A primeira semana do mês de setembro sediou a abertura do evento “Setembro Amarelo na UFRRJ”, o auditório Gustavo Dutra foi cenário para diversas demonstrações de preocupação com o outro e mostrou que a Universidade está atenta a saúde mental de seus alunos. Na terça, dia 05, o encontro teve início com a apresentação de João Vitor Arantes, aluno de Agronomia da Rural, interpretando clássicos no piano. João que recentemente participou do primeiro concurso nacional de piano da escola Villa Lobos, foi anunciado como uma verdadeira joia musical. Logo após a apresentação artística, Amanda Silva Belo discursou sobre a importância de debater o tema “suicídio” dentro da universidade:
“Essa é uma discussão necessária e central na atualidade, problematizar o suicídio como uma questão de Educação, de saúde pública a ser debatida no coletivo. Uma vez que não é fugindo do debate ou enfrentando individualmente as dificuldades postas na realidade que vamos conseguir atuar nessas demandas. Daí a importância de massificar essa discussão para que de forma coletiva possamos enfrentar os limites cotidianos que nos impõe tantos desafios sociais, culturais, políticos, teóricos e práticos. Com esse objetivo, o evento ocorrerá no decorrer de todo mês de setembro enquanto uma atividade que visa a valorização da vida, a promoção e a prevenção de saúde, além de problematizar questões referentes ao sofrimento psíquico que podem levar ao suicídio na comunidade acadêmica.”
Logo após, a mesa de abertura foi formada, estavam presentes alguns membros da Administração Central da Universidade: o reitor, Ricardo Berbara; a pró-reitora de Assuntos Administrativos, Amparo Villa Cupolillo; a pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis, Juliana Arruda; a pró-reitora adjunta de Extensão, Gabriela Rizzo; a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRRJ (Sintur-RJ), Ivanilda Reis; a coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRRJ, Camila Mantovani da Silva; e a representante da comissão organizadora do evento Setembro Amarelo na UFRRJ, Jaqueline Rocha Borges dos Santos, que é farmacêutica, professora e coordenadora do curso de Farmácia da UFRRJ. Na mesa, todos os convidados falaram sobre a importância do evento como uma oportunidade de desmistificar a visão comum sobre saúde mental e da necessidade de termos conhecimento a fim de estarmos preparados para lidar com esses tipos de situação. Juliana Arruda falou sobre a necessidade dessa preparação:
“Nós temos que olhar com muito cuidado porque o primeiro passo é a audição, mas nem todos nós estamos prontos para essa audição. Precisamos estar fortes também para receber essa informação, para ouvir, e nem sempre nós temos ferramentas para lidar com ela. É importante que a gente se prepare, mas também é importante que saibamos as nossas limitações e encaminhemos para quem é devidamente adequado, e saiba lidar com isso. Eu digo isso porque às vezes na intenção de ajudar, prestar solidariedade e querer participar desse momento a gente age precipitadamente. É muito importante que a gente saiba o nosso lugar, e o nosso lugar pode ser o de ouvir, abraçar e encaminhar.”
Também nesse primeiro dia de evento, Rachel Gouveia Passos, professora do curso de Serviço Social da UFRRJ, palestrou sobre o tema a partir da perspectiva “Sofrimento, saúde mental e a luta pela vida: um debate necessário”. A professora propôs pensar o sujeito e o impacto do sofrimento e do adoecimento na contemporaneidade.
“A partir do momento que nós nascemos, nós sofremos, somos sujeitos que sofrem, o sofrimento compõe a existência do ser humano, eu sofro porque como, sofro porque não como, sofro porque estudo, sofro porque não estudo, sofro porque não tenho dinheiro, sofro porque tenho muito dinheiro. Nós temos inúmeros sofrimentos que compõem a nossa subjetividade, e que estão relacionados à nossa sociabilidade”, afirma. “A outra questão é que, além disso, existe a produção do sofrimento vinculado à sociabilidade e o modo de produção econômico em que nós estamos inseridos, eles vão se entrelaçando e produzindo uma intensificação de um determinado sofrimento e cada sujeito vai responder a essa realidade de uma determinada forma.”
O evento Setembro Amarelo na UFRRJ continua e tem programação durante todo o mês. Participe! Confira todas as atividades que virão na página do evento no Facebook.