“A obra nasceu de uma jornada de autodescoberta e expressão emocional durante a pandemia, inspirada por um romance que nunca se concretizou presencialmente. Nesse período de isolamento, comecei a escrever poemas de forma espontânea, muitas vezes no celular, no computador e até em papéis soltos que ficavam guardados nos armários da casa. Sem intenção inicial de publicar, eu os deixava ‘esquecidos’ por lá. Cada poema refletia emoções intensas, memórias e questionamentos que me atravessavam naquele momento de incertezas”, explica Georgia.
O evento aconteceu na Café con Libros, uma livraria-café liderada por mulheres, reforçando o simbolismo de resistência e protagonismo feminino que permeia a obra. A ocasião contou com a participação especial da professora assistente de Black Studies, PhD Luciane Rocha, da Kennesaw State University, que assina o prefácio do livro.
“Com o tempo, percebi que essas experiências não eram só minhas. Muitas pessoas viviam as mesmas angústias, dúvidas e desejos que estavam presentes nos meus versos. Foi então que compreendi que compartilhar esses sentimentos não era um ato de exposição individual, mas uma forma de dar voz a experiências universais. Essa percepção me deu coragem para reunir os poemas em uma obra que pudesse dialogar com o público de maneira íntima e sensível”, conclui a autora.
O livro é dividido em cinco capítulos, inspirados nas marés de sentimentos que representam cada vivência emocional, envolvendo elementos que estão ligados à água. Cada capítulo traz ilustrações que simbolizam as emoções e situações presentes nos poemas, guiando o leitor por esse fluxo de experiências. Essas marés representam o movimento constante de altos e baixos que sentimos ao lidar com o encanto, a perda, o luto e o recomeço.
A obra também foi apresentada durante a FLIP de 2024, em Paraty, pela Editora Labrador.