No dia 19 de julho, o Auditório Gustavo Dutra ficou lotado para receber a estreia da peça “O Beijo no Asfalto”. A produção, baseada no texto original de Nelson Rodrigues, foi dirigida por Max Gomez, oficineira de teatro do Centro de Arte e Cultura (CAC) e estudante de Letras na UFRRJ.
Com o elenco composto por alunos do próprio CAC, Max contou que a maioria era estreante nos palcos. “A primeira impressão deles para a proposta foi aquele susto, né? Então, começou o desespero logo no início do período de aulas. Por incrível que pareça, era a primeira vez de muita gente subindo em um palco”, comentou.
A oficineira revelou que levar a obra de um autor clássico como Nelson Rodrigues para o Gustavão serviu para mostrar o empenho dos estudantes na realização desse tipo de evento. “Todo mundo falou que a gente ia fazer essa peça acontecer, e a gente realmente fez. Foram os próprios alunos dando o apoio necessário: abrindo a cortina, ajudando com o som, ajudando com a iluminação, ajudando com objeto cênico, e tudo mais”, explicou Max.
Nesse sentido, em diálogo com a temática da “Mostra Cultural – Arte e Sustentabilidade” do CAC, que será realizada em setembro, o evento também contou com a ajuda de uma campanha de arrecadação de roupas para a montagem de figurino do elenco. A vestimenta foi montada em parceria com o eixo de indumentária do curso de Belas Artes da Universidade (@indumentariaufrrj), através do curso de extensão Figurino na Prática. Sob coordenação das professoras Débora Pires Teixeira e Luanda dos Santos Alves, as roupas arrecadadas foram reaproveitadas e customizadas.
Já a oficina de Arte e Movelaria em Bambu, do oficineiro Felipe Machado, colaborou na composição do cenário, com um sofá de bambu produzido ao longo das aulas.
“A galera sofre no final de período e não custa nada a gente entregar pelo menos uma diversão para eles”, brincou a graduanda do quarto período da Rural. “É bom a gente entregar um conteúdo legal para eles também pensarem: ‘Aqui na Rural tem um lugar onde eu posso distrair minha cabeça. Sei que vai ter arte e coisa de qualidade para eu rir, chorar, aplaudir e gritar’”.
Com entrada franca, a programação incluiu também a exibição do filme japonês Suzume, do diretor Makoto Shinkai, na telona do Gustavão feita pela equipe do Cinecasulo (@cinecasuloufrrj). Todo o esforço conjunto fez com que o trabalho fosse recebido com a lotação máxima do auditório da Universidade.
A peça será, inclusive, reapresentada no início do próximo período acadêmico – no dia 31 de agosto, às 17h. “Tivemos um retorno muito positivo de pessoas falando que essa foi a primeira vez que assistiram uma peça. E muitas pedindo de novo! Então, estamos planejando fazer novamente entre o final de agosto e início de setembro”, contou a oficineira.
Texto: Lidiane Nóbrega, bolsista de Jornalismo da CCS/Proext