A Doença de Chagas, que é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e afeta cerca de 7 milhões de pessoas no mundo – a maioria na América Latina -, foi descrita por Carlos Chagas há mais de um século, em 1909. Apesar dos enormes avanços nos campos da Parasitologia, Bioquímica, Imunologia e Biologia Molecular que ocorreram desde aquela época até os dias atuais, ainda não se encontra disponível uma estratégia eficiente de bloqueio de transmissão da doença ou de tratamento para os pacientes infectados.
Um ponto de bloqueio da doença em potencial é a obstrução da transmissão do parasita pelo inseto vetor. Nesse sentido, cientistas de pelo menos 10 diferentes países, incluindo vários de institutos brasileiros, publicaram análises realizadas com o genoma da espécie de barbeiro Rhodnius prolixus, com o título “Genome of Rhodnius prolixus, an insect vector of Chagas disease, reveals unique adaptations to hematophagy and parasite infection” no periódico científico Proceedings of the National Academy of Science (PNAS).
A professora Patrícia Fampa Negreiros Lima do ICBS/ UFRRJ, bióloga que estuda aspectos da interação parasita-inseto vetor, integrou a equipe de trabalho. Ela destacou o fato de o primeiro e último autores do estudo serem professores da UFRJ, ou seja, uma instituição brasileira sediada em nosso estado. A professora, que contribuiu na anotação de genes envolvidos no metabolismo de lipídeos do inseto, informou que o trabalho ajudará não só a conhecer melhor a fisiologia dessa espécie de inseto hematógafo importante modelo e vetor da doença de Chagas em diferentes países da América Latina, mas também entender melhor aspectos moleculares que interfiram com o desenvolvimento do parasita no interior do inseto, e assim propiciar o desenvolvimento mais aprofundado de estratégias para combater a doença.
Para acessar a matéria do jornal O Globo que aborda o estudo, visite http://goo.gl/Bw69Q2