Criado em setembro de 2020, o Núcleo de Articulação de Acervos e Coleções (NAAC) é vinculado à Pró-Reitoria de Extensão (Proext) e tem como objetivo ajudar na preservação do patrimônio histórico da UFRRJ e na divulgação dos espaços de acervos e coleções institucionais e seu uso em pesquisas.
A pró-reitora adjunta de Extensão, Gabriela Rizo, trabalha na estruturação do núcleo e considera sua criação um grande passo na preservação tanto dos espaços de memória documental da UFRRJ, quanto na visibilidade das coleções científicas do passado e atuais, para a pesquisa e história da ciência brasileira.
Desde de 2019, a professora Rizo vem organizando reuniões com os responsáveis pelos acervos e coleções da UFRRJ e vê, na fundação do NAAC, o produto destes encontros que motivaram coletivamente os professores e técnicos que deles participaram. De acordo com ela, agregar as curadorias de acervos e coleções em um núcleo é também uma medida que visa o desenvolvimento de políticas mais sólidas para esta temática, tão relevante para uma instituição centenária.
Em consonância com a criação do NAAC, em outubro deste ano, a Proext lançou um edital visando o apoio financeiro aos curadores ou responsáveis das coleções e acervos da universidade Rural. Ainda que pequeno, este apoio visa cobrir gastos referentes à proteção, manutenção e subsistência dos materiais, documentos, peças e coleções.
Além disso, o edital motivou o registro dos projetos, via SIGAA (Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas), dando mais institucionalidade e permitindo à universidade Rural maior dinamismo quando forem solicitados os dados catalogados referentes às coleções, bem como se houver submissão à financiamentos à coleções por parte de órgãos de fomento.
Na primeira chamada do edital, oito projetos dentre acervos e coleções foram registrados. Foram eles: Recuperação, revitalização, preservação e conservação do Museu de Anatomia Patológica Carlos Tokarnia (MAPCT), o Jardim Botânico UFRRJ: Extensão em prática; Reorganização e reestruturação do Museu de Zoologia do ICBS e do seu acervo zoológico; o Museu da Química Professora Aparecida Cayoco Ikuhara Ponzoni, o Herbário RBR – conhecendo a biodiversidade; a Coleção de Objetos e documentos Museológicos (Memória da UFRRJ); o e LabDoc – Plantas Arquitetônicas Históricas.
O técnico em laboratório Thalles Yvson, que está secretariando o início do núcleo e é curador da Coleção de Objetos e Documentos Museológicos (Memória da UFRRJ), contou que participou ativamente do projeto de criação núcleo, ainda nas reuniões dos grupos de curadores, uma vez que já participava de vários projetos de preservação e patrimônio da UFRRJ.
Para entender a importância do NAAC dentro da Rural, é fundamental compreender a relevância dos acervos e coleções da instituição. Para Yvson a importância é clara. “Os acervos e coleções no ambiente universitário têm um papel primordial, pois a partir deles se auxilia e proporciona uma melhor qualidade de ensino, se amplia a possibilidade de aprofundamento do conhecimento através das pesquisas de graduação e pós-graduação e o que considero crucial nas atividades acadêmicas que a popularização e divulgação do conhecimento através das atividades extensionistas.”
Yvson também ressaltou que é importante a preservação da produção universitária e de políticas de incentivo à conservação e ampliação destes acervos. Pensando justamente em oferecer tal apoio que o NAAC foi criado. Na segunda chamada do edital já foram cadastrados para o apoio mais quatro projetos. O Museu Ciclo das Rochas – Coleção de minerais e rochas, Caracterização e manutenção do Acervo Herbário Fitopatológico e “Verlande Duarte Silveira”, o Centro de referência de coleções madeiras, a Curadoria da Coleção do Laboratório de Entomologia do câmpus de Três Rios e a relevante Coleção Costa Lima: Incorporação, Conservação e Manutenção da Coleção Entomológica Ângelo Moreira da Costa Lima (CECL), com 202.494 espécimes, que fazem parte de um conjunto de diversas coleções de insetos.
Em uma instituição com mais de 100 anos, a preservação da memória e do patrimônio histórico é essencial. Thalles Yvson também falou sobre o que já foi feito pelo núcleo até o momento e o que ainda se pretende fazer no futuro. “A pandemia se instalou e iniciamos nossa jornada há poucos meses. Nesse período, já lançamos um edital de apoio financeiro de baixo custo aos curadores destas coleções com todo aval da Proext. As próximas ações estão sendo estudadas para assegurar um suporte mais efetivo não só financeiro, mas também para as adequações no campo da Museologia, da preservação dos itens, objetos e documentos que compõem cada coleção e de divulgação”, contou o curador.
Ainda de acordo com ele, depois da pandemia existe o desejo de trabalhar para realizar a abertura dos espaços e de algumas coleções para a visitação da população e também de pesquisadores de outras instituições. As ações do NAAC estão apenas no começo. “Ainda existem acervos e coleções que não foram registrados e outros que já perceberam que podem ser classificados com estas nomenclaturas, e estão se movimentando para que isso aconteça”, explicou Yvson. Cada vez mais ideias para catalogar possíveis novas coleções vêm surgindo, e a equipe do núcleo pretende desenvolver os meios para viabilizar essas iniciativas.
Segundo o técnico, o NAAC tem ainda algumas missões como ampliar as políticas de preservação dos bens tombados, além de buscar a federalização e a criação de um corredor cultural de museus, acervos e coleções com o objetivo de popularizar ainda mais o conhecimento desenvolvido na Universidade Rural.
Gabriela Rizo não esconde sua felicidade por ter participado deste momento, e agradece a todos os curadores que fazem parte desse grande programa atualmente, nos quais ela pode observar a paixão por seus acervos. Já em final de mandato na Pró-reitoria Adjunta de Extensão, Rizo considera esse trabalho como algo que lhe trouxe grande emoção, “ao vincular o passado/memória da UFRRJ, a seu presente em mais de um campo da pesquisa com coleções atuais e vivas, e à luta das universidades públicas na construção da ciência visando um futuro melhor. Isto, justamente em um momento de tanto obscurantismo e, portanto, sendo algo extremamente necessário”, declarou.
Texto: Comunicação Proext
Fotos: arquivo Proext, Instituto de Química e site do Jardim Botânico