ambiente pode alterar, seja na qualidade dos produtos ou na vida dos animais. A apresentação enfatizou que, em caso de calor excessivo, a criação de ovos decai de qualidade ou quantidade. Elas podem perder peso e também o apetite, podendo chegar à morte ou ficar doentes e contaminarem outras galinhas.
Assim entra o semáforo bioclimático, que é um recurso automatizado feito para ajudar a medir a temperatura ao longo do dia, utilizando as cores padrão de um semáforo para indicar se a temperatura está favorável ou não. Ele é controlável e programável e, além de medir o conforto térmico, também auxilia e melhora o ambiente, se necessário, pois através de sua automação, pode ativar sistemas e objetos que corroboram para manter um clima estável.
De acordo com o Igor Ferreira, estagiário e bolsista do LabGerar – Laboratórios de Pesquisa Multiusuários do Grupo de Energias Renováveis e Alternativas Rurais da UFRRJ, o sistema do semáforo vai além de uso animal: “O sistema de automação e o princípio de funcionamento dele podem ser aplicados a qualquer sistema de engenharia que necessite de um monitoramento, avaliação e controle de atributos críticos no setor. Então, área de solo, área de monitoramento climático, de produção energética, de secagem, armazenamento e muitos outros”.
Ele menciona também que há certa acessibilidade quanto à construção do semáforo: “Foi pensado para que qualquer pessoa de baixo entendimento de sistemas automatizados, um pequeno produtor, um estudante, uma pessoa comum conseguisse manusear. Então o sistema em C é completamente simples e acessível. R$100 a R$150 você consegue montar um sistema desse daqui.”
Através do semáforo bioclimático e dos novos sistemas, que foram criados para gerar mais conforto térmico ou espacial, os animais conseguem uma produção mais focada na qualidade, colocando liberdade e se comportando mais naturalmente e assim alcançando sua produtividade máxima, pois, de acordo também com a professora Vânia, as galinhas sendo extremamente bem cuidadas, ficam mais “felizes” e assim mantém uma fabricação de ovos mais ativa por dia.
Materiais em Foco
Já no Departamento de Engenharia Química (DEQ/IT), pela tarde, aconteceu a feira de exposição “Materiais em Foco”, que contou com mostras científicas dos cursos de Engenharia Química e Engenharia de Materiais. O evento foi planejado por professores de ambos os cursos, para compartilharem diferentes atividades, demonstrativas e expositivas, de diversas especificidades e profissionais dessas Engenharias.
Pela parte de Engenharia Química, tiveram duas atividades específicas, a primeira era uma experiência voltada ao ofício de um Engenheiro Químico em uma Perícia Criminal.
Nessa ação, os alunos do curso planejaram uma situação hipotética em que um dos funcionários de um posto havia adulterado o combustível. Dentro dessa atividade ocorreram diferentes exames periciais que tipicamente são realizados. Diferentemente dos processos laboratoriais, foram usados recursos lúdicos, acessíveis e simples para que fosse possível fazer diversas observações, tudo para o público desvendar o crime de quem realizou a adulteração do combustível.
Para essa dinâmica interativa e intuitiva, os alunos de Engenharia Química realizaram atividades como: contaminação de combustível com metanol, revelação de impressão digital por meio de iodo, que foi usado o carvão ativado para essa demonstração e também foi utilizada uma técnica para separar compostos químicos presentes em uma amostra.

A outra atividade do curso foi a “Materiais na Engenharia Química”, onde foram escolhidos três grupos. O primeiro foi o carvão ativado, usado para fazer adsorção, explicando os mecanismos e o uso dessa técnica na disciplina. Como segundo material, foi utilizado o ovo de galinha, para apresentar suas membranas e como elas ficam em diferentes condições químicas. O terceiro grupo foi o dos catalisadores, que foram usados para uma prática abordando a cinética e, a partir disso, relacionando-a com a indústria química.
“Com essas atividades, conseguimos que nossos alunos estudem conceitos de diferentes formas voltadas para engenharia química, além de trabalhar outras habilidades e competências. Trabalho em grupo, apresentação oral e aprender a lidar com o tempo, de diferentes formas. Essa mostra científica serviu também para eles perceberem concepções diferentes, aprenderem tecnicamente outras perspectivas e melhorarem a comunicação com a variação de público presente” comentou Fabíola Oliveira da Cunha, professora e coordenadora do curso de Engenharia Química da UFRRJ.
Pela parte de Engenharia de Materiais, os alunos se organizaram e montaram diversas mostras de trabalhos. Em uma dessas atividades, os visitantes puderam acessar o microscópio óptico para melhor compreensão de como funciona o mundo micro. Os materiais foram diversos, passando por grafite, materiais metálicos, vidros e até tipos de esponjas.
Os participantes também tiveram a oportunidade de assistirem apresentações sobre Nanotecnologia, assim podendo ver de perto o funcionamento de uma impressora 3D. A mostra foi montada pelo Laboratório de Nanotecnologia, Cerâmicas e Compósitos da UFRRJ. Nela, os alunos de Engenharia de Materiais explicaram sobre a impressora 3D, além de enfatizarem como a nanotecnologia ajuda a reforçar a máquina, pois a mesma não é a base, e sim um filamento para complemento de construção do aparelho.
Através dessas séries de exposições, é possível entender o quanto a ciência é importante e impacta no cotidiano. A professora do Departamento de Engenharia Química,Tessie Gouvêa, comenta da importância da SNCT para a Universidade: “A Semana de Ciência e Tecnologia traz para os alunos da universidade a oportunidade deles perceberem que a ciência, e sua prática, pode ser levada a outras pessoas. Aqui nessa Semana, junto dos alunos do Ensino Médio e dos alunos do Ensino Fundamental, eles conseguem perceber que isso não só faz parte da própria vida, como da vida desses jovens, dessas crianças”.
Além disso, ela enfatiza que é preciso dar continuidade e inspirar os mais novos: “Esses alunos que nos visitam, que eles sintam o desejo de fazer parte disso, de fazer parte da Rural. Na verdade, eles já fazem, mas essa é a forma que nós encontramos para que eles percebam que eles fazem parte e que eles podem no futuro estarem aqui fazendo o nosso papel, de perpetuar isso”.
Confira a seguir mais fotografias das atividades realizadas no Instituto de Tecnologia (IT/UFRRJ) durante a SNCT 2025:






























Acompanhe a cobertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no site: https://snct.im.ufrrj.br/
Por João Vitor Madruga (texto) e Yutá Garcia (fotos) – Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ).
Edição: Michelle Carneiro (CCS/UFRRJ).