Por Michelle Carneiro (CCS/UFRRJ)
Graduandos são o foco dos recentes editais de mobilidade internacional publicados pela UFRRJ. Em ação inédita, recursos institucionais foram destinados ao intercâmbio dos estudantes. Objetivo principal é enriquecer a formação técnico-científica e cultural dos ruralinos, assim como despertar o interesse pela formação continuada em cursos de pós-graduação.
Todas as iniciativas passam pela Coordenadoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (Corin), responsável por executar a política de relacionamento acadêmico e de internacionalização da Rural. “A mobilidade dos graduandos é um dos componentes fundamentais do Plano Institucional de Internacionalização aprovado em 2017”, explica o coordenador da Corin, José Luis Luque.
A internacionalização implica tanto a mobilidade de pessoas, quanto de conhecimento. As bases dessa dinâmica são construídas por meio de acordos de cooperação acadêmica estabelecidos com universidades de todo o mundo. “Objetivamos aumentar a quantidade destes acordos. As viagens internacionais que realizamos são importantes para definir novas parcerias”, pondera Luque.
Primeiro destino: Península Ibérica
Universidades de Portugal e da Espanha foram o destino dos primeiros 15 intercambistas da Rural. Os estudantes enfrentaram forte concorrência interna – a seleção totalizou 345 inscritos de diversas áreas de conhecimento. Os selecionados receberam auxílio financeiro no valor de R$ 12 mil para estudar no exterior durante o segundo semestre deste ano.
A Corin acompanha de perto o atual período de intercâmbio. No início de novembro, o professor Luque realizou uma missão de avaliação com visitas à Universidade do Porto (U.Porto) e à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Utad). “O programa é um sucesso”, atesta. Está previsto para o próximo ano o lançamento de um segundo edital ibérico.
Beatriz Farias, 22 anos, graduanda em Farmácia, avalia a relevância da experiência. “Ampliei minha visão sobre os desafios e possibilidades na área que escolhi. Outro ponto importante são as aulas laboratoriais que acabam preenchendo lacunas e agregando novos conhecimentos”, disse a estudante que está em mobilidade acadêmica na U.Porto.
Já Nicolas Caparelli, 23 anos, estudante de Medicina Veterinária, menciona o quanto é gratificante realizar um intercâmbio na Utad. “O Hospital Veterinário da Utad é referência na região e muito colabora para o aprendizado prático na área de clínica de animais de companhia, medicina de animais de produção e de animais exóticos”, disse.
A vez da América Latina
O ano de 2018 também contou com aumento expressivo de acordos de cooperação com instituições latino-americanas. A consequência será o lançamento, em breve, do primeiro edital de mobilidade internacional para América Latina e o Caribe. “Precisamos valorizar a importância da internacionalização com foco regional. Esse é um ponto moderno de discussão: a integração regional por meio da intensificação da mobilidade”, explica Luque.
Também neste sentido, foram lançados dois editais em parceria com o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB): o Programa Bracol, de intercâmbio de estudantes Brasil-Colômbia; e o Programa Bramex, Brasil–México. Cada um ofereceu cinco vagas. A mobilidade se dará no primeiro semestre de 2019 e contará com o aspecto da reciprocidade – a UFRRJ também receberá estudantes colombianos e mexicanos.
Próximos passos
Além da expansão do número de vagas nos programas de mobilidade internacional, outro desafio é torná-los mais inclusivos. É o que explica Luque ao mencionar o grande quantitativo de estudantes que não teria condições econômicas de permanecer durante todo um semestre no exterior com o auxílio outorgado pela Universidade. O pouco domínio de línguas estrangeiras é outra barreira a ser superada.
“Avaliamos a melhor maneira de proporcionar uma experiência internacional aos participantes de programas de assistência estudantil, por exemplo. Com isso pretendemos lançar ano que vem o primeiro edital de internacionalização inclusiva. A expansão do ensino de idiomas estrangeiros também terá papel central nesta questão”, conclui Luque.
Para saber mais sobre mobilidade internacional, acesse o website: http://institucional.ufrrj.br/corin/
Publicado originalmente no Rural Semanal 15/2018