Processos digitais, gestão acadêmica integrada e administração online das rotinas de trabalho. Com o estabelecimento do Sistema Integrado de Gestão (SIG), estas e outras dinâmicas passaram a fazer parte do cotidiano da UFRRJ. A necessidade de conectar digitalmente procedimentos e setores dispersos levou a Rural a firmar, em 2013, um convênio com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a desenvolvedora do SIG. Pelo acordo, a UFRN transfere a tecnologia e auxilia na implantação do sistema no conjunto de instituições cooperadas. Por sua vez, os participantes podem contribuir para aperfeiçoar o código-fonte – a linguagem de programação do software – adequando-o a suas particularidades. Algumas sugestões e modificações ficam apenas dentro dos sistemas das instituições; mas outras são enviadas à UFRN, para que esta inclua ou não na versão global do sistema, utilizada por todos. Em 26 de junho, a UFRN aceitou, pela primeira vez, a contribuição enviada por uma integrante. E o pioneirismo coube à Universidade Rural.
Dois servidores da Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Cotic), Caio Sabadin e Thiago Andrade Marques da Silva, foram os criadores de dois novos códigos-fonte que corrigiram problemas e resultaram em melhorias aos usuários. “Apesar de terem surgido de necessidades emergenciais internas da UFRRJ, avaliamos que esses códigos poderiam ser úteis para todas as instituições da rede cooperada da UFRN”, disse Sabadin, técnico em Tecnologia da Informação.
A primeira mudança sugerida pela dupla se relaciona a ocorrências funcionais surgidas durante a pandemia, como o teletrabalho. De acordo com Sabadin, tais ocorrências são consideradas ausências físicas, o que confunde muitos usuários, pois pensam se tratar de uma falta em suas frequências. “Assim, criamos um parâmetro que pudesse desligar as notificações de ausência por e-mail, a fim de evitar pânico desnecessário entre os usuários, que poderia provocar uma sobrecarga no trabalho dos setores responsáveis pela frequência”, explicou o técnico.
Já o segundo código-fonte foi uma correção de uma funcionalidade disponível apenas para servidores do Departamento de Administração e Gestão de Pessoas (DAGP). Era uma falha específica, na qual mudanças feitas num determinado serviço eletrônico não eram efetivadas quando certos campos do formulário estivessem preenchidos de uma maneira em particular.
Ambas alterações já estão em uso na UFRRJ desde maio e junho, respectivamente, quando se observou a necessidade de intervenção na programação.
‘Satisfação enorme’
A participação da UFRRJ e de outras instituições cooperadas é possível devido ao esquema de fluxo colaborativo elaborado pela UFRN. “Esse novo modelo de desenvolvimento tem como objetivo produzir um software mais adequado às necessidades da rede à qual pertencemos. Resumidamente, essa nova proposta vem para facilitar o processo de atualização dos sistemas SIG, dando às demais instituições a possibilidade de intervir diretamente no código-fonte”, afirmou Thiago da Silva, analista em Tecnologia da Informação na Cotic.
De acordo com Silva, toda vez que uma nova versão do SIGRH é lançada, as novidades são registradas na wiki pública do sistema (https://cotic.ufrrj.br/wiki/doku.php/sig:sigrh:inicio). “Especificamente no link ‘Atualização de 4.47.3 para 4.48.2’, formalizamos a incorporação oficial das colaborações nas tarefas 340316 e 340642”, disse.
A notícia foi celebrada pelo coordenador da Cotic e pró-reitor adjunto de Planejamento, Fábio Cardozo, que ressaltou a superação das dificuldades e a qualidade dos técnicos: “O nível de satisfação é enorme. Temos uma pequena equipe, num ambiente de trabalho sem grandes recursos, mas que tem se superado e realizado um trabalho incrível, com resultados reconhecidos externamente”.
Além de comemorar o pioneirismo, Thiago da Silva avalia que a colaboração da UFRRJ também vai contribuir para melhorar a segurança do SIG: “Submeter nosso código para ser validado pela UFRN também é um fator relevante de verificação da qualidade da proposta técnica, pois assegura que as nossas intervenções são seguras o suficiente para não prejudicar as outras funcionalidades já existentes e nem ferir princípios da segurança de informação”.
“Foi com grande alegria e satisfação que recebemos a notícia de que nossa equipe pôde contribuir, ainda que singelamente, com um sistema utilizado por tantas instituições públicas. É um uso bastante ético de nosso conhecimento e mão de obra, o que nos deixa felizes para além do próprio reconhecimento profissional”, completou Caio Sabadin.
Novas colaborações à vista
Há cinco anos, Thiago da Silva e Caio Sabadin trabalham juntos no desenvolvimento e aperfeiçoamento do SIGRH na UFRRJ. Um serviço que envolve verificações de códigos, documentação de processos internos pertinentes às questões técnicas e interação com os usuários do sistema, entre outras tarefas. Mas também há outras duas “ilhas de desenvolvimento” ligadas aos módulos do SIG: a do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa) e a do Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (Sipac). “Como há interconexão entre todos os sistemas, as ilhas interagem entre si frequentemente para a troca de conhecimentos e busca por soluções que beneficiem o SIG como um todo”, explicou Silva.
Segundo Sabadin, as equipes da Cotic estão trabalhando em novas propostas de colaboração, que aguardam a avaliação da UFRN. “A equipe do Sigaa está com três propostas aguardando a aprovação, e desenvolvendo outras duas”, disse o servidor. “Quanto ao SIGRH, estamos desenvolvendo uma outra e temos quatro esperando a aprovação: uma para melhorar o relatório de frequências já homologadas, tornando-o mais abrangente; outra para permitir a busca de estagiários no Portal Público do SIGRH; uma para permitir que linhas de transporte sejam desativadas e reativadas, sem a necessidade de excluí-las; e, por fim, uma para que os funcionários do DAGP possam controlar a obrigatoriedade ou não do preenchimento do campo “Observação”, ao se lançar uma ocorrência”.
Por João Henrique Oliveira (CCS/UFRRJ)