As Olimpíadas do Rio 2016 chegaram ao fim. Nela, estudantes tiveram a oportunidade de participar de um evento de grande porte pela primeira vez. Segundo o Comitê Olímpico, jovens de até 25 anos representaram cerca de 40% dos voluntários.
A aluna do segundo período de Turismo da UFRRJ, Alessandra Farias, foi uma dentre os muitos voluntários. Com apenas 18 anos, ela não queria ser voluntária, mas recebeu um incentivo da família e hoje agradece por isso. Supervisora de serviços nos eventos do Estádio Aquático Olímpico, onde teve a oportunidade de trabalhar nas competições de natação e de polo aquático, Alessandra conta que suas competições favoritas foram as de natação.
— A vibração dos espectadores quando o Phelps ia nadar era incrível, foi legal demais! — revela a discente.
Ao ser questionada se faria o trabalho como voluntária novamente ela é taxativa:
— Com certeza! Foi muito bom poder ajudar, mesmo sem retorno financeiro. Ganhei coisas que dinheiro nenhum pode comprar: amizades e experiências. Minha maior dificuldade foi a comunicação em outros idiomas, pois tinham torcedores que não falavam português e nem inglês.
Diferente da Alessandra, o estudante de Relações Internacionais Marcello Padilha confessou a euforia em poder ser voluntário nos Jogos Olímpicos. Ele atuou como boleiro (gandula) nas partidas de tênis na Arena da Barra
— Como internacionalista, a proposta de promover a paz entre as nações através do espírito olímpico é, no mínimo, prazeroso. Logo, é muito mais do que só uma experiência para o currículo, essa é a justificativa para os que pensam ser ingenuidade participar de um evento com escândalos e baixa popularidade entre nós, brasileiros – afirma Marcello.
O que, a princípio, pareceu um pouco maçante para o jovem, com o tempo, foi o que lhe permitiu assistir aos treinos de grandes nomes do tênis, como o atual campeão da medalha de ouro, Andy Murray e a gigante Serena Williams. O estudante ressalta como grande lição a valorização do povo brasileiro na execução dos jogos.
— Em um evento regrado a normas europeias, nós fizemos um evento com a nossa impressão digital. Já estou sonhando com Tóquio 2020, mas vamos com calma, ainda estou refletindo sobre participar das Paralimpíadas como voluntário, há outras preocupações por causa do início das aulas na Rural — destaca o estudante.
Para Alisson Montijo, estudante de Turismo da UFRRJ, uma das experiências mais prazerosas das Olimpíadas não está relacionada a nenhuma competição esportiva, mas sim, à sua convivência com outros voluntários.
— Um voluntário idoso disse a uma das líderes que ele ganhava o dia dele toda vez que eu o cumprimentava, pois eu o recebia sempre com um sorriso no rosto e alegria — contou Alisson, revelando também que, para ele, a maior dificuldade foi em relação ao transporte público em Deodoro, local onde o estudante exerceu seu trabalho voluntário.
Para todos aqueles que abraçaram o espírito olímpico, lembre-se de que ele ainda não deixou a cidade, pois as Paralimpíadas começam no dia 7 de setembro e, certamente, mais voluntários que estudam na Universidade Rural estarão por lá.
Por Nathália Barros e Thaís Melo/CCS