A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizou até o dia 12 deste mês, no Corredor Tereza de Benguela da Câmara dos Deputados – “Túnel do Tempo”, a exposição Cesar Lattes e Johanna Döbereiner. E, para quem não pode visitá-la em Brasília, a entidade produziu um vídeo com os destaques da mostra que celebra os centenários de dois dos maiores cientistas do Brasil. O vídeo pode ser acessado neste link.
A gravação foi realizada no dia 28 de agosto durante a cerimônia de homenagem a Lattes e Döbereiner. O evento contou com a participação de integrantes da Diretoria da SBPC, dentre eles Renato Janine Ribeiro e Fernanda Sobral, respectivamente, presidente e diretora da entidade; Ildeu de Castro Moreira, presidente de honra da SBPC e curador da mostra; da deputada federal Jandira Feghali, patrona da exposição.
Também participaram parentes de ambos os cientistas, além de representantes de instituições que colaboraram com a exposição, como a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPC), o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Embrapa.
A mostra teve apoio financeiro da Benedita da Silva por meio de emenda parlamentar.
Lattes ficou conhecido por ser um dos descobridores da partícula subatômica méson pi (píon) nos raios cósmicos e depois em detectá-la em acelerador de parcícula. Ela tem tal importância que o Prêmio Nobel de Física foi concedido a Cecil Powell (1950), um de seus descobridores nos raios cósmicos, e o outro a Hideki Yukawa (1949), que previu a existência desta partícula importante para a coesão do núcleo atômico.
Para além de suas descobertas científicas, Cesar Lattes foi fundamental para a criação de várias instituições e centros de pesquisas. Um deles foi o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, que ajudou a fundar em 1949. Moreira cita ainda que, além do CBPF, ele foi um dos fundadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em 1951. A criação do CNPq foi um movimento estratégico para o desenvolvimento da ciência no Brasil.
Lattes, ainda, contribuiu também para o estabelecimento do Instituto de Física Gleb Wataghin, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e para diversas outras iniciativas importantes de cooperação científica internacional, como a Cooperação Brasil-Japão, iniciada por ele e Yukawa em 1959. Lattes foi indicado 7 vezes para o prêmio Nobel de Física.
Johanna Döbereiner, a outra homenageada pelo seu centenário de nascimento, foi pioneira no estudo da biologia do solo e na pesquisa sobre a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) nas plantas por meio de bactérias descoberta que revolucionou a agricultura e que economiza, a cada ano, bilhões de dólares para a agricultura brasileira.
Uma grande descoberta de Döbereiner, que a tornou cientificamente reconhecida no mundo, foi a de que gramíneas como o milho e o trigo também podem se beneficiar desse processo biológico.
Nascida em 28 de novembro de 1924 na então Tchecoslováquia, Johanna Döbereiner se formou em Engenharia Agrônoma pela Universidade de Munique, migrou para o Brasil em 1950 e se naturalizou brasileira. Trabalhou no Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola, hoje Embrapa Agrobiologia. Por seu trabalho, recebeu inúmeros prêmios internacionais e foi indicada ao Prêmio Nobel de Química, em 1997. Em 2018, foi homenageada em um selo postal brasileiro, juntamente com Cesar Lattes, e está consagrada como uma das maiores cientistas brasileiras.
ASSITA AQUI AO VÍDEO SOBRE A EXPOSIÇÃO.
Divulgação: Jornal da Ciência. Publicado originalmente aqui.