Após três períodos seguidos funcionando somente no formato emergencial remoto, os cursos de Química e Medicina Veterinária retomaram as aulas práticas em setembro. O retorno aos laboratórios foi feito mediante a aprovação pelo Conselho Universitário das normativas para o 1º período letivo de 2021 (Deliberação Nº 331/2021). Para isso, as turmas foram subdivididas em grupos de dez estudantes, a fim de garantir o distanciamento físico e a segurança de alunos e servidores.
Segundo a professora Andreza Amaral, coordenadora da graduação em Medicina Veterinária, o ensino remoto foi um desafio para o curso que possui aproximadamente 70% da grade de aulas práticas. O planejamento das disciplinas, que antes eram presenciais, foi adaptado para que os alunos pudessem cursar parte online e parte presencial. Ela conta: “Foi uma questão legal e uma decisão do curso de que a gente tivesse pelo menos uma pequena carga horária prática das disciplinas em formato presencial, porque entendemos que nós temos responsabilidade perante os profissionais que formamos. Formar veterinários cirurgiões que nunca pegaram num bisturi não é algo que para gente faz sentido.”
Essa carga horária prática foi organizada de forma que os alunos precisassem ir à sala de aula em dois sábados no período letivo, com oito horas de aula a cada dia. A aluna Larissa Rosa, que mora em Paraíba do Sul, optou por retornar à república em Seropédica durante a semana entre as aulas. “É muito difícil ficar sem ter o contato com os animais. Esse último período então eu estava muito desanimada. Mesmo sendo só dois sábados de aula prática já fez muita diferença pra mim, me lembrou porque eu quero ser médica veterinária”
Na graduação em Química, a maioria das matérias experimentais não foi oferecida enquanto não havia a possibilidade de usar os laboratórios. Por isso, agora existe uma demanda alta de aulas práticas, que foram condensadas a fim de diminuir a carga horária de dez aulas para são oito. Com as turmas divididas em grupos de dez, cada grupo assiste o correspondente a duas aulas por vez, o que diminui o número de deslocamento dos alunos ao câmpus.
A professora Andressa Esteves leciona aulas práticas de Química Orgânica de segunda-feira a sexta-feira: “Na minha avaliação, dá mais trabalho. Tem que ter um rigor maior de preocupação com os alunos e com a gente. Mas tenho conseguido dar as aulas de uma maneira bem tranquila. É cansativo, mas eu chego em casa feliz, satisfeita. Eu estava muito ansiosa para voltar a ter contato presencial com os alunos”. Ela reforça que é muito importante o uso de máscaras e dos demais Equipamento de Proteção Individual (EPIs) que estão sendo fornecidos pela Universidade, como o álcool 70 que é produzido nos laboratórios do curso de Química.
Segundo a pró-reitora de Graduação Nídia Majerowicz, são 266 alunos matriculados em 33 turmas de aulas práticas no momento. Ela comenta: “Essa proposta de retorno gradual às atividades presenciais está sendo feita com base nas orientações do Comitê de acompanhamento Coronavírus da UFRRJ, com toda a cautela necessária para preservar a saúde e a vida das pessoas. Cumprindo a decisão judicial, nos comprometemos a retornar presencialmente em 31 de janeiro de 2022, com os cuidados sanitários recomendados.”
O vice-reitor César Augusto Da Ros reforça que o avanço do processo de vacinação contra a Covid-19 no país e no estado do Rio de Janeiro tem contribuído para uma melhora significativa dos indicadores epidemiológicos: “Se esta tendência de melhora for mantida ao longo das próximas semanas, haverá condições para que ocorra uma mudança da bandeira amarela para a verde e, desta para a branca, o que garantirá o retorno gradual e seguro das atividades acadêmicas e administrativas, até a sua integralidade”. Ele mencionou também uma série de providências que estão sendo tomadas pela Universidade para o plano de retomada de atividades.
No entanto, o vice-reitor destaca os desafios do retorno presencial na Instituição “em decorrência da pandemia, da crise econômica, social e política pela qual atravessa o país neste momento com impactos diretos sobre o funcionamento das IFES (Instituições Federais de Ensino Superior), especialmente no que se refere às restrições orçamentárias enfrentadas ao longo dos últimos anos”.
Em entrevista, o vice-reitor detalhou informações sobre a preparação da Universidade para a retomada às atividades presenciais, para conferir na íntegra clique aqui.
Texto: Carolina Carvalho – residente de Jornalismo da Assessoria de Comunicação da Prograd/UFRRJ