Passar por obras dentro de casa é, sem dúvida, um processo estressante. Barulho, poeira e bagunça acabam se tornando hóspedes incômodos. Os moradores dos alojamentos estudantis da Rural entendem bem a situação, já que a parte elétrica dos prédios M1 e M2 passam por reformas.
As obras seguem o Plano Institucional de Prevenção de Riscos da UFRRJ, que prevê a troca de toda a fiação anterior, que tinha mais de 40 anos e não havia sido atualizada aos padrões de construção atual. Até o momento, foram concluídos os três andares do M2. O término dos trabalhos no M1 está previsto para meados do mês de maio de 2023. E, para dar suporte ao sistema elétrico renovado dos prédios, foi necessário construir duas novas subestações de energia.
O estudante de Pedagogia Eduardo Almeida está preocupado sobre a mudança no dia a dia desde o início das obras. “Como sou alojado, o meu espaço de estudos e descanso é no quarto. O maior impacto que eu sofri foi relacionado aos barulhos constantes. Embora eu saiba que seja necessário, é extremamente desconfortável”.
Os trabalhos começaram em abril de 2022, com o processo de realocação dos estudantes. Moradores do M2 tiveram que ser integrados a outros prédios, para que as mudanças fossem feitas sem maiores problemas. Posteriormente, todos os 12 blocos dos alojamentos vão passar por reformas semelhantes e haverá novamente a integração de alunos em outros prédios.
Segundo Lorena Florêncio, diretora da Divisão de Residência Estudantil (Dire), houve certa resistência em fazer a troca, e a logística não se mostrou bem aceita por parte dos estudantes. Os M’s funcionam como alojamentos mistos e os alunos consideraram desgastante fazer a mudança no meio do período, já que cada quarto segue sua própria dinâmica e modo de convivência. A situação atrasou o prazo inicial de término das obras, marcado para fevereiro de 2023. Somando isso ao recesso de fim de ano, a data limite foi estendida para maio.
No final do ano de 2022, a Rural promoveu a licitação para a implementação do sistema de incêndio e pânico, o que quer dizer que os alojamentos passarão por mais mudanças: será feita a instalação do projeto de combate a incêndio. Ruy de Athayde Filho, responsável pela Coordenadoria de Projetos de Engenharia e Arquitetura (Copea) explica que como foi a mesma empresa que ganhou a licitação para o mapa de risco contra incêndio e pânico, acredita-se que o serviço poderá ser concluído em um tempo menor. Sobre a pertinência das reformas ele complementa: “Essas são mudanças importantíssimas para a segurança dos alunos”.
Então, de forma resumida, o que ocorreu no M2 e agora vai acontecer no M1 foram duas etapas da obra, com duas licitações diferentes: uma para a reforma da rede elétrica e outra para a implantação do sistema de incêndio e pânico.
Também é importante ressaltar que obras em órgãos públicos devem seguir uma série de particularidades. A Universidade, então, precisa realizar determinações previstas por lei, que vão desde a promoção da licitação, do sorteio da empresa até a entrega do projeto, e isso pode acarretar atrasos na finalização do serviço.
Para saber mais sobre como funcionam o início, o acompanhamento e a entrega dos projetos veja a reportagem:
Texto e fotos: Nicole Lopes (bolsista da CCS/UFRRJ sob supervisão jornalística)