Texto: Thaís Melo*
As plantas alimentícias não convencionais (Pancs), são plantas comestíveis de fácil crescimento encontradas em quintais ou canteiros. Como exemplos de Pancs podemos citar a ora-pro-nobis, a bertalha, a taioba, o hibisco, a azedinha dentre outras. Elas são chamadas de “não convencionais”, pois não costumam ser produzidas em larga escala e muitas pessoas ainda desconhecem suas propriedades. Mas isso vem mudando aos poucos. Pensando nisso, a UFRRJ ofereceu nesse mês uma oficina voltada para falar sobre esses vegetais
A oficina sobre o “Potencial tecnológico e funcional das plantas alimentícias não convencionais (Pancs)” foi registrada na Pró-Reitoria de Extensão através da chamada da Central Extensionista de Dados (CED). A organizadora da oficina foi Maria Ivone Martins, engenheira de alimentos, professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos (DTA/IT). A atividade teve oito horas, dividida em três aulas online. Nela foi abordada a importância das Pancs na indústria, onde elas são utilizadas como aditivo em alimentos processados.
“A escolha do tema Pancs foi porque as plantas alimentícias não convencionais são estratégicas no momento que a gente está vivendo de pandemia. Essas plantas têm crescimento espontâneo e não requerem muito cuidado no manejo. Então, a gente pode ter essas plantas nutritivas na nossa casa. O objetivo é estudar mais sobre essas plantas e ampliar as aplicações na área de ciência e tecnologia de alimentos”, relatou a professora. Ela conta que a ideia de realizar a oficina surgiu diante do incentivo que a universidade está dando para a realização de ações durante o período de pandemia e também da vontade de interagir com a comunidade, dentro e fora da universidade.
A oficina foi aberta a todos e teve vagas esgotadas em pouco tempo. Isso demonstra o quanto as pessoas têm interesse pela temática. “Nós abrimos inicialmente 50 vagas e elas acabaram de um dia para o outro. Nós disponibilizamos mais 50 vagas e foi a mesma coisa. Então, tivemos 100 inscritos”, explicou.
Atualmente, existe o aumento da discussão sobre as Pancs e sua importância nutricional. De acordo com a professora, elas são importantes para a culinária já que podem ser usadas em diversas receitas e também como aditivos em alimentos processados. “Esse tema tem tudo a ver com o momento que estamos atravessando de pandemia e também com a necessidade de melhoria na segurança alimentar e nutricional. Do acesso das pessoas a alimentos de qualidade . Então, as Pancs já tem surgido e vão consolidar a sua importância, dada a facilidade de crescimento e o potencial tecnológico e nutricional dessas plantas”, explicou.
A engenheira de alimentos também falou sobre a importância da temática para a agricultura familiar. “Elas também têm grande importância para a agricultura familiar, principalmente regional. Muitos agricultores familiares cultivam essas plantas. Então, é essencial que a gente às estude também para mostrar para a sociedade o valor dessas plantas e, com isso, abrir mais uma porta de geração de renda e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas”, ressaltou a professora.
Comunicação Proext*