Trocar experiências e exportar conhecimento para além dos muros das universidades ganhou força no meio acadêmico, principalmente a partir dos anos 2000. Seguindo essa tendência, a Universidade de Pisa (UniPi), na Itália, adota política de internacionalização e firma acordos e convênios com instituições ao redor do mundo. A UFRRJ está prestes a ser a próxima delas. No dia 20 de novembro de 2015, representantes da instituição italiana visitaram a Rural para apresentar à comunidade universitária, sobretudo aos estudantes de Medicina Veterinária, os programas de intercâmbio oferecidos.
Laura Nelli, italiana e coordenadora de assuntos internacionais da UniPi, e Fabiana Almeida, brasileira – natural de Campinas, SP –, e coordenadora dos projetos entre Brasil e Itália, ressaltaram, durante a palestra, a magnitude da Universidade e o quão grandiosa pode ser a oportunidade de estudar lá. Nada mais propício para uma estrutura que conta com 20 departamentos, 56.000 estudantes; 3.000 professores e 1.500 intercambistas. Além disso, ela oferece cursos de excelência, como Agronomia, Veterinária, Pesquisa e Inovação, que concederam à instituição italiana um lugar na lista das “Top Universities”, ficando com a 30ª posição em Física. Sem falar que Galileu Galilei já foi um de seus estudantes.
Desde 2011, os brasileiros começaram a ter a oportunidade de estudar na Universidade, sobretudo devido ao programa “Ciência sem Fronteiras” (CsF). Cerca de 30 acordos de cooperação já foram assinados com universidades brasileiras, tanto federais, como estaduais e privadas. Tais instituições, no entanto, não são escolhidas aleatoriamente e precisam produzir crédito educativo. Devido ao bom desempenho dos alunos da Rural, a UniPi decidiu firmar acordo com nossa reitoria. Porém, esse processo pode demandar tempo, tendo em vista que as cláusulas podem conflitar e apresentar diferentes exigências, dependendo de cada departamento jurídico.
─ A gente tem escolhido as instituições de melhor destaque, o termômetro tem sido as performances acadêmicas dos estudantes. Não adianta aceitarmos o aluno de uma boa universidade se seu desempenho depõe contra. Então, quando eu venho em missão, tenho que ser certeira e vir em uma universidade que vá me trazer bons estudantes. O estudante que vai à UniPi e não produz crédito educativo, que é a moeda de troca dos alunos, não é válido para a instituição – comenta Fabiana que vem ao Brasil uma vez ao ano e precisa acertar em suas decisões e escolhas.
Experiência de vida
Marcelle Christine Ferreira foi uma das brasileiras selecionadas para participar destes programas. Estudante de Medicina Veterinária da UFRRJ, ela cursou quatro matérias e estagiou na área de reprodução animal, durante o ano de 2014, na Universidade de Pisa. Sua trajetória, no entanto, não foi fácil. Algumas dificuldades de adaptação à cultura italiana e diferenças no sistema de ensino entre os países a desestabilizaram. Nada que a fizesse desistir de seus objetivos.
─ A principal diferença que senti, na vida acadêmica, é que aqui a gente tem muita aula teórica junto com a prática e, então, conseguimos assimilar melhor os conteúdos. Já na Itália, eles são mais teóricos do que práticos. Eu costumo falar que se a gente juntasse a teoria deles com a nossa prática, seria o profissional perfeito. Outro fato significativo, para mim, foi chegar lá e ver que a nossa Universidade era expressiva na Itália, sobretudo em Pisa. Os professores me falavam: “você tem muita reponsabilidade já que todos os seus colegas que passaram por aqui foram excelentes alunos”. O nome da Rural lá é muito forte e é, exatamente por isso, que eles estão aqui promovendo esses projetos de intercâmbio – conclui a estudante.
Assista ao vídeo de apresentação da Universidade de Pisa
Por Bruna Somma/CCS