Na primeira semana de junho, duas palestras do curso de extensão “O golpe de 2016 no Brasil e o futuro da democracia” aconteceram na UFRRJ. A primeira, na terça (05/06), contou com a presença das jornalistas Cláudia Santiago, Ana Lúcia Vaz e Paula Máiran. Foi uma mesa só de mulheres, tendo a mediação da professora Flora Daemon
Claudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação, falou sobre o papel da mídia hegemônica na construção da narrativa do golpe e de como esse discurso vinha sendo criado desde o resultado das eleições de 2014. Paula Máiran apontou a forma que o capital atua na crise política, acentuando a luta de classes e como é nessas crises que ocorre o pico das grandes riquezas. Ana Vaz debateu as manifestações de 2013 e o impacto delas no processo de impeachment. Lançou ainda uma provocação sobre a posição excludente da esquerda no que se refere a discursos contrários.
Com tema “Periferias urbanas e o golpe”, a segunda palestra aconteceu na quinta (07/6). Edson Miagusko e Carly Machado, professores do DCS/UFRRJ, e a professora da UERJ, Márcia Leite, debateram sobre a intervenção militar e como ela atinge as populações minoritárias, sobretudo nas favelas. Carly aprofundou o debate trazendo à discussão os templos e religião como campos de formação de discursos políticos nas periferias. Ela ressaltou que, enquanto os estudiosos só concentraram seus olhares nesses lugares recentemente, a Igreja já faz isso há bastante tempo.
O professor Edson elogiou ainda iniciativa do curso que considera um espaço de conhecimento e pensamento alternativo. Ao fim das palestras, todos responderam as perguntas dos ouvintes.
Texto e fotos: Douglas Colarés/CCS