Em 2025, chegou ao fim a trajetória da primeira turma do curso de especialização em Geoprocessamento, Levantamento e Interpretação de Solos com 281 especialistas certificados. Ao longo dos últimos dois anos, o grupo percorreu um currículo com foco na identificação e reconhecimento de solos, elaboração de mapas pedológicos e interpretação deste recurso para fins agrícolas e ambientais.
Amparada por Acordo de Cooperação entre a UFRRJ, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) através da Universidade Aberta do Brasil (UAB-CAPES), a pós-graduação lato sensu foi voltada para a formação de agentes públicos e profissionais da área.
Na UFRRJ, o curso, com apoio da Coordenadoria de Educação à Distância (CEAD/UFRRJ), foi ofertado pelo Departamento de Solos, Instituto de Agronomia.

A coordenadora da rede Unisolos Lucia Anjos reiterou que esta experiência comprovou a importância e viabilidade da oferta de cursos em rede e na modalidade EaD (Educação a Distância) para treinamento de profissionais que atuam em temas das Ciências Agrárias e da Terra. “O curso proporcionou o conhecimento de solos em todos os ambientes brasileiros. Nossos docentes possuem experiências que permitiram a interação com os cursistas que se originam de vários estados brasileiros e de todas as regiões do Brasil”, disse.
A professora Lúcia Anjos, titular do Departamento de Solos do Instituto de Agronomia (DS/IA), também explicou que o processo de oferta do curso foi inovador ao unir os professores das quatro universidades para oferta conjunta de cada disciplina. “Cada conteúdo era compartilhado e ofertado para todos os cursistas pelos professores selecionados em editais da UFRRJ, UFMG, UFV e UFRA, o que elevou ainda mais a qualidade do nosso curso”, comentou.
A primeira turma é fruto de uma parceria ampla, com diversos programas de pesquisa e pós-graduação na área de solos e organizações que fomentam a política de solos no Brasil e na América Latina. A amplitude do impacto do curso conta ainda com importantes parcerias para sua execução, tais como o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), através de projeto de cooperação técnica com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), a Embrapa Solos, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conhecimento a serviço da sociedade
A matriz curricular constou de três módulos de disciplinas em carga horária de 360h, ofertadas em conjunto pelas quatro universidades, e de trabalho de conclusão de curso (TCC) que priorizou aplicações do conhecimento em situações de vivência dos cursistas.
Ao final do primeiro módulo, os cursistas participaram de aula presencial no câmpus Seropédica, com aula prática de identificação de solos e relação com a paisagem, visita a laboratórios de análise de solo e atividades de educação no Museu de Solos do Brasil (MSB/UFRRJ). A atividade ocorreu em todas as universidades da rede e, de acordo com Lúcia Anjos, foi essencial para fixar conceitos, trocar experiências e tirar dúvidas sobre os trabalhos de conclusão de curso (TCCs). “O momento foi bem avaliado pelos cursistas, em especial aqueles com formação em outras áreas que não as agrárias, sendo motivador para prosseguir com o curso”, pontuou.

Além do treinamento de pessoal, a coordenadora da rede Unisolos defende que os TCCs podem contribuir para programas de governo, em vários níveis, com ênfase para o Pronasolos e o Programa Nacional de Manejo Sustentável do Solo e da Água em Microbacias Hidrográficas – Águas do Agro, bem como políticas públicas vinculadas ao solo e à recuperação ambiental e projetos de extensão com base em pesquisa.
“A construção dos TCCs se iniciou logo no primeiro módulo do curso, com a definição do objeto da pesquisa, e visou alcançar produtos que possam ser aplicados ou relevantes para o local de vivência ou trabalho dos cursistas, na forma de um produto de pesquisa-extensão”, afirmou Lúcia Anjos. “Várias formas de produtos foram disponibilizadas, desde trabalhos acadêmicos convencionais, mapas e interpretação de informações diversas, geração de aplicativos e ainda materiais para educação em solos. Todos os trabalhos de conclusão foram apresentados e avaliados por banca examinadora, com entrega de documento final que será armazenado em repositório institucional”.

Nesse sentido, a modalidade de curso de especialização em formato EaD abre oportunidades para profissionais em várias regiões do país atualizarem seus conhecimentos sobre solos e aplicações diversas, tão relevantes para o enfrentamento dos impactos negativos de eventos extremos diante das mudanças de clima globais.
Texto: Lidiane Nóbrega, assistente de comunicação da Coordenadoria de Educação a Distância (CEaD/UFRRJ)