Na UFRRJ, a Semana do Meio Ambiente (SeMEA) foi criada com o objetivo de receber diversos públicos, entre eles jovens e crianças. O evento ocorreu de 6 a 10 de junho e foi organizado pelo Jardim Botânico, Museu de Zoologia e Programa de Educação Tutorial (PET), com das pró-reitorias de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG) e de Extensão (Proext). Na programação, foram realizadas atividades como palestras, minicursos, oficinas, mesa-redonda e visita guiada.
“Algumas atividades estão sendo voltadas para o público da Universidade, como os minicursos. Outras são para o público externo, como a atividade com a presença das crianças”, explicou um dos bolsistas do Núcleo de Apoio à Administração da Pesquisa (Naap/PROPPG), Juan Paixão, estudante do 7º período de Biologia.
Entre os 15 eventos realizados durante a SeMEA, houve destaque para a mesa-redonda sobre os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil – a palestra “Rio, a capital verde do Brasil. Será mesmo?” – e ainda a visita guiada, que partiu do Museu de Zoologia e seguiu até o Jardim Botânico. Os visitantes foram crianças do 3°ano do Ensino Fundamental do Centro Educacional União Seropédica (Ceus), escola localizada no centro de Seropédica.
A visita guiada teve o objetivo de proporcionar conhecimento às crianças sobre espécies da fauna e da flora. Surgiu, então, um desafio: como tornar o assunto algo que chame a atenção desse público?
Marco Antônio Santos, colaborador do projeto de divulgação do museu, explicou a estratégia usada neste caso: “O ‘Animacards’ é um projeto que estamos desenvolvendo que é, basicamente, um jeito de unir mais os jovens ao museu, porque nem sempre uma criança vai ver a foto de um animal e vai se sentir atraída”, disse o estudante de Ciências Biológicas da UFRRJ.
Educação ambiental no ensino básico
A inserção da educação ambiental na Educação Infantil assume um papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem. As preocupações sobre esse tema se iniciaram na década de 1970, quando surgiram vários eventos voltados para as questões ambientais. Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou a Conferência de Estocolmo, na Suécia, sendo o primeiro grande evento sobre o meio ambiente. O encontro estimulou as ações educativas voltadas para o tema. Além dessa, foram feitas outras conferências sobre o assunto, destacando-se no Brasil a realização da Rio – 92, na cidade do Rio de Janeiro, onde ocorreu a construção da Agenda 21.
Com a realização desses eventos voltados para o meio ambiente, surgiram inúmeros conceitos de educação ambiental. Foi somente a partir da década de 1980 que o assunto se popularizou no mundo e se tornou uma necessidade global. Assim, as instituições de ensino, sobretudo as do básico e do fundamental, estão se empenhando para praticar com os alunos ações relativas à educação ambiental.
É o que diz Jheniffer da Silva, professora do 3º ano do Ensino Fundamental da escola Ceus. “Eu entrei em contato com os alunos do curso de Biologia da Rural porque as crianças estão aprendendo sobre os animais. Eles sugeriram uma visita ao museu, pois haveria a realização da Semana do Meio Ambiente”. Segundo ela, a prática é tão importante quanto a teoria. “É importante as crianças terem essa vivência, não só ouvirem falar, mas ver como os animais são. Depois, eles vão fazer uma atividade sobre isso, sobre o que eles mais gostaram, qual foi o ponto que mais chamou a atenção deles e assim por diante”.
A experiência de educação ambiental vivida pelas crianças é apenas um exemplo de que é importante as pessoas pensarem sobre a natureza a partir de um sistema ecológico, social ou os dois juntos – ecossocial, ou seja, todos os indivíduos estão envolvidos de uma maneira ou outra em questões ambientais. Sendo assim, é a partir do ensino básico que os mais simples assuntos sobre o meio ambiente se tornam essenciais para a formação de pessoas com um vínculo mais afetivo à natureza.
Por Marina Moreira, bolsista de jornalismo da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ)
Em 10 de junho, último dia da SeMEA, foi inaugurado o Viveiro Eliseu Félix da Costa. O nome do espaço faz referência ao servidor técnico-administrativo que trabalhou por 41 anos na UFRRJ, com passagem marcante pelo Jardim Botânico (JB/UFRRJ). A cerimônia de inauguração contou com a presença do vice-reitor César Da Ros; das pró-reitoras Lúcia dos Anjos (Pesquisa e Pós-Graduação) e Nídia Majerowicz (Graduação); além do coordenador do JB, prof. Marcelo Souza.
Fotos: Marina Moreira (visita guiada) e João Henrique Oliveira (inauguração do Viveiro no JB)