Auditório durante a abertura. Na mesa (da esq. para dir.): a pró-reitora de Graduação, Lígia Machado e a reitora Ana Dantas (Foto: Milena Antunes/Assessoria Prograd)
Na última sexta-feira (14), aconteceu o 3º Seminário sobre Formação de Professores no Salão Azul do Pavilhão Central do Câmpus Seropédica. O evento, que foi uma realização da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e da Pró-Reitoria de Graduação, teve o objetivo de promover debates sobre as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para a formação de professores da Educação Básica.
A mesa de abertura, às 9h, foi composta pela reitora da UFRRJ, Ana Maria Dantas Soares, e pela pró-reitora de Graduação, Lígia Machado. Antes da apresentação dos palestrantes, a pró-reitora falou sobre a importância da discussão dessa pauta e o porquê do convite aos professores convidados.
“São pessoas que desejamos que estivessem aqui para que pudessem trazer essa contribuição e permitir a nós professores e estudantes da Universidade avançar com essa discussão. Conversava mais cedo com esses professores, da minha preocupação em relação à educação no ensino de Seropédica que vive um não cumprimento de um plano de carreira que foi historicamente construído”, afirmou Lígia Machado. “Acho que é papel da Universidade realizar e aprofundar esse diálogo e tentar se posicionar nesse contexto tão adverso.”
Professora da Unirio, Malvina Tattman durante palestra (Foto: Milena Antunes/Assessoria Prograd)
A mesa de palestras foi iniciada na sequência, cuja composição foi formada pela professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Malvina Tuttman e pelo professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Jorge Najjar. Em sua palestra, Malvina, que deixou claro seu amor pela profissão, discutiu sobre o processo de definição das DCNs, seus destaques e a importância de entender as especificidades de cada escola. Para a professora, esta é a profissão que mais dignifica o ser humano, e por isso a importância de não aceitar a precarização desta e lutar pela valorização dos profissionais da educação.
“Nós temos como missão valorizar a nossa profissão e não aceitar a precarização dela, não é qualquer pessoa, por mais brilhante que seja, que pode a qualquer momento chegar e dar aula”, disse Malvina.
Ela encerrou sua fala com uma citação de Paulo Freire:
“Ao falar com tamanha esperança da possibilidade de mudar o mundo, não quero dar a impressão de ser um pedagogo lírico ou ingênuo, reconheço os enormes empecilhos que a nova ordem impõe a pedaços mais frágeis do mundo, reconheço a realidade, reconheço os obstáculos, mas me recuso acomodar-me em silencio ou simplesmente tornar-me o eco macio, envergonhado ou cínico, do discurso dominante”.
Professor da Uff, Jorge Najjar fala sobre as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (Foto: Milena Antunes/Assessoria Prograd)
Dada a vez a Jorge Najjar, a discussão continuou. Ele abordou sobre a necessidade de vencer a dicotomia de formação inicial e continuada, sobre as Leis de Diretrizes e Base da Educação (LDB) e sobre a PEC 241 que vai congelar os gastos da educação pelos próximos 20 anos, que muda essas leis de Educação Básica.
Jorge também falou sobre as Diretrizes de Formação de Professor em Nível Superior para Educação Básica, que aponta para uma ideia de escola que é a contrária da PEC 241 e da medida provisória do Ensino Médio.
Antes de encerrar o Seminário, os professores abriram a discussão para perguntas ao público presente. Gratificados pela presença da professora da Unirio, Malvina Tuttman, perguntamos a ela, em sua opinião, qual a colaboração deixada por essa discussão dentro do cenário da Universidade.
“É fundamental encontros como esses em que estudantes e profissionais da educação podem dialogar, refletir, aprofundar ideias e construir uma ou várias propostas de fortalecimento da formação profissional. Hoje, por exemplo, falamos da formação de professores, mas isso se estende. É importante refletir, tomar e entender a universidade como um centro de reflexão sobre o país, sobre a representatividade de cada um, enquanto cidadão e cidadã desse país. E não só refletir, mas analisar com essa reflexão a prática e encontrar caminhos que possam dar maior sustentabilidade a formação de cada um e com isso a transformação do nosso país”, apontou a professora.
Por Milena Antunes