O professor Gustavo Lopes Olivares, do Departamento de Administração Pública (ICSA/UFRRJ), ficou em segundo lugar na categoria “Educação Superior”, do Prêmio Educador Transformador. O docente desenvolveu o projeto educacional “PraXis – Simulador de Processos Produtivos”, e concorreu com 3.640 projetos de todo o estado do Rio de Janeiro.
O simulador (praXis) recria um ambiente organizacional de uma mini montadora, permitindo a avaliação e a análise das consequências decorrentes de decisões adotadas pelo grupo de participantes. O praXis coloca o participante no centro da aprendizagem, desempenhando o papel de gestor de uma atividade organizacional simulada e, por isso, exigindo desse capacidades e habilidades para tomar decisões, para solucionar problemas multidisciplinares, para comunicar-se de forma eficiente, para o trabalho colaborativo, além de possuir uma visão do todo (holística). Possui regras claras e bem definidas, presença de espírito competitivo, possibilidade de identificar vencedores e perdedores, ludicidade, fascinação e tensão, podendo retratar situações específicas da área empresarial, como marketing, produção, finanças, logística e outras.
Inovação educacional
Além do desenvolvimento de um método novo chamado de MINT, que integra os conceitos maker, designer e de empreender, o projeto desenvolvido pelo professor Gustavo Olivares utiliza recursos tecnológicos juntamente com a dinâmica de um jogo de tabuleiro. “A origem do MINT vem da necessidade de inovar o processo de ensino. Quebrar a passividade dos estudantes e, em alguns casos, o desinteresse em aprender, desestimulados por métodos e técnicas do ensino conservador. Além do método, desenvolveu-se também um software que funciona como uma plataforma que ajuda a dar contexto e dinâmica ao praXis. E por fim, para que possa ser replicado, também desenvolveu-se uma sequência didática em forma de manual/tutorial”, explica o docente.
A simulação do praXis permite estimular a comunicação entre os participantes do grupo e outros agentes, permite utilizar o conhecimento adquirido nas disciplinas e testá-los em um ambiente controlado. Aprender fazendo é umas das principais premissas do simulador, por isso, cria um ambiente inovador de aprendizagem, rompendo com um ensino exclusivamente tradicional.
Perguntado sobre os motivos de propor práticas inovadoras de ensino, Olivares apontou: “A motivação vem da percepção da dificuldade dos estudantes com o ensino tradicional/conservador. Uma geração que vive tecnologia digital e que tem à sua disposição uma série de fontes de informação. A busca por novas formas de ensinar é inevitável. Conceitos como “Metodologia Ativa”, “Gamificação”, “Aprendizagem baseada em projetos e soluções de problemas”, “Aprendizagem vivencial” são opções para complementar um ensino criado no século XX. Temos que formar jovens para o mundo do trabalho do século XXI. Assim, alternativas de aprendizagem que estimule habilidades e capacidades de comunicação, tomada de decisão, solução de problemas e a criatividade são essenciais para mitigar a dicotomia entre escola e trabalho”, conclui.
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Edição e publicação: Fernanda Barbosa, jornalista e coordenadora da CCS/UFRRJ