Auditório durante a palestra do reitor da UFRJ, Roberto Leher (Foto: Camile Cortezini /Assessoria Prograd)
Começou na última terça-feira (18), e se encerrou na quinta passada (20), o Seminário Formação de Profissionais do Magistério para a Educação Básica – Políticas Públicas e Demandas Sociais. O evento foi realizado no auditório Gustavo Dutra (Pavilhão Central / C. Seropédica) e teve a mesa de abertura composta pelas seguintes autoridades acadêmicas: a reitora da UFRRJ, Ana Dantas; a pró-reitora de Graduação, Lígia Machado; a pró-reitora adjunta de extensão, Lana Fonseca; o diretor do Instituto de Educação, Denis Naiff; o diretor do Instituto Multidisciplinar, Alexandre Fortes; o chefe do Departamento de Teoria e Planejamento do Ensino, Marcelo Bairral; o chefe do Departamento de Educação do Campo, Tarci Parajara; a vice-coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas da História da Universidade Rural, Célia Otranto; a diretora do Caic, Carmen Frade; o represente do Cederj (Consórcio Cecierj), Benjamin Carvalho; e a coordenadora do seminário, Amparo Cupolillo.
Convidados da mesa durante abertura (Foto: Camile Cortezini /Assessoria Prograd)
Após a apresentação dos componentes da mesa, os participantes foram convidados a cantar o hino nacional de pé. A reitora, Ana Dantas, fez um breve discurso e parabenizou os envolvidos no evento organizado por um conjunto de docentes do Instituto de Educação.
“Sem essa formação crítica, sem o pensar sobre as diferentes questões, o Brasil nada mais é que um país periférico e sem qualquer possibilidade de se colocar no contexto mundial”.
A pró-reitora de Graduação, Lígia Machado, também deixou sua opinião:
“A docência é um ato político e, portanto, exige militância e militância coletiva”.
Os outros componentes da mesa também tiveram a oportunidade de fazer um breve discurso sobre a atual situação da educação do país e sobre os temas que foram levantados nas palestras durante os três dias de evento. Antes da conferência de abertura, os participantes puderam prestigiar uma apresentação do Coral da UFRRJ.
Às 14h, com o auditório cheio, o conferencista e reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, foi convidado a dar início à sua palestra. O professor falou sobre as perspectivas e luta pela Educação Pública, fez uma retrospectiva histórica da luta docente no país e de suas perdas, mas acredita que nenhuma delas é como a PEC 241, classificada por ele como complexa. Além disso, Roberto Leher refletiu sobre diversas outras medidas que precisam de mudança para que o Brasil chegue a uma educação exemplar.
O reitor da UFRJ também articulou sobre o papel do profissional da educação, em que o professor organiza pensamentos, faz síntese e tem a responsabilidade de passar o conhecimento profundo da ciência.
“Nós precisamos olhar para a escola pública e olhar para os trabalhadores de educação como aqueles que exercem uma função intelectual, isto é, uma função de sistematização, de organização, de persuasão, motivados por valores importantes como a secularização a laicidade da educação. Em suma, nós não podemos seguir caminhando num mundo que vai fomentando e proliferando diversas manifestações de racionalismo, como nós temos visto hoje, no Brasil e em diversas partes do mundo. Aqui, estou me referindo ao racismo, a homofobia e a todas as formas de consecução arcaicas, toscas, brutas, que tentam frear a transformação social do mundo”, declarou.
Professor e reitor da UFRJ, Roberto Leher, palestrando sobre educação pública (Foto: Camile Cortezini/Assessoria Prograd)
Para o professor, é crucial para este profissional também que se pense, reflita e problematize o futuro da nação em todo e qualquer sentido, o que ele chamou de antecipar cenários:
“Uma função crucial da universidade é antecipar cenários. Ela sendo pública, laica e crítica, não estaria presa a interesses particulares que não visam o futuro. A universidade em diálogo com os movimento sociais pode pensar o futuro [...] são os professores enquanto intelectuais que devem organizar esses debates para a juventude”
Por fim, o professor encerrou sua palestra falando sobre a reforma provisória do Ensino Médio. Ele lembrou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e de como a proposta da reforma refuta e altera artigos dessa Lei. Assim, Roberto Leher exprimiu sua insatisfação com esse projeto e de como é importante a luta docente na atual situação da educação no país. Pouco antes de encerrar sua fala, o professor fez lembrar:
“É na escola que formamos valores”.
O Seminário é sobre formação de profissionais do magistério para a Educação Básica, mas diversos discentes da Instituição também estão presenciando os debates. A aluna do 7º período de licenciatura em Ciências Agrícolas, Camilla Santos esteve presente e comentou a iniciativa da organização do evento.
“Eu achei muito importante essa discussão e poder ver o posicionamento da Universidade que está atuante, que forma professores de Educação Básica, então eu acho esse seminário essencial, por causa desse momento que o Brasil tá passando com a PEC 241. E não sei se foi por causa da pouca divulgação, mas percebi que faltaram professores representando alguns departamentos. A gente vê mais professores do Instituto de Educação e eu acho que todos tinham que estar presentes nesse evento porque discute a educação. É o futuro do país e também da Universidade”, afirmou a aluna.
Após encerrar a conferência de abertura, foi aberto o debate ao público para rodas de perguntas ao professor Roberto Leher e o primeiro dia de evento se encerrou às 17h, com um coquetel oferecido aos participantes.
Por Milena Antunes