Com os olhos no futuro e os pés no presente, o Instituto de Ciências Exatas (ICE) da Rural convidou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para uma palestra, cujo título foi “Disponibilidades governamentais no fomento a startups” para celebrar a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Os dados são animadores, uma vez que o Brasil já tem 14 unicórnios (empresas de tecnologia avaliadas em mais de U$ 1 bilhão). Mas, ao mesmo tempo, há um longo caminho a ser percorrido, pois “estamos 20 anos atrasados em termos de tecnologia” segundo o representante do MCTI que veio à Rural, Leonardo Freitas, atualmente gestor de políticas para startups. O encontro foi realizado o na última terça-feira, dia 18, no auditório da Biblioteca Central.
O diretor do ICE, professor Robson Mariano, além de agradecer aos alunos do instituto, destacou a importância da acessibilidade no ambiente da SNCT. “Nós temos intérpretes de Libras aqui e estamos muito felizes com o fato de os nossos alunos com deficiência auditiva poderem ser incluídos nos contextos da Universidade, especialmente na SNCT. É a ciência mais perto de todos”.
O reitor da UFRRJ, professor Roberto Rodrigues, esteve presente no evento e disse que a Universidade está preocupada em promover novas culturas nos contextos acadêmicos. “Não só de inovação, mas também uma cultura de soluções tecnológicas que, nós sabemos, é muito importante para o futuro. Para isso, a Rural está trabalhando no projeto de criação de um centro de inovação tecnológica, que deve ficar pronto no ano que vem”, explicou o reitor. “Agradeço aos municípios do nosso entorno, principalmente Seropédica, pois nossa preocupação é desenvolver ciência, ensino e extensão. Queremos nos relacionar com as cidades próximas de nós, pois é nosso papel atuar e apoiar esta região”. Segundo o professor, serão realizadas obras para promover a acessibilidade nos institutos de Educação (IE), Ciências Humanas e Sociais (ICHS) e Ciências Sociais Aplicadas (ICSA). “A ideia é fazer um corredor acessível desde o ponto de ônibus, que fica na BR 465, até estes três institutos. Assim, daremos mais um passo para tornar a Rural cada vez mais acessível.”
O secretário de Indústria, Comércio, Ciência, Tecnologia e Inovação de Seropédica, Carlos Alberto Machado de Freitas, comentou que a parceria da UFRRJ com a cidade é de extrema importância para os cidadãos. “A oportunidade de ter a cooperação da Rural junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia é vital para a criação de políticas públicas de qualidade. Queremos trabalhar com política firme de desenvolvimento” disse o secretário.
Para Leonardo Freitas, gestor de políticas para startups do MCTI, há uma expectativa de que aumente o diálogo entre o MEC e o ministério onde atua. E sua presença na Rural, especialmente na SNCT, é uma possibilidade de intensificar esta parceria. “Precisamos acelerar o investimento em tecnologia no Brasil. Em 1995, a China tinha o mesmo PIB que o Brasil. De lá para cá, eles investiram fortemente na área e hoje estão muito adiante de nós”, observou Freitas. A China, atualmente, tem cerca de 170 unicórnios e é a segunda maior economia do mundo, enquanto o Brasil está entre o 10° e o 13° lugar, dependendo dos indicadores.
Um destaque apresentado pelo representante do MCTI foi o Programa Mulheres Inovadoras, através da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública do próprio MCTI. De acordo com Leonardo Freitas, a presença feminina na área de tecnologia ainda é pequena. “Elas são poucas, mas são extremamente competentes. De cada dez startups brasileiras, no máximo uma é liderada por mulheres. Mesmo neste contexto, tem uma boa notícia: as pesquisas mostram que aquelas que são geridas por mulheres têm mais chances de sobreviver”, destacou ele.
De acordo com o gestor de startups do MCTI, a presença deste ministério nas universidades é de extrema importância: “E ela pode ser um termômetro que vai ajudar a mudar a realidade brasileira, e, também, vai balizar o desenvolvimento das políticas públicas locais, que são reais, pois só quem está na localidade sabe que realmente é necessário”, observou Freitas.
O Instituto de Ciências Exatas realizou, também, uma mostra das suas áreas de atuação e um dos destaques foi o stand com demonstrações de aulas de robótica inclusiva, com interpretação em Libras.