A integração de propostas de ensino, de pesquisa e de extensão é considerada por muitos como o modelo ideal de universidade. E é exatamente esta a expectativa do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde), na edição Gestão e Assistência à Saúde, de 2022, no qual a Rural foi contemplada com 61 bolsas para estudantes, tutores e preceptores no projeto.
O edital é do Ministério da Saúde e tem o objetivo de proporcionar mais “qualificação da integração ensino-serviço-comunidade” através da atuação conjunta de estudantes universitários, seus professores e de profissionais municipais da área da saúde.
Na edição deste ano, 142 projetos foram selecionados no país e a Rural ficou em 26° lugar, sendo a melhor colocação entre as universidades do estado do Rio de Janeiro. Apesar de o PET Saúde já ter ocorrido em dez edições, a Rural só participou pela primeira vez no ano de 2019, cujo programa foi fortemente afetado pela pandemia e só terminou em 2021.
O financiamento deste PET é do Ministério da Saúde e da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), agência da ONU que tem o objetivo de promover a saúde no planeta.
Com uma proposta pedagógica de integração, o projeto une os seis cursos da Rural que atuam diretamente na área da saúde: Ciências Biológicas, Educação Física, Farmácia, Medicina Veterinária, Psicologia e Serviço Social. A coordenadora geral do projeto é a professora Jaqueline Rocha Borges dos Santos, do curso de Farmácia. Segundo ela, haverá cinco grupos tutoriais atuando na cidade: três vinculados ao eixo Gestão em Saúde e dois ao eixo Assistência à Saúde.
Para Jaqueline, que também atuou na edição passada do PET Saúde pela Universidade, o programa é uma oportunidade sem igual para todos os participantes. “E os resultados são surpreendentes em várias áreas, inclusive na pesquisa. Tivemos, por exemplo, artigos, capítulos de livro e duas menções honrosas como fruto da nossa participação na última edição. É muito enriquecedor,” observou a coordenadora. “O trabalho não é fácil e conta com uma parceria ativa entre a Secretaria municipal de Saúde e a UFRRJ. Está funcionando e a expectativa é muito positiva para essa nova edição”.
As bolsas são divididas da seguinte forma: 40 para estudantes e 21 para profissionais entre coordenadores e tutores (professores da universidade) e preceptores, sendo estes lotados na Secretaria municipal de Saúde de Seropédica. Os coordenadores / tutores de cada grupo, de acordo com os cursos, serão os seguintes professores: Luciano Alonso (Veterinária); Luciana Brito e Tácio Lima (Farmácia); Fabrícia Paiva (Serviço Social); Anderson Silveira (Educação Física).
Os grupos tutoriais do eixo Gestão em Saúde irão atuar em três áreas: 1) atenção à saúde, gestão e educação em saúde voltadas para a pandemia de Covid-19; 2) avaliação e monitoramento em saúde; 3) gestão das práticas de educação em saúde. Já os grupos tutoriais do eixo Assistência à Saúde irão trabalhar em duas áreas: 1) cuidados com a saúde mental e 2) doenças crônicas. Na composição, cada grupo terá oito estudantes bolsistas, dois tutores (um atuando como coordenador) e dois preceptores (estes últimos sendo profissionais de saúde do município de Seropédica).
Ainda de acordo com a professora Jaqueline Rocha, há três níveis de atuação em saúde na cidade: primário, relacionado à estratégia de saúde da família; secundário, dedicado às demandas da unidade de pronto atendimento (UPA); e o terciário, voltado aos procedimentos de maior complexidade, representado por hospital / maternidade. O PET Saúde da Rural vai atuar junto à atenção primária. Segundo a professora, a perspectiva é de que haja uma grande melhora na saúde das famílias de Seropédica. “Queremos contribuir para o conhecimento das singularidades dos indivíduos em seus territórios. Assim, é possível haver mais humanização e assertividade nas estratégias de saúde da cidade.”
Como o projeto é um trabalho que reforça a proposta ensino-serviço-comunidade, esta será mais uma oportunidade para a Universidade se relacionar com a sociedade. Para a coordenadora do PET Saúde da Rural, haverá um grande avanço na interprofissionalidade em relação ao tema: “Sairemos da realidade controlada da nossa instituição, para ter contato com a realidade da população. Os estudantes terão experiências que vão se multiplicar nas salas de aula. Essa interação com o ensino é transformadora” observou Jaqueline. “Esta é, ainda, uma oportunidade de integração única com os preceptores do município. Alguns gostaram tanto de participar na edição anterior, que já vieram se oferecer como voluntários para a edição atual”.
Os editais para a seleção de estudantes e professores foram publicados e estão com inscrições abertas até amanhã o dia 28 de junho. Veja aqui o edital.
O projeto começa a ser executado dia 1° de agosto, vai até 31 de julho de 2023 e a expectativa é que pelo menos 200 famílias sejam atendidas continuamente, além dos atendimentos individuais ao longo dos 12 meses de duração deste PET Saúde.