Semanalmente, a UFRRJ abre suas portas, nos câmpus Seropédica, Três Rios e Nova Iguaçu, para a realização da Feira da Agricultura Familiar (FAF). Nesta semana, na manhã do dia 23 de novembro, a Feira comemorou seu 6º aniversário em frente ao prédio principal (P1) da Rural de Seropédica.
O espaço contou com a exposição de estandes, mostra de projetos, oficinas e participações especiais, como o assentamento Campo Alegre e a feira de artesanato Criatividade sem Limites. Além disso, também houve sorteio de uma cesta de alimentos e espaço musical.
Para Celso Merola, membro do Ministério da Agricultura e agrônomo pela UFRRJ, a realização da Feira é algo muito importante para a sociedade, sobretudo, para os produtores e consumidores. “É extremamente importante esse tipo de feira que a gente acompanha e apoia desde o início. Hoje temos um circuito de feiras orgânicas no município do Rio de Janeiro que funciona muito bem. É um espaço bem legal, principalmente por contar com a presença de agricultores familiares, o que é fundamental para termos um preço justo para o produtor e para o consumidor”, explicou o agrônomo.
As Feiras de Agricultura Familiar realizadas na UFRRJ são resultado da parceria com a Emater-Rio. Elas são formadas por meio de espaços culturais, educativos e científicos que promovem a integração da Universidade com a agricultura familiar local. “Trabalho com apicultura desde 2009, faço parte do empório da Chaya, que está acampado agora em Jaceruba. Há muita dificuldade em ser agricultor familiar porque temos que estar produzindo e trazendo para os nossos clientes e isso é um desafio muito grande, precisamos de mão de obra”, conta Renato, apicultor e feirante.
“A FAF da UFRRJ busca uma relação transformadora para o desenvolvimento mútuo. Valoriza agricultoras e agricultores do nosso território, oferta alimentos agroecológicos e orgânicos, estimula o comércio justo e solidário.” É o que diz Cristhiane Amâncio, chefe-geral e pesquisadora da Embrapa Agrobiologia e professora da pós-graduação em Desenvolvimento Territorial da UFRRJ. “Eu, particularmente, acho que uma feira de agricultura familiar é um pouco diferente de uma feira livre. Ela não é só um espaço de comercialização. As feiras são espaços de trocas materiais, através de relações monetárias, mas sobretudo, trocas de componentes imateriais da cultura, da identidade de um território, das formas de uso dos recursos naturais, das possibilidades de transformação, das trocas de conhecimento”, afirma ela.
Além da venda de produtos orgânicos, também houve apresentação de projetos vinculados à Universidade, como o intitulado “Hortaterapia”, idealizado pela professora Maria Ivone Barbosa, do curso de Engenharia de Alimentos. Camila Branco, técnica do laboratório de Alimentos e Bebidas do curso de Hotelaria, participa da iniciativa. “Esse projeto tem várias ações. Uma delas é uma horta que foi feita no Instituto de Tecnologia e a outra é um café que chamamos de pancafé, um café feito com Plantas Alimentícias Não-Convencionais (Pancs). A gente leva para as escolas, faz aqui dentro da instituição, para incentivar as pessoas a levarem isso para a sua alimentação”, conta a técnica. A ação contou com o incentivo do curso de Hotelaria também, com o projeto de Hospitalidade, Turismo e Gastronomia Local, que estimula o consumo dos insumos produzidos pela FAF.
Produtos de artesanato também tiveram destaque, principalmente, os que foram feitos por Ana Paula Ataíde. Ela produz artes em telha “fibrocimento”, tem esse trabalho como única fonte de renda e está satisfeita com o resultado de suas vendas. “As pessoas retribuem muito bem o meu trabalho, que é a minha única fonte de renda. Eu tinha uma clientela particular que eu conseguia vender alguma coisa por fora, mas o contato foi breve. A produção das artes é muito demorada e levo uma semana em cada telha, porque a telha fibrocimento é reciclada, lavada, cortada, lixada com lixa de ferro, parafusada para depois ser feito o desenho”, diz a feirante e artesã.
Ao final da festa, foi servido bolo e todos cantaram parabéns. Em Seropédica, as feiras são realizadas todas as quartas-feiras, a partir de 8h da manhã, no Pavilhão Central – P1. Em Nova Iguaçu, semanalmente, às terças-feiras, a partir de 10h da manhã. Em Três Rios, todas as quartas-feiras, a partir de 17h.
* Por Marina Moreira, bolsista da Coordenadoria de Comunicação Social da UFRRJ